VII

197 24 7
                                    

Quando Chan disse que poderia ir para casa de Jeongin, mas precisava trabalhar, Jeongin achou que fosse exagero. Não seria a primeira vez em que, em um dia com ambos trabalhando de casa, acabariam deixando as responsabilidades de lado para trocar uns amassos no sofá.

Não era exagero nem brincadeira.

Chan chegou de mochila, com o notebook e se sentou na mesa da cozinha para não ceder às distrações. Nem falou com Jeongin direito. Deu um selinho nele sem nem lhe olhar para sua cara e ligou o aparelho como se nada mais importasse.

Jeongin não é ciumento. Na verdade, nem é uma questão de ciúmes.

Desde a noite anterior, antecipou a chegada de Chan. Estava quase tocando punheta de tanto tesão, por pensar que se veriam no dia seguinte, mas achou melhor guardar as forças (e a própria porra, porque seria péssimo gozar e sair um fiapo de líquido transparente sem nenhuma consistência).

Claro, entende as prioridades de Chan. O trabalho é importante, e sabe disso, porque o seu também é. Se precisasse, faria o mesmo, mas não deixa de ser frustrante.

O relógio marca quinze minutos para as três da tarde, então Jeongin supõe, quando coloca os pés na cozinha, que a reunião é às três. O notebook de Chan está ligado e com uma janela aberta em um e-mail que Jeongin não faz questão nenhuma de ler. Ainda assim, abaixa-se atrás de Chan para deixar um beijo na lateral de seu pescoço antes de descer as mãos pelo seu peito e abraçá-lo.

— Quer que eu pegue uma água pra você?

Chan vira o rosto para olhá-lo e abre um sorriso capaz de fazer Jeongin derreter quando assente.

— Quero, por favor.

Jeongin pressiona os lábios contra os de Chan em um beijo simples, mais demorado que o necessário e o usual. Porque precisa pegar água, afasta-se por um instante antes de apoiar o copo ao lado da mão de Chan sob a mesa.

— Obrigado.

Jeongin responde o sorriso de Chan com outro antes de voltar para a posição onde estava, os braços em volta do pescoço alheio como se quisesse um abraço. Ao invés disso, inclina-se mais para frente, o peso do corpo proeminente do lado direito, a fim de segurar o fecho-ecler da calça de Chan e abri-lo.

Como esperado, mesmo não desejado, Chan segura seu pulso no meio do caminho. Jeongin consegue imaginá-lo com os olhos arregalados, em especial por abaixar logo a cabeça, mesmo com a tela à frente.

— Amor, pera aí, vai ser rapidinho.

É impossível não sorrir com a forma como Chan o chama. Um amor desprendido pela primeira vez em um momento tão de desespero que o pega desprevenido até na fala. Ao mesmo tempo em que tem vontade de parar tudo para beijá-lo e confrontá-lo, prefere fingir naturalidade.

— Vai mesmo?

Sem se importar com a comoção, Jeongin desce o zíper de Chan por inteiro. O aperto no pulso se intensifica, mas não vai além, não o impede, de fato, de abrir a calça.

— Prometo que sim.

— Então confia em mim — ele diz antes de oferecer um sorriso a Chan.

— Não dá pra confiar em você quando o assunto é sexo.

Jeongin ri baixo antes de olhar discretamente para o relógio no canto da tela. Quase cinco minutos para as três. É o tempo que tem para convencer Chan de embarcar na sua ideia.

— Não quero nada demais — Jeongin diz, mas precisa fazer um bico contrariado quando recebe um olhar sério em resposta. — Juro, eu só tô com muito tesão.

Amigo é meu pau | jeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora