Conto 7 - O Buraco

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Katy nunca havia se esquecido do buraco, ele levou seu avô, seus animais, como pode, uma coisa tão sem graça como a terra fazer isso??

Mas, não era hora de reclamar, ela estava com vinte e dois anos, precisava arrumar seu lugar para não ficar desconfortável na jornada.

- Certo, se concentre, Katy, você sabe que não é seu dever ficar lamentando o passado.

De fato, não era, afinal, uma enfermeira muitas vezes deve torcer por melhoras, não lembrar o quão duro é ver um buraco.

- Por favor, Srta. Katy, não se preocupe.

Suspirou. Se preocupar, na época, era a última coisa que a criança não queria.

- Diga, ele vai ficar bem? - A mãe perguntou.

Sim, mesmo não estando lá, ela escutou, uma vez, duas, foram soluços.

- Mamãe, por que você está chorando?

- Não se preocupe comigo...

Katy concordava, mas mentalmente continuou a se preocupar com tudo o que acontecia.

Ela cavou mais fundo o seu próprio buraco, ele  não era como o do vovô, mas era pior.

- Papai, o que está havendo com a mamãe?

- Ela está bem!

A criança ficou mais preocupada, queria ser o conforto da mãe, do pai, mas não sabia como, ela estava confusa, indecisa.

O buraco dela aumentava devagar.

- Você quer preocupar a nossa filha?! - Escuta a menina.

- Desculpe, mas eu não consigo...

- Ela é uma criança, Miranda! - Reclama o pai.

- Eu sei, Jacob... - Miranda falou.

Jacob ficou em silêncio. Miranda soluçou.

Aumentar algo é trabalhoso, mas é rápido nas vezes que estamos desesperados para acabar o serviço.

- Miranda, vamos nos mudar, essa casa é uma porcaria! - Jacob sugere.

- Tudo bem.

E lá se foi Katy e sua família, se mudaram. Sei muito pouco do antigo lar deles, mas que era a porcaria que Jacob diz, eu concordo!

Bem, voltando ao assunto, Katy está olhando a janela do ônibus. Ela esperava descer logo e ir para seu trabalho.

Assim que chegou no prédio, a moça suspirou e desceu do veículo. Entrou na empresa e veio receber, com um sorriso, a chata da colega.

Ela estava no buraco profundo.

- Olá Katy, está atrasada... Como sempre.

- Oi Polly.

Katy, neste momento, tem vinte e sete anos, o cabelo dela é moreno e seus olhos são roxos, ela é secretária da empresa de aparelhos, sua família está morando numa casa de campo e, bem, a nossa protagonista parece estar bem.

- Srta. Katy, pode vir aqui, por favor?

- Uh? Sim senhor... - Ela diz.

- Este é meu primo, Klaus.

- Muito prazer - O rapaz sorriu.

Ele tem cabelos negros e suas íris são verdes, tem trinta anos e trabalha como padeiro numa pequena rua.

- ... Oi - Katy sorriu.

- Klaus, essa é Katy.

Os dois se encaram. O coração deles batia.

A Nevasca E Outros ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora