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Mores, perdão. Tardei à beça, porque não queria que esse capítulo saísse antes de terminar a terceira parte da minha hyungsung, mas cá estamos! Voltei com força total (talvez.)

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Minho está colocando a mesa na quarta depois do trabalho, cansado dos dias que passaram, mas também dos que ainda estão por vir. Não pede ajuda. A menos de um braço de distância, Jisung permanece sentado com o rosto enfiado no celular como se pudessem se fundir um ao outro. Pela sobrancelha franzida e os lábios crispados, Minho percebe a importância, mas também olha de relance para a tela e vê que ele digita um e-mail.

Preferiria fazer tudo junto como de costume, mas nem sempre é possível. Hoje é Jisung, mas às vezes Minho precisa resolver problemas de última hora e deixa a cozinha a cargo do namorado enquanto não é liberado.

De qualquer forma, sente certo prazer em se movimentar pela casa de Jisung como se pudesse viver de olhos fechados do lado de dentro das paredes. Gosta dessa intimidade de cozinhar nas panelas dele, de abrir os armários e saber onde está cada utensílio, a sensação não é de que compartilham o mesmo ambiente de vez em quando, mas de que moram juntos.

Quando Minho se senta, sem pressa, Jisung ergue o olhar na sua direção algumas vezes, sem deixar de mover os dedos para compor a mensagem, mas não demora a colocar o celular de lado.

— Desculpa, mal te dei atenção...

Em parte, é verdade. Ao abrir a porta, Jisung já estava no sofá com o celular nas mãos e se deslocou para a mesa a fim de ficarem mais perto um do outro, mas Minho não se importa naquele momento, não precisa de atenção o tempo todo, por mais que goste.

Para demonstrar sua calma, se inclina por cima da mesa para deixar um beijo rápido e ingênuo nos lábios do outro antes de voltar a se acomodar na cadeira em frente com um sorriso no rosto.

— É trabalho? — Minho pergunta, mas percebe que é quase retórico quando Jisung assente com um suspiro. — Precisa de alguma coisa?

Não que possa ajudar muito no que diz respeito aos jogos e à administração da empresa, mas não é tão inútil a ponto de não poder cozinhar como agora ou fazer uma massagem em Jisung se puder aliviar um pouco da pressão em seus ombros. Ficaria grato por isso.

— Quero só sua companhia.

Não consegue impedir o sorriso bobo se espalhando no rosto como uma espécie estranha de parasita do bem. Chega a fazer uma careta quando Jisung para de se servir para encará-lo, mas é tarde demais. Não à toa, observa-o rir da sua desgraça.

Por sorte, esse assunto não perdura enquanto cada um enche a própria tigela e começa a comer. Talvez por conta do cansaço, Jisung reverte o foco da conversa para Minho e seus alunos, na tentativa de saber sobre o andamento das turmas e se Minho já converteu adeptos à Igreja da Matemática, como costuma dizer.

— O aniversário do Jeongin tá chegando, né? — Minho também muda de assunto para não precisar falar sobre as frustrações com o fato de a maioria de seus alunos odiarem sua matéria. — Acha que eu devia sugerir alguma coisa?

— Por quê?

— Não sei, tô pensando que talvez seja bom uma festa pra ano que vem, mas não sei o que ele vai querer.

— Ano que vem?

— Isso.

— Por que tá pensando no que vai fazer ano que vem, Minho?

Jisung está com os olhos arregalados e as bochechas inchadas de estocar comida. Minho tenta controlar o sorriso, mas não dá.

— Ele faz trinta ano que vem.

Amigo é meu pau | jeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora