VIII

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Eu jurava que esse capítulo já tinha vindo, mas risos.

Não devia postar hoje, porque ainda não terminei o que estava escrevendo, mas sábado foi aniversário da Hemily, então esse é pra ela (perdão, querida) <3


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Há um tempo, Jeongin passou a gostar de fazer aniversário. Na escola, tinha verdadeira aversão a qualquer comemoração que o deixasse muito em evidência e as de aniversário eram ainda piores, tinha a impressão de que estava esfregando algo muito bom na cara das pessoas, mesmo nunca tendo descoberto o quê.

Também nunca viu muito sentido em comemorar um dia como outro qualquer. No fim das contas, parecia não existir nada de muito especial em um dia que todo mundo experimenta de uma forma ou de outra.

Quando cresceu, no entanto, percebeu que fazer aniversário — e, principalmente, comemorar — era uma forma de rever pessoas com quem não tinha a oportunidade de estar no dia a dia.

Jeongin não é a pessoa mais extrovertida do mundo, por isso se esforça a cada dia oito de fevereiro. Não à toa, o bar onde marcou a comemoração dos seus vinte e nove anos está tão cheio de seus convidados que parece que reservou todas as mesas, mas conseguem manter todos eles em uma grande mesa central composta por outras menores.

Há uma cadeira vaga ao seu lado enquanto Seungmin se mantém do outro. Jeongin gostaria de chamar Chan para se sentar ali, mas seria estranho demais quando fingiu que o convite veio por intermédio do seu pai. Talvez tenha arriscado demais, mas Minho não pareceu perceber quando ele lhe disse para chamar tanto Chan quanto Jisung e Changbin para seu aniversário, porque gostava dos três.

Agora há uma cadeira ao seu lado esquerdo, porque não pode se debruçar na mesa, segurar a mão de Chan e conduzi-lo para o lugar que lhe é de direito. Ao invés disso, claro, Hyunjin chega para ocupar esse lugar sem nenhuma cerimônia depois de deixar um selinho em Seungmin e outro em Jeongin.

— Agora a festa pode começar! — ele diz, mas arregala os olhos e se levanta quando o olhar cruza com o de Minho e Yeojeong. — Meu deus, meu sogro e minha sogra!

Jeongin quer morrer quando Hyunjin se levanta e dá a volta na mesa para abraçar os dois. Perto demais de Chan. Há um alarme em sua cabeça quando Hyunjin olha para os amigos do pai, sentados do lado oposto ao que sua mãe se senta, quando Minho os apresenta e se demora três segundos em Chan antes de sorrir e voltar para seu lado.

— Eu odeio você — Jeongin diz com um sorriso no rosto.

— Você deveria se focar em outras coisas ao invés de me odiar — Hyunjin sussurra. — E ele é muito mais gostoso ao vivo, mas os outros amigos do seu pai também. Será que eles não topam um a três? Ou um a quatro, agora que você sabe que seu pai tem um namora...

Jeongin não deixa Hyunjin completar e cobre a boca dele com a mão. O problema é que, assim que a palma encosta nos lábios do outro, sente algo pegajoso que lhe provoca uma careta.

— Que porra é essa?

— Meu gloss, seu animal — Hyunjin reclama, e Jeongin está prestes a abrir a boca, mas Minho chama a atenção dos dois. — Ele que estragou minha maquiagem.

— Pai, pelo amor de Deus, ele fala cada atrocidade!

— Deixa de ser chato, você também fala.

— Um dia — Jeongin diz mais baixo apenas para Hyunjin ouvir — eu vou contar pra ele cada baixaria que você já me disse sobre ele.

— Faz isso, vai ver assim ele percebe que eu morro de tesão nele e me dá uma chance.

Quando Jeongin olha para Hyunjin, recebe o sorriso mais deslavado do mundo como se fosse um anjo. É fácil engolir as ironias de alguém com uma cara tão bonita.

Amigo é meu pau | jeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora