5º Capítulo

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Sophie Pov

 - Peter!!- o diretor gritou e todos nós congelamos com o pensamento de um possível denunciamento. Não queríamos ser apanhados ( ninguém quer, óbvio) e esperávamos que, quando o seu olhar cruzou com o nosso enquanto se dirigia ao mais velho, o seu primeiro pensamento fosse salvar-nos.

- Sim?- o mesmo disse, um tanto envergonhado como sempre. Este rapaz é tão tímido que chega a ser amoroso.

- O que tens a dizer sobre isto?- disse o diretor apontando para as duas portas, uma repleta de algodão doce e outra repleta de espuma de barbear. Deu imenso trabalho organizar tudo, e eu morria de medo que as latas e os pacotes se abrissem dentro da mala de viagem. Mas o resultado foi muito engraçado. A reacção deles foi impagável.

-Eu?- o seu olhar cruzou o nosso e eu implorei para que nenhuma palavra incriminatória fosse libertada da sua boca.- Não sei se absolutamente nada.

John e Taylor trocaram um olhar cúmplice enquanto eu me deixei deslizar pela parede num riso contagiante, eu acho.

- Vamos a uma aventura?- John perguntou e todos nós nos olhamos.

- Vamos.

 Conseguimos convencer o elenco a sair, visto que não era possível realizar o ensaio com os figurinos arruinados. Então todos retiramos um guião dos dois próximos episódios para estudar durante o fim de semana, e dirigimo-nos a cidade para explorar. Convidamos Peter, Chelsea e Vitoria a virem connosco. E dirigimo-nos a Mary Brickell Village, um centro comercial ao ar livre.

- Como está tudo com o Niall?- uma voz distraiu-me das diversas lojas que existiam. Todos entraram numa entusiasmados, arrastando Peter e Taylor com eles.

- Bem eu acho... Mas é tão estranho, estar longe dele. Sinto que quase não temos tempo para falar. Hoje foi a prova disso...- O loiro ergueu-me uma sobrancelha, enquanto eu visualizava o preço de uma mala belíssima. – De manhã, ele ligou-me mas não tivemos grande oportunidade para falarmos. Fogo... Estou a divagar... Como estás tu?

- Eu ?- John perguntou, erguendo uns óculos de sol no meu rosto e fazendo-me lembrar os óculos que me foram oferecidos por Gemma quando fomos sair. Saudades delas.

- Sim, como foi deixares a tua família para trás?- um sorriso triste foi lançado e eu tive de me conter para não o abraçar com a expectativa de que ele me ia explicar o que lhe ia na mente.

- É... Os meus pais realmente não quiseram saber. Disseram para ir e ligar quando lhes apetecesse. Muita coisa mudou, os anos tornaram-nos mais frios. Sinto que perdi parte da minha identidade com eles, sabes o que é dedicares-te a alguém e quando eles vão embora levam parte de ti com eles?- olhei-o por uns momentos, bem na iris como tinha de ser quando a conversa era séria.

- Sei... Eu lamento Johnny. Sei perfeitamente o sentimento e não quero nunca mais voltar a senti-lo.- Abraçei-o e senti-o repousar o queixo no meu ombro, com um pouco de força de uma maneira desconfortável como se tivesse a cerrar os maxilares. E provavelmente estava.

- Estou farto que as pessoas entram, deixem a sua marca e saiam como se não fosse nada...- suspirou.- É tão dificil. Não é justo.

- Não é...- concordei.- Nunca é.- Olhei-o nos olhos, prendendo a sua face entre as minhas mãos e limpando os pequenos vestígios de lágrimas que escorriam, e escorriam. Estávamos dentro da loja, num dos corredores iniciais onde poucas pessoas se encontravam, sempre preocupados com opiniões alheias, ou fotos que pudessem ser tiradas e mal interpretadas. Tudo o que queremos agora é paz. Mas dúvido que John esteja sequer com esse pensamento agora, e sinceramente eu também não.- Mas eu nunca te vou deixar, estás a ouvir? Nunca! Nem eu nem o Taylor.

Senti umas mãos pequenas a puxarem-me as calças junto ao calcanhar e antes que lhe pudesse beijar a face, virei-me para encarar uma pequena rapariga, morena com um caderno na mão e um telemóvel a sair-lhe do bolso. A mesma olhava para nos esperançosa e tive de me baixar para ficar da sua altura, enquanto a sentia a dar um salto de entusiasmo.

- Olá pequenina . Como te chamas?

-S...s..Sandy..- disse, baixando o olhar para as pequenas mãos irrequietas.

- Muito prazer fofinha.- John disse e a mesma cruzou o olhar com o loiro e abriu várias vezes a boca para falar.

- Estás triste?- perguntou finalmente.- Queres um abraço?

- Quero...- John respondeu e ergueu a rapariga nos seus braços, abraçando-a com força enquanto eu observava aquela imagem com adoração.

- Não fiques triste. Eu gosto muito de ti...- a pequena sussurrou-lhe ao ouvido ainda sem a consciência do tom auditivo que estava a utilizar e eu procurei o resto do grupo com o olhar, encontrando Chelsea encostada a uma vitrine com o telemóvel nas mãos, Taylor e Vitoria na secção de roupa de Verão e Mary na caixa.

Depois de uns breves autógrafos terem sido entregues a morena, e uma foto tirada, saímos da loja para procurar um restaurante. O mais indicado para todos a nível de votos foi “Rosa Mexicano”.

O restaurante tinha cores vivas e uma secção de bar, assim como a própria seçção de restaurante. Caminhamos até uma mesa e todos nos sentamos nos sofás castanhos. O ambiente era chique, requintado.

- O que vão pedir?- Mary perguntou, observando o menu que nos foi entregue.

- Tacos.- Taylor e John disseram em uníssono e pareceu a melhor sugestão possível.

O resto da tarde foi passado entre lojas, e compras. O dinheiro era sempre algo presente na minha mente, no inconsciente pronto a atacar sempre que Vitoria e Mary insistiam para me dirigir a caixa.

Chelsea declarou que eu necessitava de roupas de Verão, toda a variedade, insistindo para pagar metade das mesmas, caracterizando-as como “ Uma prenda a uma nova amizade”.

Foi um gesto muito simpático e acabamos o dia com imensos sacos, desejosos de chegar a casa.

Entramos com a chave de Vitoria e os sacos da mesma foram atirados para o sofá, sentando-se rapidamente no outro.

- Estou exausta!- gemeu, retirando os sapatos com cuidado e colocando-os ao lado.

- Não admira, olha a quantidade de sacos que trouxeste! – Taylor atirou de volta.

- Dava para fazer uma pirâmide! – John ripostou enquanto a morena lhe atirava um sapato.

- Alguém tem de fazer o jantar.- A loira proferiu, andando de uma maneira confiante, como sempre até as escadas.- E eu tenho mais que fazer gente! Preciso de um banho!

Depois de uma enorme discussão sobre quem iria fazer o jantar, que terminou logo no momento em que Vitoria pediu a John que a ajudasse com o mesmo, subi até ao meu quarto para arrumar as roupas ( as novas e as da mala) no armário.

O pequeno cão encontrava-se a ladrar repentinamente para a porta da casa-de-banho e dei-lhe uma pequena festa no pelo macio antes de avançar para o quarto e fechar a porta atrás de mim.

A cidade durante a noite era a iluminação natural que a casa necessitava. Sorri, mas o mesmo congelou ao observar uma seta pintada a cor-de-rosa num papel preto em cima da minha cama, a apontar para a parede castanha que separava o quarto da casa de banho.

E quando contornei a cama, uma foto “incriminatória” de um dos momentos marcantes daquele dia estava colada com a legenda : “ O Niall acharia que é só um abraço? “, bem no meio da mesma.

Nota rápida porque estou cheia de pressa, não vos quis deixar sem capítulo no fim de semana porque vou ter imenso para estudar e não sei se vou conseguir passar por aqui. Mas eu tenho acompanhado as leituras e votos a descer e perguntar se não estão a gostar do enredo ou da história em si. Eu não percebo mas se vos tiver a desapontar então lamento. Eu costumo observar as mesmas com regularidade porque gosto de vos dar boas histórias...

Bem, vou indo. Filosofia de 11º ano espera-me. Muitos beijinhos e gosto muito de todos.

Far away ( I.j.h.m.y.y sequel) n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora