🔵 Capítulo 19 - Kiyomi - Ano 01

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O barman se vá e o garoto se aproxima de mim. Reconheço ele, é o mesmo que estava com o barman quando entrei no local. Ao meu lado, com uma postura um pouco tímida, é mais alto que eu e parece ser da minha idade. Seus olhos cor de oceano me fitam pensativo, enquanto ajeitava seus braços para cruzar entre seu peito.

- Olá... Seja bem-vinda. Irei levá-la ao seu quarto.. - Diz intimidado, indo na frente me guiando.

Sigo até a escadas, subindo nelas, entramos nos corredores onde haviam as portas dos quartos. O silêncio tímido do garoto faz eu quase perder a cabeça, então tentei quebrar esse gelo.

- Garoto, você é filho do Peter, o barman? Já tinha visto você falando com ele.

Parece ter tremido quando comecei a falar, talvez o assustado com minha pergunta repentina. Não virou para olhar-me, apenas continuou andando até levar ao quarto.

- Sou sim. - Responde reservado.

Não perguntei mais nada, acredito que se fizesse mais perguntas, o deixaria desconfortável, mesmo que o silêncio constrangedor me deixasse mais desconfortável ainda. Ele não parece ser do que fala muito.

Com o molho de chaves na mão, abre o penúltimo quarto do corredor e ambos entramos nela. Um quarto simples e aconchegante, era só isso que necessitava, com quadros, uma cama de casal, um armário e uma poltrona confortável e macia cor vinho.

Me viro para o garoto que se despede antes de fechar a porta.

- Se deseja alguma coisa, pode perguntar para mim ou para o meu pai... - Sorri timidamente.

- Obrigada pela estadia, seu pai é muito gentil. - Retribuo o sorriso. Ele acena a cabeça e fecha a porta, me deixando com o quarto.

Coloca a minha mala em um canto e a bolsa em cima da enorme cama. Me jogo na cama ao lado da bolsa, de barriga pra cima, respirando fundo depois dessa pequena viagem. Eu estava um pouco cansada, não o suficiente para querer dormir, decido apenas tomar banho e vestir uma roupa confortável.

(. . .)

Eu me sentei em uma mesa vazia no canto e li um livro que tinha colocado na bolsa, enquanto ouço o pessoal conversar. Eu conseguia ouvir algumas fofocas aleatórias de outras pessoas, algumas até com "traição" de esposa ou marido, roubo e entre muitos, porém ouço o nome de Allen ser mencionado. Finjo que estou lendo e tento ouvir mais atentamente.

Eu estava quase para escutar o que eles poderiam estar dialogando, meus olhos que estavam passando nas palavras do livro, erguem para cima quando uma pessoa senta a minha frente. Claro que reconheço esses olhos de oceano, os olhos que sempre olham tão tímidos para mim.

- O que é isso? - Pergunto diretamente. - Não me diga que foi seu pai que o mandou vir para me fazer companhia?

Com um sorriso tímido, balança a cabeça negativamente e ergue a sua mão, com uma caneca cheia. O cheiro de leite veio imediatamente até às minhas narinas.

- Eu fiz para você. - Diz o garoto. Levanto uma das sobrancelhas levemente. - Leite quente com limão irá lhe fazer bem. Te deixa relaxado, principalmente nesse inverno gelado.

Hesitante, aceito a caneca saindo o vapor quente do leite, pegando na alça. Agradeço em reverência e tomo um gole com cuidado pela quentura. Nunca tinha experimentado, e é uma bebida relaxante e gostosa de sentir na garganta. Me senti muito bem com o gosto pouco ácido, e não pude deixar de encarar o garoto, começando a sentir-me mais confortável.

- Não vai beber alguma coisa também?

- Oh? Não...

- Vai me deixar beber aqui sozinha então?

Allen Mitchell - O Bruxo Brasileiro em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora