- Juliette, eu sei que não lembra... - ele me olhava e ao mesmo tempo equilibrava um Rafael sonolento no colo. - mas...
Sua conversa foi cessada pelo choro de sono do pequeno. Eu fiquei de onde estava observando ele com o filho nos braços.
Era uma cena admirável, daquelas que a gente não está tão acostumada a ver, mas que enche o coração de ternura.
Flashes de memória vinheram na minha mente e lembrei do nosso primeiro beijo. Eu estava tensa, mas eu queria aquele contato.
Fiquei mais um tempo com os olhos fechados e revivi toda a cena. Eu sei que tive sorte por que Rodolffo nunca foi mal comigo, mas podia ter sido.
Minha memória estava ainda confusa, mas eu sentia que faltava pouco para lembrar de tudo.
- ele dormiu... - sua voz me fez abrir os olhos e o vi sentar do meu lado. - estava lembrando do quê?
- sempre foi assim com todas? - perguntei no automático e ele franziu a testa.
- assim com todas? Não entendi.
- sempre foi deixar em casa as mulheres que não dormia com você?
Rodolffo deu uma risada e eu fiquei confusa.
- custa me responder?
- é que no passado já me fez uma pergunta parecida com essa e eu te respondi... - levemente sua mão colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
Ele é tão lindo. Tão bom. Tão amoroso.
- a resposta é não. Eu não ia deixar nem as que dormiam comigo, muito menos o contrário.
- por que eu?
- no início eu não sabia responder essa pergunta, mas senti um desejo de ficar perto. Eu queria prolongar aquele momento. Mas no início eu achei que era pena de você...
- pena?
- estava assustada, arredia e aquilo me fez pensar que não era bom te deixar sozinha.
- teve muita raiva de mim?
Senti meus olhos encherem de lágrimas. Eu estava assim, extremamente emocional.
- não. Eu não senti. Fiquei desapontado, mas raiva é diferente.
- não devia ter ido contigo se eu sabia que não conseguiria...
- independente de tudo, de todas as coisas que me fizeram viver, umas delas concerteza foi você. Até o tormento da sua recusa me fez estourar uma bolha repleta de "sim" que eu sempre recebi. O seu "não" me despertou para algo maior e muito intenso, bem mais que uma transa superficial.
- não sente falta? - eu disse com a voz querendo falhar por medo da resposta.
- sinto, mas não sei pensar nisso se não for com você.
- mas eu não...
- eu sei. Mas esse não é o nosso propósito agora. Te amo e te quero bem, gerando esse bebê, isso é o que importa agora.
- eu te amo! - disse olhando nos seus olhos e vi eles arregalarem. - eu me sinto confusa sim, ainda tenho dúvidas, mas eu sei que nunca deixei de te amar. Eu senti tanto a sua falta... Eu chorava de saudades.
Sua mãos envolveram meu rosto.
- não há mais saudades. Estaremos juntos até o fim. Te amo.
Nos abraçamos e nos beijamos com amor.
...
*N/A: oiiiie meu povo. Saudades danada estou de vocês. Desculpa a demora. Vida corrida. Mas não desisti das histórias. Em breve volto. Amo vocês ❤️
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Coincidências do amor
FanficAs vezes um simples um olhar faz a gente se apaixonar. O casal desse conto se conhece por coincidência e outras coincidências os une ao longo dessa trajetória.