Conto 15 - Subindo!

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Todo mundo gosta de voar, os pássaros de todos os tipos de asas planam pelo céu, se o ser humano pudesse, ele voaria, mesmo que fosse só por um tempo.

Essa é a história de Maiko. Uma jovem de cabelos loiros e olhos verdes que, todas as manhãs, queria aprender a voar.

Tudo começa numa pacata manhã, flores e gramados cobriam o campo, enquanto este belo concreto verde se embelezava, Maiko rolava pela lama suja, não porque ela quis, mas por ter tentado voar e conseguir uma queda.

- Porcaria - Reclamou ela, limpando a lama e sangue que estava na calça.

Ela cospe a sujeira que entra na boca dela e vai embora para casa. A mãe dela estava só a observando de longe, de braços cruzados.

- Maiko, aonde você estava? - Ela pergunta, olhando o sangue e a lama. - Não vai me dizer que estava querendo voar de novo.

- Eu... Estava... - A menina abaixa a cabeça e fica em silêncio.

A mulher suspira.

- Não quero mais ver você no barranco. - Os olhos das duas se encontram.

- OK mamãe... - Maiko ficou em silêncio. - A senhora... Pelo menos não vai me deixar só dentro de casa, né?

- Não. Da última vez, você quebrou a cortina tentando voar com a ajuda dela.

- ... Ah, é... - A criança riu.

A mãe ficou em silêncio. Ainda tentando ao menos saber se Maiko havia se lembrado e que não iria mais naquele barranco. Mais tarde, a menina estava brincando com uma florzinha que tinha achado.

- Provavelmente essa florzinha deve é feliz, pois ela sabe que a terra é o lugar dela. Só que eu acho que meu lugar é no céu... Não sei por quê.

Maiko deita na grama. Suspirou, olhou para o azul celeste, e começou a reparar que os pássaros estavam prestando atenção em algo que logo aconteceria, diante dos olhos de todos os curiosos que, naquela mesma hora, estariam observando, como se nada o deixasse mais concentrado, passaria um dos maiores pássaros que a menina viu em toda a sua vida.

Ele é cor de rosa, com um bico negro, curto e grosso, as asas tem listras brancas, que se juntam ao degrade de sua barriga azul.

- Que lindo... - Maiko prendeu a respiração ao ver tal ave. Ela vai segui-la, pelo menos até uma certa distância, para ver aonde iria a tal ave.

Parecia que o animal estava voltando, mas também não poderia, era isto que deixava a menina tão curiosa. O pássaro voa até uma pequena árvore, pausando para respirar.

- Aonde será que ele está indo...? - Maiko o segue, mesmo de longe, com o olhar. - Essa ave... É diferente... Parece mágica!

A ave voa de novo, desta vez, Maiko segue de perto. O pássaro para na frente da porta da casa dela, e um brilho mágico surge, as suas asas se transformam em mãos e os pés se transformam em dedos humanos e, logo, a menina vê o pássaro se transformar na mãe dela.

Maiko se surpreendeu, e, daquele dia em diante, decidiu que tentaria falar com sua mãe sobre a transformação, e como ela poderia conseguir a mesma.

Numa noite, ela estava conversando com a mãe, e, vendo que a conversa estava boa, o assunto chegou naturalmente.

- Mãe... - Maiko começa. - Eu... Vi a senhora se... Bem... Transformar em um pássaro.

O olhar da mulher fica mais estreito.

- Você deveria estar sonhando - As duas se encaram.

- Não estava... Eu... Vi... - A menina sussura num certo desconforto.

- Por que acha que isto é real?

- Não... Deveria? - Maiko encara a mãe dela.

- ... Você estava sonhando - A mulher diz. O olhar calmo, mas vago.

A menina suspira, indo se deitar. Ela pensa se aquilo realmente foi tudo um sonho e vai dormir. Até que o mesmo pássaro aparece na sua janela. Maiko se assusta.

- Quem é você? - A criança pergunta.

O pássaro se aproxima mais ainda da sua cama, olhando-a com delicadeza.

- Minha cara... - A ave sorriu. - Sou o animal que representa o espírito de sua família.

- ... Como assim?

- Sua mãe foi designada para proteger os pássaros da sua região. E ela não te conta pois não se pode falar isto para familiares, apenas os amigos podem.

- ... Entendo - Ela fica em silêncio.

- Bem, se você quiser, você pode vir comigo, e assim, vamos poder conhecer muitos dos meios para se transformar em um pássaro belo como eu e sua mãe.

- Espera... Eu vou falar com ela e...

- Não temos tempo, minha querida...

- Mas... É rapidinho.

- Se você contar, não terá mais poderes de se transformar em um pássaro... E você vai querer ter eles, não?

- Eu quero mas... - Maiko fica em silêncio, o pássaro te indicava a janela aberta.

- Pule... - Ele diz, indo até a janela.

Maiko fica em silêncio, sem saber se ia ou não. Sua mãe pediu para nunca conversar com estranhos...

- Espera... Como você conhece minha mãe? - Ela encara o pássaro.

- Ah, faz muito tempo... - Ele riu. - Venha, os seus amigos pássaros estão esperando. A sua mãe nem vai saber que você está fora.

- Eu... - Maiko ficou mais nervosa.

- Relaxe, ela nem vai saber que você saiu - A ave sai da casa. Mas a voz dela ainda ecoa pela casa. - Siga-me, minha cara! Irei te dar a melhor aventura da sua vida...

- Mas... - Ela fica em silêncio.

- Maiko?! - A mãe dela grita do outro quarto. - Ainda acordada?!

A mulher abre a porta do quarto da filha.

- Com quem você está falando? - Questiona a mãe.

- Ninguém... - Ela mente.

- Falando sozinha, numa hora dessas?

- Sim.

- Bem, tudo bem. Agora fecha a janela.

- Mas...

- Está frio, minha querida, e alguém pode entrar por aí.

- É que...

- Maiko, o que você está escondendo? - Ela diz, olhando pela janela.

- Nada... - A menina olha.

O pássaro não está mais lá.

- Mas como...? - Ela encara a janela.

- Minha filha, vamos, feche a janela - A mãe diz. - Pode haver muitos ladrões por aí. E as crianças também podem ser levadas por eles. E eu não quero isto para você. Tudo bem?

Maiko confirma, fechando a janela.

- Boa noite, filha.

A Nevasca E Outros ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora