III

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Primeiramente, tardei, mas não falhei. Os estudos estão me matando (e tudo que vem com ele) e parece que, quando surge uma bomba, outras quinhentas aparecem.

Obrigada aos pouquíssimos, mas amáveis guerreiros que estão lendo <3 E vamos de putaria!

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São quase oito e meia da noite quando a campainha toca.

Jeongin se levanta do sofá e abre a porta com um sorriso no rosto, porque imaginava que Chan estivesse com aquela expressão: as sobrancelhas erguidas, os lábios entreabertos por arfar tanto que precisa de alguns minutos até conseguir falar.

— Desculpa o atraso, não queria chegar de mão abanando.

— Você se preocupa com as coisas mais inúteis. — Jeongin rola os olhos, mas continua sorrindo ao pegar a sacola das mãos de Chan.

Há uma garrafa de vinho e uma caixa de pizza dentro, e Jeongin diz mil vezes que não precisava, tinha feito compras de manhã para abastecer a geladeira e a despensa com futilidades alimentícias. Chan o ignora, afirma que é uma questão de etiqueta, e Jeongin finge que se importa, mas também não o deixa ajudá-lo por ser "uma questão de etiqueta com o convidado".

Quando se sentam no sofá da sala, uma taça de vinho nas mãos e cada metade da pizza em um prato, Chan parece, enfim, relaxar. Eles estão de frente um para o outro, a lateral do corpo encostada no estofado, e há uma música baixa na caixa de som perto da televisão.

— Seu apartamento é bonitinho.

— É minúsculo — Jeongin corrige antes de dar uma dentada na pizza. — Não que seja um problema, claro, porque eu não queria ficar me matando pra limpar um lugar enorme, mas é minúsculo.

— Eu gostei, achei aconchegante.

— Já pode dormir aqui, então.

Chan cobre a boca cheia de pizza para dar uma risada, mas balança a cabeça como se Jeongin fosse uma criança que precisasse ser repreendida depois de uma travessura. Jeongin prefere não falar nada, pelo menos por enquanto. Gosta de ver Chan no seu sofá, de chinelo, calça jeans e uma camisa larga de manga comprida como se também estivesse na própria casa, tão diferente de como costuma estar no trabalho. Não quer vê-lo tenso.

— O que eu quis dizer é que tem lugares muito menores — Chan fala. — Pelo menos, você tem os cômodos separados.

— Mas também são só quatro.

— E precisa de mais?

— Ah, um lugar maior é bom, né?

— Você prefere?

— Mais ou menos, porque manter limpo e arrumado é pior.

— Por isso eu gosto de apartamento assim.

— O seu é grande?

Jeongin sorri, porque Chan ergue as sobrancelhas e arregala os olhos enquanto assente. Aproveita para tirar um pedaço generoso da pizza, porque o outro parece prestes a entrar em um monólogo.

— Tem três quartos por causa do Felix e porque eu precisava de um lugar separado pra trabalhar quando não fosse pra empresa, mas todo dia de faxina é uma morte diferente.

— Seu filho mora com você, então?

Jeongin tem vontade fazer muitas perguntas sobre o filho de Chan e sobre ele ser pai, mas tem medo de ser invasivo. Não foi Chan quem sentou com ele em uma mesa de bar e lhe contou sobre a família, Jeongin ouviu em uma conversa em que não deveria ter se inserido em primeiro lugar, então hesita com o assunto como se Chan não tivesse o poder de decisão de contar o que quiser e quando quiser.

Amigo é meu pau | jeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora