VI

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A porta está encostada quando Chan chega. Não precisa tocar a campainha nem se anunciar de qualquer outra forma, ele entra e passar a tranca antes de largar a mochila no chão, ao lado do sofá para não atrapalhar ninguém em um momento de distração.

O frio permanece como um lembrete da vontade de vai fazer nada. Chan gosta de tomar um banho quente quando chega da rua a fim de deixar a impassibilidade do clima do lado de fora, mas agora sobe no sofá, passa uma perna de cada lado das de Jeongin e se senta.

Chan sorri com as mãos que logo apertam sua cintura e puxam corpo contra corpo, mas logo molda os lábios aos de Jeongin em um beijo cheio de saudades mesmo com o pouquíssimo tempo de intervalo desde a última vez em que se viram. A intenção que tem ao beijá-lo muda quando a língua de Jeongin invade a sua boca e se mistura à sua.

É um beijo calmo, terno mesmo quando a mão alheia o segura pela nuca e o prende àquele contato. Um gemido escapa de Chan antes do previsto, mas ele morde o lábio inferior de Jeongin e se afasta para encará-lo.

— Tô te deixando muito mal acostumado vindo pra cá sempre.

Jeongin balança a cabeça, escorregando as mãos para a bunda de Chan a fim de apertá-lo com tanta vontade que seu corpo pende para frente.

— Tenho que aproveitar quando o Felix não tá com você, não é culpa minha.

Chan se inclina para um último e rápido beijo antes de se jogar no sofá ao lado de Jeongin, o celular em mãos para se embrenhar na rotinha que conseguiram estabelecer durante os poucos dias compartilhados entre ambos.

— Quer que peça o quê?

— Pra comer?

— É.

— Nada, eu fui ao mercado ontem. Vai tomar banho que eu vou preparando as coisas.

— Tá, eu vou, mas volto rapidinho pra te ajudar.

Chan está de pé, pronto para sumir pelo estreito corredor, em direção ao banheiro, mas se detém quando Jeongin o segura pela mão. Ele para, volta os passos para olhar nos olhos brilhantes de Jeongin, espremidos por um sorriso cheio de covinhas.

— Que foi?

— Tava pensando que a gente podia sair amanhã, né?

— É? Pra onde?

— Cinema?

— Hum... Tipo um encontro?

— Tipo um encontro.

Chan sorri com o jeito discreto de Jeongin chamá-lo para sair quando se acostumou à sua falta de meias palavras para conseguir o que quer. É uma mudança bem-vinda para o momento, uma novidade passageira que abraça mesmo sem fazer muito alarde para não assustar.

Não há convite ao apoiar uma das mãos no ombro de Jeongin antes de se inclinar e deixar um novo beijo sobre seus lábios, simples, porém duradouro, como se pudesse conter a própria vontade de fazer mais, de jogar todas as roupas no chão e voltar a subir em Jeongin no sofá para nunca mais se levantarem.

Infelizmente, afasta-se de novo para encarar o rosto que lhe sorri de volta sem parecer pedir mais nada em troca, satisfeito com os mínimos gestos que Chan lhe oferece, ou assim Chan espera.

— Amanhã a gente vai ao cinema, então.

***

Jisung está estranho. É de repente, mas está. De frente para ele na mesa, Minho consegue perceber bem o momento em que Jisung se movimenta na cadeira como se não achasse uma posição confortável o suficiente. É rápido, mas os sentidos de Minho ficam em alerta como se fosse um presságio para alguma desgraça.

Amigo é meu pau | jeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora