XI

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Jeongin se joga na cama só de cueca, porque pode aproveitar para apoiar a cabeça no braço de Chan e jogar uma das pernas por cima das dele.

— Amor, cuidado pra não esbarrar.

Ele acha graça em todo esse cuidado que Chan tem consigo, esse jeito meio paternal que aflora de vez em quando, típico de quem gosta e se preocupa demais. É um bom sinal e lhe deixa rindo à toa.

Eles foram furar o mamilo direito de Jeongin de manhã e doeu, doeu tanto que, em algum momento, Jeongin achou que fosse Chan quem iria passar mal de nervoso quando urrou com a ardência cega no peito, mas os dois se mantiveram firmes até o fim.

— Não vai esbarrar, não.

— Eu devia ter te dado outra coisa — Chan diz mesmo assim, uma das mãos na sua coxa.

— É? — Jeongin sorri, erguendo as sobrancelhas antes de colar os lábios aos do outro. — Me dar o quê? Ainda tem tempo...

— Você é muito bobo — Chan diz sem desviar o rosto para deixar os lábios livres. Ao invés disso, aproveita para empurrar a língua contra a de Jeongin e invadir sua boca.

Jeongin não consegue deixar de sorrir entre o beijo, porque gosta desses momentos descontraídos que passa com Chan, gosta de como consegue relaxar com ele em um fim de semana antes de dias conturbados de trabalho, de como pode dizer o que pensa sem se sentir vexado, consegue sentir que, de fato, aproveita os fins de semana.

Poderia pedir para parar tudo e mandar mensagem para Hyunjin para confirmar que está certo de sua decisão, mas seu celular descarregado permanece ao lado da cômoda desde que voltaram.

Na semana anterior, quando os dois saíram juntos para escolher algo significativo o suficiente como presente, Hyunjin perguntou não uma mas quatro vezes se era isso mesmo que Jeongin queria, se havia refletido bastante, se tinha certeza. Jeongin entende a preocupação, a surpresa de uma atitude tão inesperada, mas está certo. Não sente que é uma surpresa para si mesmo, apenas a constatação de um fato.

Eventualmente, Hyunjin se convenceu, porque o ajudou a ir de joalheria em joalheria em busca do acessório perfeito que não fosse clichê como um anel nem tão chamativo quanto um cordão de correntes grossas. Foi Jeongin quem viu uma pulseira linda, prata, não muito grossa e com um pingente discreto de uma bolinha ao lado do fecho.

A vendedora, provavelmente depois de ouvir o "Você acha que ele vai gostar?" de Jeongin, alertou sobre ser uma pulseira feminina, mas nenhum dos dois se importou. Hyunjin ainda brincou e disse que, se Jeongin não levasse por esse motivo, seria uma decepção para Seungmin.

Ele não pensou duas vezes para escolher a pulseira que permanece embrulhada dentro do seu armário desde o dia em que chegou com a embalagem para presente em casa. Não está esperando um momento especial, quer aproveitar o dia de preguiça na cama com Chan para, eventualmente, talvez depois de uma soneca, improvisar um pedido de namoro ou coisa parecida.

— Tá com fome? Quer pedir comida?

— Você pede? — Jeongin pergunta.

Não costuma jogar nada no colo de Chan, mas seu celular permanecesse desligado desde quando estavam no estúdio, carregando ao lado da cama com a tela para baixo. Seu último desejo na vida é se desenroscar de Chan sem necessidade.

Chan, ao contrário, se mexe minimamente para tirar o próprio celular do bolso e abrir o aplicativo de delivery. De onde está, Jeongin consegue ver a tela, mas aproxima mais o corpo ao do outro como se estivesse cego. Se Chan percebe a jogada, não demonstra.

— Tá a fim de comer o quê?

— Se eu falar que quero comer você, vai adiantar?

— Agora não, mais tarde vai.

Amigo é meu pau | jeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora