XII

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Todo o esforço que Jeongin fez para manter Chan ao seu lado parece escorregar do seu alcance quando percebe que Chan não consegue encará-lo. É desesperador, mas ele se aproxima e segura uma das mãos do outro em uma tentativa de passar um conforto que não possui.

— A comida vai esfriar — Chan diz, olhando-o de relance, mas logo desvia para o nada.

— Tá com fome?

Chan balança a cabeça, talvez, depois de tanta confusão para um dia só, a fome dele tenha sumido com a sua. Jeongin assente, porque não quer nem pensar em comer agora. Na verdade, quer sair da sala, apagar a imagem do seu pai parado entre os dois.

Ele se coloca na frente de Chan e se arrisca ao se inclinar na direção dele para deixar um beijo demorado, mas singelo nos seus lábios. Quer lhe arrancar alguma reação, mesmo se for um tapa na cara, qualquer uma.

— Amor — ele chama —, vem pro quarto...

— A comida vai esfriar — Chan repete, e Jeongin respira fundo.

— A gente esquenta depois. — Ele se aproxima mais, se abaixa para deitar a cabeça no ombro de Chan e deixar um beijo no seu pescoço. — Fica comigo.

É uma vitória quando sente os braços na sua cintura, envolvendo-o, e o aperto gostoso de um corpo contra o outro antes de ainda receber um beijo no ombro. É um gesto simples, mas parece um indicativo suficiente de resposta.

— Não acha melhor eu ir embora?

— Claro que não — Jeongin diz e se afasta para puxar Chan pela mão em direção ao quarto onde estiveram. — Por mim, você não iria embora nunca.

Jeongin não fica satisfeito, enquanto anda de costas pelo corredor, ao ver Chan soltar uma risada pelo nariz e abrir um sorriso cansado, talvez exausto, é prova de que está em desvantagem.

— Quer conversar sobre o que rolou com meu pai? — Jeongin pergunta quando se senta na ponta da cama.

— Depois. Ainda tô processando.

Jeongin assente e o puxa pela mão de novo enquanto chega para trás. Deixa espaço o suficiente para Chan deitar por cima dele, entre as suas pernas, e, por sorte, não precisa pedir para ser atendido.

— Tá chateado comigo?

— Chateado não — Chan responde, e Jeongin se controla para não franzir o cenho com a escolha de palavras. Não é chateação, mas é outra coisa. — Tô chateado com a situação, comigo...

— Já passou.

Chan balança a cabeça em uma negativa, mas Jeongin prefere ignorar. Ele coloca uma das mãos por dentro da camisa de Chan, uma camisa do Bullet for my Valentine que ama de paixão e cai como uma luva no corpo do outro.

— Fica comigo.

— Tô aqui — Chan diz antes de mordiscar o lábio inferior de Jeongin. — Cuidado com esse piercing.

— Tô tomando, fica tranquilo.

A mão de Jeongin escorrega para trás, para as costas de Chan, quando ele se inclina para frente para tomar os lábios alheios nos seus em um beijo sem pressa. Precisa acalmar Chan. Precisa se acalmar também. Dependendo do que decida fazer pelo resto do dia, pode ser decisivo.

A outra mão se apoia no colchão para conseguir impulso a fim de virá-los na cama, mas Jeongin consegue manter os lábios colados aos do outro. Pelo menos até o momento em que se senta nas suas coxas e belisca um de seus mamilos por baixo da blusa, Chan ofega e se afasta para encará-lo.

A forma como ele o olha é como um combustível, mas há uma hesitação que Jeongin não consegue entender, nem captar por inteiro, algo que lhe escapa por entre os dedos. Chan molha os lábios com a própria língua, aperta ambas as mãos na sua cintura e ofega de novo, sozinho.

Amigo é meu pau | jeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora