Capítulo 11: Laços Além da Velocidade

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O cenário noturno de Mônaco ofereceu a Charles Leclerc um espetáculo de luzes que se desdobrava enquanto ele percorria as sinuosas ruas da cidade. Entre o glamour da metrópole e a complexidade de sua carreira profissional, uma teia de desafios e nostalgia se entrelaçava, refletida nas luzes cintilantes da baía. Em sua residência, após um dia intenso, Charles se viu envolto por uma saudade inesperada.

Essa saudade, no entanto, transcendia as corridas e os motores. Era um sentimento que o levou a pegar o telefone e discar o número de Lauren. A ligação não seguia o script convencional de discussões técnicas e estratégias de corrida. Era um chamado genuíno para saber como ela estava, uma expressão de falta que ia além do ambiente profissional.

Do outro lado do continente, na sede da Ferrari na Itália, Lauren estava imersa nos desafios técnicos do carro. O toque do telefone interrompeu a expectativa de mais uma chamada sobre problemas no veículo, dando lugar à surpresa ao ouvir a voz de Charles do outro lado da linha.

"Lauren, como estão as coisas por aí?" A voz de Charles, suave e desprovida de formalidades, transmitia um interesse autêntico em sua colega de equipe.

Inicialmente confusa pela natureza não convencional da ligação, Lauren respondeu: "Bem, estou resolvendo os problemas técnicos do carro." Sua mente ainda estava focada nos desafios diante dela.

"Eu sei, eu sei," Charles respondeu com compreensão. "Mas eu queria saber como você está. Sinto falta de vê-la andando de um lado para o outro, resolvendo coisas. Parece que faz uma eternidade desde a última corrida."

O sorriso de Lauren, começando como surpresa, se transformou em uma expressão calorosa. Era um momento singular, onde a fronteira entre o profissionalismo e a humanidade se dissipava. Charles não a enxergava apenas como sua engenheira, mas como alguém cuja presença ele sentia falta para além das corridas.

A conversa entre eles fluía naturalmente, criando uma ponte invisível entre Mônaco e a sede da Ferrari na Itália. As distâncias físicas pareciam desaparecer, e o profissionalismo dava lugar à camaradagem. Charles, em um gesto de vulnerabilidade, compartilhava mais de si mesmo. Conversaram sobre as últimas notícias, riram de anedotas das corridas passadas, e, por um breve instante, as preocupações técnicas ficaram em segundo plano.

A saudade de Charles se tornava palpável a cada palavra trocada. Ele expressou o quanto sentia falta da presença dela na pista, da energia que ela trazia ao ambiente das corridas. Lauren, por sua vez, compartilhou histórias dos bastidores, revelando uma Lauren além da engenheira dedicada.

"Lauren, eu sei que as corridas são intensas, mas eu sinto falta desses momentos, dessas conversas," confessou Charles, sua voz transmitindo um tom sincero de nostalgia.

Tocada pela sinceridade de Charles, Lauren respondeu, "Eu também sinto falta, Charles. Às vezes, os desafios técnicos nos afastam desses momentos mais leves. Mas, de alguma forma, faz parte da jornada."

Enquanto a conversa continuava, uma conexão mais profunda se estabelecia. A distância entre Mônaco e a Itália parecia encurtar, pelo menos por um breve momento. Os sentimentos expressos eram como uma força magnética, aproximando-os apesar da distância física.

Durante essa ligação animada, Charles propôs algo que iluminou o semblante de Lauren. "Deveríamos repetir aquele café da manhã. O que acha? Que tal, Lauren, se durante o próximo GP, no Azerbaijão, jantarmos juntos? Afinal, corridas são importantes, mas uma boa refeição com uma ótima companhia também é algo especial."

Lauren, envolvida pela atmosfera descontraída da conversa, concordou e até fez Charles prometer que escolheriam um restaurante memorável na cidade. O jantar prometia ser mais  do que uma simples refeição; seria um momento único, onde a cumplicidade se fundiria com a paixão pelas corridas, criando memórias que se estenderiam além das pistas de corrida.

Lauren, com um sorriso suave, respondeu ao convite de Charles: "Adoraria, Charles. Será ótimo compartilhar não apenas a pista, mas também uma refeição e uma boa conversa. Estou ansiosa para esse jantar no Azerbaijão."

A promessa de um encontro que transcenderia a velocidade dos motores, explorando o lado humano por trás dos capacetes e máquinas, encerrou a ligação. E, enquanto o cenário noturno de Mônaco permanecia iluminado pelas luzes da cidade, a saudade de Charles encontrava um eco nas histórias compartilhadas e nas expectativas do que estava por vir. Uma conexão mais profunda se solidificava, sinalizando que, mesmo em um mundo de alta velocidade, a essência humana perdurava.

Ferrari Ardente | Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora