II

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— Porra — Hyunjin ofega quando passa um dos dedos pela barriga, brincando com o líquido espesso do esperma que Jeongin espalhou por ali.

Jeongin ri antes de jogar uma das pernas por cima das coxas de Hyunjin, mas se afasta com um empurrão quando o outro espalma a mão em sua direção para apoiá-la em seu ombro.

Hyunjin pode ser lindo, mas é um filho da puta que gargalha à sua custa.

— Você acabou de me comer e tá com nojo do seu próprio gozo?

— Tô com nojo de você... Hyunjin! — ele grita quando sente os dedos gosmentos no seu rosto. — Meu deus, como eu te odeio...

— Que pena, né? — O tom falso é acompanhado por um bico. — Agora levanta e me ajuda a ir pro banheiro.

Jeongin rola os olhos, mas faz o que Hyunjin lhe pede sem reclamar. Até liga a água e espera esquentar antes de ajudá-lo a entrar no boxe. Mesmo que Hyunjin funcione perfeitamente, também lava o cabelo dele e ensaboa seu corpo para ter uma desculpa para apertar sua bunda.

Eles não foram para a casa de Jeongin. Ao invés disso, Jeongin saíra do restaurante para se encontrar com Hyunjin em um bar, e passaram a tarde toda conversando e bebendo cerveja e soju. Eventualmente, pediram tteokbokki para forrar o estômago e, quando se cansaram daquele lugar, partiram para a casa de Hyunjin.

— Quer pedir pizza? — Hyunjin pergunta quando se jogam no sofá da sala.

— Você não cansa de comer porcaria todo dia?

— Claro que não! — Hyunjin rola os olhos e deita a cabeça no colo de Jeongin antes de enfiar o celular no rosto. — Vou pedir de pepperoni.

Jeongin assente e liga a televisão para procurar algum filme bom em alguma das mil e uma assinaturas de stream de Hyunjin. Não acha que vão durar muito tempo assistindo o que for, mas pelo menos podem começar hoje e terminar no dia seguinte.

Tem vontade de contar a Hyunjin toda a história dos últimos dias, despejar as frustrações nos ombros dele, porque é para isso que melhores amigos servem, mas não quer passar pela humilhação de choramingar por uma foda perdida com um cara gostoso. Debate consigo mesmo o melhor a fazer e, por fim, decide esperar. A história não vai mudar. Pelo menos não tão rápido. Pode esperar tudo passar, o sentimento estranho de vergonha, a necessidade de discrição.

***

Chan trata Jeongin como se nada tivesse acontecido entre os dois. Jeongin percebe o esforço que ele faz em manter o olhar no seu e como seus ombros estão sempre rígidos quando estão cara a cara para uma reunião de trabalho, é admirável. De vez em quando, tem vontade de se aproximar até demais a ponto de ferir o espaço pessoal dele e correr a mão pelo peito alheio, por sua barriga, puxá-lo pela cintura para ver se Chan mantém a pose de quem não se abala por nada.

Jeongin sabe que, em algum momento, seu desejo vai diminuir, mas nada acontece durante os dias que precisam se encontrar por conta do trabalho. Ele continua morrendo de vontade de cometer uma loucura, mesmo ciente de que não pode.

Em uma das reuniões, quando Chan sai para atender uma ligação urgente e a conversa se dispersa em grupos, Jeongin tem vontade de pedir licença para ir ao banheiro com a bolsa transversal de Chan e gozar na parte da frente como se fosse um doente tarado sem qualquer controle, mas não é um gesto socialmente aceitável nem para ele mesmo.

Encontrar com Chan, de qualquer forma, é quase um martírio. Ele ainda sente a vontade de tê-lo borbulhar incômoda, lembrando-o de que nem sempre é possível ter o que quer.

Procura mais por Hyunjin, às vezes acontece. Hyunjin, de qualquer forma e acima de tudo, é seu melhor amigo e não o questiona. Eles transam, riem, brincam, Jeongin escuta os desabafos do outro sobre como ele não quer mais se envolver com nenhum homem casado, por saber que o papel de amante é sempre eterno. Um compensa a frustração do outro ao mesmo tempo em que mergulham nelas.

Amigo é meu pau | jeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora