Capítulo 16: Ovelha no Menu - Pt 1

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Não tirei da minha cabeça as palavras do delegado e investigador pessoal do caso dos desaparecimentos. Sobrenatural? Isso seria impossível, não acredito em Deus e nem no inferno, então obviamente não me senti convencido. Mas, por algum motivo, sinto uma pulga atrás da orelha.

_Jake Versão_

4 de Dezembro de 2000.

Saí dos meus pensamentos quando uma figura esbelta e dourada apareceu em minha visão. Pisquei os olhos, voltando a realidade deprimente.

— Sim, Maria? — Ergui meus olhos a ela, para aquele rosto que parece uma arte... Ou somente as modelos das revistas da PlayBoy.

— Eu fiz o que me pediu. — Após ergueu umas impressões que peguei e olhei com curiosidade. — Parece que as pesquisas mais digitadas são sobre esse site.

— Satus? — Pronunciei lendo as xerox em minhas mãos. Eram impressões de porcentagem de pesquisas na web, estando em 3 lugar o site. — O que tem de importante? — Joguei as folhas em cima da mesa e olhei para a mulher, intrigado.

A mesma cruzou os braços, tomando uma postura pensativa, o que a deixou mais sexy, elevando os seios avantajados e me dando ondas de excitação com a tal visão. Calma Jake, você pode se satisfazer depois!

— Há muitos comentários dos internautas dizendo que as publicações deste blog são postadas antes mesmo dos casos ocorrerem. — Aquelas palavras me fizeram rir em zombaria.

— Me poupe de baboseira, isso aí deve ser Fake News, pff. — Recostei-me na cadeira, alargando a gravata de forma relaxada.

— Mas Jake isso pode ser relevante! — Percebi o aumento desnecessário do tom.

— Esquece isso, Maria... — Suspirei frustrado e fechei os olhos, tentando esquecer a pressão que estava sendo.

— Jake, por favor... Pense sobre isso- — Antes que ela terminasse, me levantei abruptamente, com os olhos abertos e pura impaciência, a fazendo pular e recuar.

— Cala a porra da boca, vadia! — De certa forma era isso que ela era, uma vadia.

{9 anos atrás}

— Assim mesmo... Droga! Você sabe o que está fazendo... — Falei entre gemidos, com meus dedos entre os cabelos sedosos dela. Encarando aqueles olhos chocolates para mim. Pressionei para mais fundo, a fazendo se engasgar.

Não era culpa minha que minha masculinidade era grande mesmo na juventude.

Porém, meu calor brochou por um momento quando senti os lábios de Maria saírem de mim e seu rosto ser prensado várias vezes contra a parede de pedra dos fundos da escola.

— Mas que merda! — Gritei suspendendo as calças e notando de imediato que quem estava fazendo aquele horror era Oliver, a garota fofa que faz dupla comigo na aula de biologia.

— Vadia! Ele é meu! Sua trapaceira! Boca de piranha! — A loira gritava enquanto segurava os cabelos da morena, batendo o rosto dela contra a parede. Era audível o som dos impactos, e por algum motivo aquilo reacendeu a excitação. Eu queria continuar me sentindo daquele jeito, então não fiz nada para ajudar Maria, só assisti, batendo uma.

{4 de Dezembro de 2000}

— Como foi a festa de Natal? — Falei sem interesse direto no assunto, queria saber se ela ainda mantinha contato com aquele professorzinho bombadinho.

— Foi ótimo. — Sentou-se ao meu lado no sofá, na qual eu estava lendo um jornal sentado. Senti o cheiro do chá de camomila que ela segurava e bebia calmamente. Notei uma hesitação em sua expressão, em como comprimia os lábios e suspirava pensativa.

— O que há de errado? — Juro que se for traição eu vou te matar, Oliver.

— Não é nada... Eu acho. — Seus globos oculares claros me encararam, fazendo-me concentrar em seu rosto angelical e adorável. — Aconteceu uma coisa e acho que é só coisa da minha cabeça.

Suas palavras tiraram uma ponta curiosa minha. Me virei de lado, para lhe dar mais atenção e ouvidos.

— Diga-me. — Franzi ligeiramente a testa.

— Encontrei um professor, tirando fotos das meninas pequenas... — Oh, oh

— E daí? E se foi só para o anuário? — Dei de ombros, não querendo ver problema nisso. Aliás, podia ser algo inocente, não é?

— Sei, eu sei! Mas teve um momento que vi ele tentar tirar foto por debaixo da saia de uma. — Sua voz se tornou trêmula, medrosa e confusa. Talvez não fosse inocente.

Segurei seu rosto entre minhas mãos, olhando-a com carinho, que existia apenas na cabeça dela. Eu tinha um carinho por ela, mas não do jeito que ela pensava.

— Vai ficar tudo bem. Mais cedo ou mais tarde você vai ver que não é nada demais. — Beijei sua testa e a abracei. — Mhm... e qual é o nome dele?

{...}

— John Montares? Por que quer que eu pesquise sobre ele? — Maria perguntou com dúvida, erguendo uma sobrancelha.

Suspirei, frustrado só em pensar sobre o assunto. Apoiei meus cotovelos na mesa e descansei meu queixo nas costas das minhas mãos, olhando atentamente a 'deusa' morena.

— Só quero ter certeza de que esse cara esteja nos... — Puxei minha gravata, me dando mais conforto no pescoço. — trilhos.

— Posso começar agora mesmo a investigação. — Ela franziu as sobrancelhas, esperando uma confirmação da minha parte.

— Comece. — Demandei.

Maria saiu do meu escritório, sendo uma das cenas que mais gosto... Suas costas e bunda. Bufei, deixando minha luxúria de lado. Liguei meu notebook, discando a senha PIN. 1991.

Com isso entrei na web, digitando o nome do site, Satus. Eu estava curioso e cético ao mesmo tempo. Não era possível um site de meia tigela saber de tudo, né? Dei-me de cara com o Front-End do site. Me lembrava a um blog de notícias, ou fofocas.

Rolando mais a tela, encontrei alguns anexos, alguns eram vídeos de internautas, outros fotos de jornais e uma coisa mais importante me chamou atenção, arquivos que ninguém nunca postou, o que me deu um palpite.

— O dono está sempre nos locais dos crimes... — Sussurrei para mim mesmo, entrando em uma certa compreensão.

Eu estava absorto naquilo, naquelas imagens. Decidi imprimir todas as páginas, caso eu precisasse disso mais tarde. Senti meu celular vibrar, o peguei e olhei que era o despertador, avisando que era hora de ficar de olho na Oliver.

Lá estava aquela figura majestosa, angelical e frágil. Enquanto ela andava para fora da escola, permaneci dentro do carro, estacionado um pouco longe, mas tendo uma boa visão da entrada. Avistei o professor engomadinho, correndo atrás dela para entregar uma pasta de trabalhos. O sorriso gentil, a atitude boba e tímida, aquilo era irritante.

Aguardei eles se despedirem, liguei o carro dirigindo perto da calçada para a alcançar. Abaixei o vidro, fazendo-a me encarar com horror.

— Eu te avisei, Oliver... — Falei com um suspiro. — Entra. — Mantive meu tom baixo, calmo e não alarmante.

Observei a mesma fazer o que eu mandei, sentando no banco do passageiro ao meu lado. Não pude deixar de notar a pasta transparente que aquele puritano a entregou.

— Está muito absorta nas amizades de trabalho. — Comentei amargo, enquanto fazia a curva da esquina, seguindo para a estrada principal.

— Não foi nada demais. Apenas esqueci isso, os desenhos de colorir natalino. — Seus olhos avaliavam a estrada à frente, ainda com aquele tom desafiador.

— Sabe... Podíamos sair hoje. — A olhei pelo canto dos olhos, querendo ver sua reação.

— Realmente?! — Bingo, aqui está, sua atenção só para mim, de novo.

Sorri, confiante. — Sim, eu já fiz reserva naquele restaurante que você ama. — Descansei minha mão em sua coxa, apertando suavemente. — Já pense no que vai querer comer, porque eu já sei o que quero. — Falei com sugestiva, olhando descaradamente para ela e suas bochechas coradas. Tão linda.

Toxic Home/ BR {Dark Dome} +15Onde histórias criam vida. Descubra agora