A Nevasca E Outros Contos

Conto 14 - Você... Não Me Ama?

Owie, um rapaz loiro, com olhos de duas cores ( verde e azul ), estava caminhando de mãos dadas com a sua namorada, Rosane, uma moça de cabelos loiros e olhos verdes escuros.

Os dois estavam muito felizes, pois era dia do aniversário de namoro dos dois, e Owie gostaria muito de pedir algo para ela. Uma pequena aliança estava escondida numa caixa dentro do bolso dele.

- Rosane, eu gostaria de te pedir uma coisa.

- Sim, Owie? - Ela o encara.

- ... Me encontraria às sete no restaurante?

- Uh... Oh! Sim - A moça sorriu. - Até lá.

Os dois se despedem. Owie liga para a sua melhor amiga, Elie, pedindo ajuda para a moça, dizendo que o encontro dele e da sua namorada deveria ser perfeito.

- Por que você me ligou? Achei que você na hora iria improvisar, como sempre.

- Haha... - Ele riu. - Você sabe que é verdade isto e usa contra mim!

- Não uso - Elie diz no telefone.

- Usa, quando eu não estou vendo - Brincou o rapaz.

- OK. Você ganhou... - A amiga riu.

- Bem, eu só preciso que venha me ver, eu... Vou revelar uma coisa para a Rosane.

- E o que é? - Ela parecia animada com uma resposta.

- Eu... Vou casar com ela.

A ligação caiu.

- Elie? - Ele aguarda. - Elie?

Ele fica em silêncio. Olhando para frente, os seus olhos se estreitam.

- Deve ter caído a conexão... - Ele suspira e olha o relógio. - Acho que vou dormir.

Ele coloca o telefone perto da cama e vai dormir. Começa a sonhar com Rosane, e se preocupa, inconscientemente, com Elie, as duas nunca se deram muito bem.

Owie continua a dormir, pensando em uma maneira de conciliar as duas, pelo menos só no mesmo ambiente, quando ele estiver vendo. Mas, sempre que tentava, uma sai e a outra entra.

- Oh minha querida Rosane, nada pode nos separar... - Ele diz, em meio ao sonho.

- Sim, meu querido... - A moça sorriu.

- Mas... Por que eu acho que... Tem alguém que não gosta de nós? - Owie questiona.

- Eu não sei... - Ela diz, ainda pensando.

O despertador começa a tocar. Ele fica em silêncio. Acordando com certo receio, pois seu pensamento ainda está desconfiado de algo ou alguém. Uma presença estranha e um ar cruel carregam seu corpo.

- Por que... Sinto que tudo vai dar errado? - O rapaz se pergunta. Se sentando na cama.

Owie boceja. Se levanta e vai até a cozinha, tomar um café para se manter acordado e começar a se preparar para o encontro. Ele pega a cafeteira e liga na tomada.

- Que cheiro estranho é este...? - O rapaz dá uma olhada na máquina.

O objeto parecia normal.

- Certo, talvez eu esteja só... - Owie escuta um barulho alto vindo da sala ao lado.

Ele sobe as escadas correndo.

- Quem está aí?! - Gritou, pegando qualquer madeira dura para se proteger. - Apareça!

Uma risada bem baixa surge do quarto.

- Owie? - A voz pergunta.

- Aonde está você? - Ele diz, colocando o bastão atrás da cabeça.

Elie aparece. É uma moça de olhos negros e cabelos cinza escuro, ela estava com as mãos para cima.

- Elie? O que está fazendo aqui? - Owie olha para ela, em silêncio.

- Eu... - Ela esconde as mãos atrás do corpo e sorriu.

Owie fica em silêncio. Sentindo um cheiro estranho.

- Vem de você... - Sussurou o rapaz.

- O que? - Ela te olha, inocente.

- Me deixe sozinho, Elie, eu estou indo ver a Rosane - Ele diz, retirando o bastão de perto dali.

Elie se aproxima.

- Foi mal - A moça diz. - Mas... Você sabe o que tem de errado...

- Não há nada de errado - Ele riu.

- Ah sim. Você sabe que ela...

- Fica quieta. Rosane não precisa saber.

- Mas, Owie... - Ela tenta falar com ele.

- Elie, não.

- ... Certo. Fique com ela.

O rapaz não a encara. Assim, às sete, ele e Rosane estavam num restaurante calmo, o musical ao fundo fazia tudo parecer mais romântico e a atmosfera estava muito bela.

- Rosane... Eu... - Ele a encara.

- Sim? - Ela o observa.

- Você se lembra que... Estávamos falando sobre seu testamento?

- Sim, sobre eu ganhar muito por que eu... Bem, perdi meu irmão?

- É... Isto mesmo... - Ele falou.

- O que tem? - Rosane riu.

- Nada não - Owie fica em silêncio.

- Bem... Eu vou no banheiro... - Ela diz.

- Certo.

Mais tarde, Rosane não volta. Owie procura ela, até que acha o corpo dela, líquidos se espalham por todo lado.

- Meu Deus! - Ele grita. - Rosane! Rosane!

Ele a pega nos braços e grita por ajuda. As autoridades chegaram mais tarde. Assim, o casal foi separado, e, chegando em casa, Owie encara Elie, que está sentada no sofá da casa dele.

- Você saiu desta casa?

- Não... - Elie diz, de forma inocente. - O que houve?

- Rosane... Morreu... - Ele diz, friamente.

- Oh - A moça fica em silêncio.

O rapaz se senta ao lado dela. Ficando em silêncio, depois seus olhos se encontram e ele pergunta:

- Você sempre soube, não?

- Sim. Vocês eram parecidos demais para eu não suspeitar.

- Oh, entendo... - Ele riu. - Por isto, eu acho que não estou tão triste.

- Ela tentou te matar, mas você sobreviveu. Não mudou muito, mas deu para enganar a sua irmã.

- Sim. Tudo graças a você - Ele sorriu. Owie encara-a.

- Sabia que eu te amava... Muito? - Elie foca no chão.

- Sim. Eu sabia - Owie a abraça. - O sangue ainda estava na sua mão quando cheguei.

- Não consegui tirar tudo... - Ela sorriu.

- Sabe... Minha querida...

- Uh? O que houve? - Elie o encara.

- Você me ama muito, mesmo? - Owie sorri.

- Claro que te amo.

- Tem certeza? - Ele a encara.

- ... Agora que você mencionou, eu comecei a te amar quando Rosane surgiu na sua vida.

- E?

- E você disse que estava triste por saber que ela era sua irmã... Que tentou te matar. Aí... Disse que gostaria de matá-la, as suas ideias ficaram em minha cabeça, eu não creio que teriam fincado tão fundo, tivemos grandes planos, todo dia.

Owie fica em silêncio, pensativo. O rapaz só encarava Elie, que fica com vergonha.

- Tudo bem? - A moça pergunta, desviando o olhar.

- Claro, eu estou apenas te admirando...

- Oh! Sei...