34°Capítulo

50 6 0
                                    

Despedi-me de Bill com um abraço. Poupei-lhe as perguntas sobre a relação com Mary (visto que esta andava-se a queixar da falta de tempo do namorado), ou até sobre o trabalho e apenas lhe desejei tudo de bom para o futuro.

Percebo agora, e vê-lo ajudou a chegar a essa conclusão, que há pessoas que devem permanecer no nosso coração, mas não na nossa vida.

É que talvez o papel que ele teve, esteja concluído e esteja na altura de o deixar partir. De certeza. Foram muitos acontecimentos que de certo modo me fizeram crescer, muitas conversas que me amadureceram enquanto pessoa, e muitas memórias que vou guardar. Ele é uma pessoa diferente, e a única coisa que eu espero é que encontre a felicidade, onde quer que seja, com quem quer que seja.

Liguei então a Vitória e dirigimo-nos ao escritório de advogados o mais rapidamente possível.

Niall Pov

Sai do palco, ainda com toda a adrenalina de mais um concerto. Tenho de continuar a fazer isto, aliás, temos de continuar a fazer isto. Nada faria sentido sem eles. E a sensação de pegar numa guitarra, assim como a necessidade de tocar cada simples acorde, é cada vez maior. Acho lindo aquilo que conseguimos construir.

Acho que após todas as desavenças e quedas que está banda pode ter sofrido, e certamente sofreu, conseguimos manter-nos de pé, sem nunca vacilar ou duvidar que era isto que queríamos fazer para o resto da vida. Juntos.

- Niall, vai buscar as bebidas! - Liam gritou, limpando o suor do rosto com uma toalha desgastada.

- É para já! - respondi, lembrando dos rituais que mantínhamos após cada concerto. Pergunto-me onde se encontra Paul mas rapidamente afasto esse pensamento ao ver a grade de cervejas ao fundo.

- Mas eu já te disse que ela é só uma amiga! - Harry repetiu, com a sua voz rouca, entrando em seguida no camarim.

-E eu já te disse que já ouvi essa desculpa milhões de vezes. - Louis insistiu, e eu atirei uma cerveja aos dois, preparando-me para atirar a quarta mas detendo-me a tempo.

A discussão parou e todos prendemos o olhar naquela grade que era uma metáfora da banda neste momento.

- Eu também sinto a falta dele. - Louis pronunciou-se novamente, envolvendo os meus ombros com um braço. - Mas agora é bola para a frente.

- Escusas de te fazer de forte mano. - Liam disse, obviamente para o mais velho e eu bebi um pouco da cerveja que se encontrava com pressão na mão. - Connosco não é preciso.

- Epa, está tudo tranquilo. - respondeu o mesmo, e eu pensei em como abordar esta dúvida que me ocupa a dias.

- Malta... - disse, chamando à atenção de todos. - Acho que chegou a hora.

- Já não era sem tempo, já que ela aguentou tanto tempo contigo, não percas esta oportunidade.

- Está na hora Niall. - Harry disse, reforçando o que o palhaçinho dissera à breves instantes. - Força nisso.

- E se ela não quiser? E se recusar?

- Bom, isso não seria estranho visto que estamos a falar de ti não é... - Liam começou e eu atirei-lhe com a lata mas infelizmente falhei naquela cabeça gigante. - Mas não acredito que ela o faça. Coitada, esta apaixonada.

- Realmente, eu não sei como ela consegue.

- É o meu charme irlandês Hazza, dá sempre resultado com as miúdas.

- Deu resultado com ela, por isso põe-te a pau amigo.

Está na hora certamente, e o que tem de ser, tem muita força.

Sophie Pov

- Por favor, eu estou a morrer de fome! - Vitória lamentou-se mais uma vez, sem reparar que eu me encontrava a caminho do Nando's. - Oh, então está bem.

-És mesmo tonta... - Abanei negativamente a cabeça enquanto a via com receio de falar. Isto nunca aconteceu entre nós, sempre fomos totalmente sinceras uma com a outra. - Podes dizer, já sabes que aguento as tuas bombas.

- Concentra-te na condução mas é, que o carro é alugado!

- Vitória... - avisei-a, sentindo o telemóvel vibrar no meu bolso e esforçando-me para ignorar quem quer que fosse. Ainda tenho uma multa e bato com o carro, e depois sou alvo de risota deste elenco. Nem pensar, eles tem diversos motivos para se rir mas este não será um deles. - Diz-me lá.

- Estava a pensar se... Tu sabes... Estás a pensar voltar para Londres?- ergui o sobrolho e olhei-a pedindo uma explicação mentalmente.- Eu vi como ficaste quando entraste em casa e como tudo isto te fascina e não sei... Achei que quisesses voltar...

- Não, esta cidade fez parte da minha vida mas isso acabou, acabou no momento em que pus um pé em Miami.- virei, estacionando num dos vários lugares vagos.- Não fazia sentido voltar.

Vitória acenou e ambas saímos do carro, caminhando para o interior de Nando's. Pedimos um café e um bolo para levar e pagamos tão depressa quanto possível.

O local estava lotado e procuramos por Sr. Stephan, o que foi deveras complicado no meio de tantos corpos.
Mas finalmente encontramos o senhor alto e de cabelos grisalhos que nos sorriu e indicou uma sala.

-Boa tarde. - disse, sentindo-me tentada a quebrar o silêncio que se havia instalado.

-Boa tarde, sentem-se. - Assim o fizemos. - Vou deixar as burocracias e as conversas formais de parte e ir direito ao assunto.

Troquei um olhar cúmplice com Vitória e engoli em seco.

- Tudo lhe pertence. Tudo o que era de Sra. James está entregue no seu nome.

Far away ( I.j.h.m.y.y sequel) n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora