XIII

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Este capítulo teve patrocínio oficial da Carol, que me fez um pix de um real pra ter atualização nesta sexta (porque a mãe tá atoladíssima com o mestrado como sempre).

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— Puta que pariu, hein, Chan — Jisung diz assim que abre a porta da sala dos três.

Da cadeira, Chan observa o momento em que Changbin ergue uma das sobrancelhas e olha na sua direção como se fosse obter uma resposta para justificar o silêncio daquela manhã de trabalho. Provavelmente vai mesmo.

— Eu tava na casa do Jeongin domingo e depois não consegui responder.

— Pera, quê? — Changbin grita. — Jisung sabe?

— Você já sabia? — Jisung pergunta ao invés de responder e olha para Chan. — Traidor do caralho.

— Em minha defesa, Changbin descobriu sem querer, eu não disse nada.

— Não sei o que é pior — Jisung diz antes de se largar na própria cadeira. — Mas o mundo desabando e você na casa do Jeongin... Tanto homem no mundo e tu foi pegar justo o filho do Minho?

Chan suspira, porque cansou de se perguntar o mesmo, cansou de se martirizar, mas sempre parece haver espaço para mais, para chegar à conclusão de que só pode ser a pior pessoa do mundo para se meter em uma furada daquelas.

— Chan te contou? — Changbin pergunta, e Chan quer se afundar na cadeira até ser sugado para uma dimensão paralela onde viva como uma minhoca.

— Minho descobriu.

— Quê? Puta que pariu...

— Pois é — Jisung diz. — Ele chegou lá em casa botando o dedo na minha cara e me perguntando por que eu escondi isso dele, que eu sabia e não tive consideração nenhuma de contar... Eu fiquei desesperado, pensei que tinha acontecido uma catástrofe.

— E aconteceu — Chan grunhe a resposta.

— Ele ficou puto, é? — Changbin pergunta.

Chan suspira, porque é o último assunto sobre o qual gostaria de falar naquele momento. Ou talvez em qualquer momento. Quem sabe fique um pouco mais à vontade quando se esquecer da expressão de poucos amigos de Minho. Ainda assim, assente para não deixar ninguém sem resposta e suscitar ainda mais questionamentos indesejados.

— Ele tava transtornado demais, juro — Jisung diz, e Chan tem vontade de pular na frente dele e enfiar qualquer pedaço de tecido na sua boca. — Fiquei preocupado, mas ele não responde minhas mensagens desde que saiu lá de casa.

— O Minho? — Changbin ergue uma das sobrancelhas na direção de Jisung.

— É, sei lá... — O tom de voz de Jisung diminui e ele dá de ombros. — Acho que ainda tá achando que eu menti pra ele. Enfim, né?

Changbin continua olhando para Jisung antes de franzir o cenho e encarar Chan por alguns segundos. Sem som nenhum, faz um gesto na sua direção para conversarem depois, mas Chan já cogita como fazer para fugir.

***

Seungmin está fazendo uma bagunça na cozinha, mas Minho prefere não interromper. Pediu ao filho para fazer um suco de laranja para que pudessem almoçar, enquanto ele mesmo terminava de arrumar uma salada de última hora. O problema é que Seungmin está com o celular entre a orelha e o ombro enquanto corta cada fruta ao meio, porque, pelo visto, a conversa com a noiva, que vê todo dia e todo tempo, é inadiável.

Jeongin lhe disse, na quarta, que estava tentando comer melhor e beber menos. Disse por mensagem, quando resolveu voltar a lhe responder depois de Minho tentar se comunicar de domingo a terça sem nenhum sucesso.

Amigo é meu pau | jeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora