🔵 Capítulo 32

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Em um local abaixo da fortaleza, conseguimos um local seguro por enquanto para descansar. Depois de horas sem parar de correr e andar em quase toda a fortaleza. Ainda não conseguimos o restante dos ingredientes. O mais difícil é encontrar descurainia, a planta tem que ser colhida na lua cheia. O ponto positivo disso é que eu e Blake quando estávamos tentando encontrar um lugar pra dormir, achamos um calendário. Eu só sabia que estávamos no final de Setembro. No calendário indicavam as luas e verificamos com alívio que a próxima lua cheia é daqui a três dias. Será que é muito tempo ou é pouco? Os dias podem acabar passando muito rápido sem notarmos...

Acordamos depois de algumas horas, indicando pela pequena fresta que batia em nosso rosto que havia amanhecido. O nosso objetivo nesse momento é ir atrás dos outros ingredientes antes da Descurainia.

O que estava me causando um pouco mais de desespero é a fome. Havia passado muitas horas e minha barriga acaba roncando. O som do meu estômago vai acabar com que os bruxos acordem por toda fortaleza.

Blake deu a ideia de nos separarmos para procurar os ingredientes, o que deu uma certa relutância, mas decidi confiar na sua ideia. Ele foi na direção da direita da fortaleza, enquanto fui ao oposto. Na parte de baixo da fortaleza, onde há um tipo de porão, caminhei por lá até não achar nada útil e subir, indo para a esquerda da fortaleza.

Subindo dois andares do enorme local, deparo com bruxos bocejando, falando sobre o café da manhã. Eu decidi ignorar porque se não eu surtaria de tanta fome que sentia naquele momento. Passei pelo corredor oposto e passei por uma porta que ouço uma conversa absurdamente alta. Encosto uma das minhas orelhas na fria porta de madeira de cor castanho.

— Está entendendo?! Se não o encontrar até amanhã, Delphini, você estará numa situação pior que a do próprio garoto! Entendido, desta vez? — uma voz bastante grave e assustadoramente furiosa é presente dentro do ambiente.

— Eu somente estou nessa com você, porque me prometeu que depois de tudo que vai fazer com o moleque, vai me ajudar a trazer meu pai e a era das trevas de volta ao mundo bruxo! — diz uma mulher de voz imponente e determinada — Não se preocupe, meu querido, eu não sou uma covarde que nem você.

Quando ouço os passos se aproximando da porta, eu saio correndo para o próximo corredor.

Como eu odeio isso! Eu acabo pegando as conversas no final! Até parece que eles sentem que tem alguém espiando a conversa deles. Droga!

Eu tento entrar numa porta, mas está trancada, então tento todas as portas desse andar. Nenhuma está aberta. Engraçado que todas do térreo e primeiro andar ficam abertas, mas a partir do segundo andar, todas trancadas. Elas devem ter algo dentro.

Pegando a varinha, uso "Alohomora" para destrancar a porta e funciona, entrando na porta de madeira. A sala é um quarto, médio e bem arrumado e organizado. A cama de casal é feita de lã e lençóis de tecido bege, parece ser bem macio e confortável. Nos lados da cama, guarda-roupa, uma mesa e cadeira de estudos.

Levanto a varinha e digo "Revelio", onde revela que têm algumas coisas de valor dentro do guarda-roupa. Abro-a e vejo um saco cheio de moedas e dois potes de plantas. Por incrível que pareça, um estava cheio de hemeróbios e outro de sanguinárias, outros dois ingredientes da Poção Polissuco. Por que diabos tem esses potes dentro do guarda-roupa? Pensando bem, deve ser porque gosta mesmo ou quer plantar.

Agora o que falta é sanguessugas. Oh Deus, esses bichinhos dão medo.

Saio discretamente do quarto e fecho ela com "Colloportus" que acho que usei mais vezes nesses dois dias do que vou usar durante o ano letivo inteiro — isso se nem sei se vou poder voltar a estudar em Hogwarts.

Allen Mitchell - O Bruxo Brasileiro em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora