Bonequinha

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O coração sai pela boca toda hora, o peito dói.
Imaginei que seria mais feliz, que poderia ser eu, mas
Os olhos ardem e a cabeça queima, isso me destrói
Abandonei a fumaça, porém não me deixa de chamar.

Pequenos coloridos, engulo toda manhã milhares!
Ajudam-me a deixar minha mente em silêncio deles,
Mas ainda os escuto, mesmo com os adesivos.
Saltam de minha imaginação, pensamentos corrosivos.

Mudei de nome, esqueci de quem era, literalmente!
Conheci quem amo e esqueci deles também.
Todo esse desdém deles ou eu que sou negligente?
Apoiada em cordas dos sentimentos, não tô bem.

Lampejo? Se apagou. Já não sei quem iluminas.
Cordeiro? Devorado a eras. Foi-se antes de enxergar.
Armadura? Enferrujou. A prata não é tão nobre.
Mente? Qual? Nunca teve, não sabes o próprio nome!

Mostrar os dentes para esconder-se, jogada velha
Porém, todo mundo ainda cai. Quanta euforia!
Não consegues segurar um lápis, imagina a ti mesmo
Vamos, fale o que desejo, meu ventríloquo.

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