Capítulo 3: Desejos

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— V-Você não vai arrumar confusão, vai? — Seus olhos são suplicantes, quase me enganam. 

 Reviro os olhos — Tch, não se preocupe, meu amor — Beijo docemente a bochecha linda e corada dela. — É você que vai arrumar confusão comigo se decidir mudar de rota. — Meu tom é ameaçador, porém baixo.

O sinal bate, percebo que é minha hora de ir. Alguns alunos começam a entrar na sala e sentar em seus lugares em dupla. Sorrio para minha mulher.

— Te vejo em casa — Acaricio a lateral do pescoço dela.

{Em casa}

Oliver está quieta demais, não me olha e nem parece que está respirando. Será se assustei ela demais? Não... Não, ela deve ter me traído! É isso!

Lanço um olhar severo para ela. Estou sentado no sofá, enquanto Oliver está no chão escrevendo algo bobo no livro dela na mesinha de centro da sala. 

Sinto o nervosismo dela ao perceber meu olhar profundo e massivo.

— O que há de errado? — Sua voz quase treme..., quase. — Eu que te pergunto — Relaxo minhas costas contra o sofá. — Fez algo que eu não gostaria de saber? — Digo com sugestão.

— Não, eu não fiz.

— Então por que está tão quieta? — Suspiro irritado. — Parece uma criança birrenta. Não tenho paciência para as suas bobagens. — Ao me ouvir Oliver se vira abruptamente para mim. Apoiando as mãos em minhas coxas e me olha suplicante, mas raivosa.

— A Maria é do seu trabalho não é? Eu vi ela saindo de lá, eu vi! Eu sei o que vi — Seus olhos se enchem de lágrimas. Fofa.

— É isso? — Rio da expressão chorosa dela. — Não se preocupe. — Acaricio o cabelo dela. Nessa posição parece cachorrinho e o seu dono. Claro, eu sou o dono. 

12 de Novembro 2000.

Os papéis na minha mesa pareciam que nunca acabavam. Meus olhos percorriam cada letra imprimida daqueles papéis perfeitamente arrumados. Quando de repente ouço batidas na porta do escritório.

— Sim? — Logo a porta se abre e Maria entra com um sorriso tímido, pelo menos acho que ela estava tentando parecer recatada. 

— Olá... — Seu corpo perfeito entrou totalmente dentro do escritório, de seguida fechando a porta atrás de si. Maria se aproximou lentamente até mim, segurando uma pasta branca. — Aqui, este é um novo caso. 

— Do que se trata? — Pareci genuinamente curioso enquanto agarrava a pasta e a abria em cima da minha mesa. Folheei, lendo atentamente.

— Algo sobre um desaparecimento... Na verdade vários desaparecimentos. Eles veem acontecendo dentro da casa das próprias vitimas. — Ela explica. Sua voz tão bela e musical. Olho para Maria, meus olhos percorrendo cada centímetro daquela delicia. Minha boca se abre um pouco. Me imagino f- — Jake? — Ela corta meus pensamentos de luxúria.

— Sim? — Pisco histericamente voltando a realidade. — Bem, ah... é.. — Ajeito a gola da minha camisa social cinza. — É algo bem incomum, não? Já entrou em contato com os investigadores dos casos? — Balancei a cabeça, tentando parecer comum.

Um silêncio prevalece. Pego a pasta que ela havia me estregado e coloco no meu colo, escondendo minha "animação".

— Não, eu ainda não entrei em contato — Ela fala logo após aquele silêncio constrangedor. Suspirei suavemente aliviado. — Há, ok. Eu mesmo faço isso. Pode ir agora — Sorri tentando manter a postura reservada e normal.

Sua cabeça assentiu lentamente. O canto dos seus lábios se curvaram suavemente para cima em um sorriso caloroso. Foi estonteante ela caminhar de costas para mim até a saída do meu escritório. Não pude de olhar suas belas pernas, coxas e...

{...}

A brisa passava pelos meus cabelos um pouco grande e cor de mel. Quando de longe avistei no estacionamento, Oliver, parada ao lado do meu carro, com os braços cruzados. Senti uma fúria subir em minha garganta, até meus olhos. 

Me apressei para alcança-la. Parei na frente dela a encarando.

— Se divertiu com a sua amiguinha Maria? — Um tom de desafio percorreu meus tímpanos. Estava fervendo meu sangue, eu podia senti-lo pulsando nos meus ouvidos e pulsos. 

— O que você está fazendo aqui? — Tentei manter um tom calmo, escondendo minha irritação pela presença dela ali. — Vim visitar meu marido querido. Queria retribuir seu favor. — Um sorriso se alargou, revelando seus dentes perfeitos e brancos. 

Grunhi frustrado. — Se já fez isso, podemos ir agora? — Ergui minha mão para pressionar o botão da minha chave do carro, porém Oliver se aproximou mais de mim, me encarando. 

— Amor, o que está escondendo de mim? — Merda, Oliver, você quer jogar essa baboseira comigo?!

Suspirei, tentando manter a civilização. — Em casa a gente conversa, querida — Falei entre os dentes.

— Eu sei... Você ainda sente algo pela Maria — Seus olhos caíram em tristeza e decepção. Revirei os olhos, ainda quase explodindo de fúria.

— Você não confia nas minha palavras? — Tentei persuadi-la com meu tom carinhoso e levemente perverso. — Hein? Doce... — Acariciei a bochecha dela com as costas da minha mão suavemente. 

— Eu fico tão magoado quando você desconfia de mim... — Atuei uma expressão de decepção e mágoa. Sei que Oliver caíra facilmente como um ratinho na ratueira.

— Amor... Eu não queria... — Sua voz treme de nervosismo. — Oliver, eu te amo... Por que então que desconfia tanto de mim?! — Elevei a voz um pouco.

A brisa continuava assoprando. 

— Eu não quero te perder, Jake — Abruptamente os braços dela envolveram minha cintura musculosa e rígida. — Por favor, Jake... Não me deixe — Ela sussurrou suplicante. 

— Meu amor~ Nunca irei te deixar — Beijei o topo da cabeça dela a confortando. — Te amo muito~ — Sim, eu te amo... Eu amo te fazer agonizar por mim.

{Em casa}

Oliver havia acabado de sair do banho. Seus cabelo úmido, finos e cintilantes. A toalha ainda envolvia o corpo magro, delicado e pálido dela. 

A olhei, reparando cada detalhe. Toda diferença dela e da Maria, é que; Maria é sensual, sexy e gostosa. Já a Oliver... Ela é delicada e suave, o que me dá vontade de machuca-la.

— Não vai se vestir? — Perguntei em um tom curioso. — Eu queria... Ter algum momento com você — Ela se sentou ao meu lado na cama e apoiou a cabeça em meu ombro. Me virei para ela para a ver melhor.

— Oh, minha Oliver — Penteei o cabelo dela com os meus dedos. Sentindo aqueles fios úmidos e cheirosos. Havia aroma de baunilha. — Me deixe sentir sua pele... ~ — Minha voz saindo rouca e maliciosa. Aproximei meu rosto do pescoço dela, enterrando totalmente na curvatura do pescoço e ombro fino dela. Respirei fundo aquele cheiro de flores tropicais e baunilha misturado.

Não resisti e a coloquei deitada na cama, me colocando em cima dela. Meus olhos escanearam cada centímetro daquele corpo e rosto suave. Lambi meus lábios, já não resistindo a aquela tentação de pecado.

— Você faz de propósito, não faz? — Mordisquei a orelha dela enquanto sussurrava. — E-eu... — Oliver gaguejou. Percebi o rubor preenchendo as bochechas dela.

Sorri maliciosamente me divertindo com a timidez dela. — Você gosta? Quer que eu continue? — Sussurrei em sugestiva.

— Sim, eu quero — Agora transpareceu firmeza nas palavras da minha mulher. — Assim que eu gosto — Comecei a beijar o pescoço dela levemente e suave. Eu queria ser carinhoso com ela, mas não sabia quanto tempo eu iria conseguir me segurar.

Movi meus lábios até os dela, pressionei contra, a beijando apaixonadamente e caloroso. Minha língua explorava o interior da boca dela, e a dela a minha. Era perceptível a resposta do corpo dela as minhas ações provocativas. 

Toxic Home/ BR {Dark Dome} +15Onde histórias criam vida. Descubra agora