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Capítulo 25: Anjo Caído

Meu peito estava trêmulo de cada batida do meu coração, mas mantive minha expressão e ações sob controle. Observei Kyle andar pela casa, procurando por alguma coisa. Oliver não estava, o que nos deixou preocupados, bem só me deixou furioso por seu desaparecimento imprevisível.

6 de Dezembro de 2000.

_Jake Versão_

— Terminei aqui. — Suspirei ao me levantar, após limpar o sangue no chão. Não queria que eu tivesse conectado a algum crime.

— Nada da Oliver. — Murmurou o moreno com pesar enquanto se aproximava de mim com os braços cruzados em tensão.

Claro que não fomos presos, mesmo tendo invadido uma casa. Nenhum nojento como John iria ser inocentado. Dei a ele uma castração de presente, fazendo os policiais terem que o levar para o hospital às pressas ou iria morrer, não que eu me importe se ele morresse. Por sorte, algum vizinho escutou os tiros e ligou para a polícia.

— Que estranho. — Indaguei, encarando os papéis de desenho espalhados pelo balcão. Andei até o lixo da cozinha e o abri, vendo cacos de vidros da xícara que minha mãe deu de presente.

Da última vez que Oliver sumiu, ela apareceu...

— Sótão, vamos pra lá. — Dei um tapa rápido no braço musculoso de Kyle o convidando para me acompanhar. Era alívio saber que quase ela desaparece não significa que ela está com esse bastardo.

— Ela já sumiu assim? — Perguntou ele com curiosidade, seguindo meus passos alarmados escada à cima.

— Uma vez. — Respondi seriamente, concentrado. Puxei as escadas dobráveis, dando acesso ao sótão misterioso. Nunca fui lá, não depois da mudança. Apenas coloquei ali coisas sem importância.

Subimos com cautela, para apenas nos depararmos com escuridão e a luz de cima pendurada, amarelada iluminando pouco o ambiente. Tossi com a poeira, olhando para todos os lados, buscando respostas.

— Dá última vez ela estava aqui. — Murmurei ao olhar para Kyle que estava alheio a mim, encarando um espelho esquisito.

Aproximei-me, com certo receio no peito. Toquei seu ombro e encarei nossos reflexos. Isso era estranho, muito estranho. Nossa imagem está borrada de arranhões e poeiras. Fiz uma careta ao ver o estado em que eu estava. Vestido esfarrapado, cabelo bagunçado e hematomas pelo corpo.

{...}

— Você pode ficar aqui, mas só até Oliver aparecer. — Falei irritado, enquanto jogava alguns lençóis no sofá com um travesseiro murcho que encontrei no fundo do armário.

— Talvez ela tenha fugido com um cara mais interessante que você. — Brincou o moreno com um sorriso arrogante nos lábios. Ele deitou de modo relaxado, os braços atrás da cabeça.

— Não me provoque. — Falei entre os dentes e bufei.

Subi para meu quarto compartilhado, agora solitário e sombrio. Deitei-me na cama macia, encarando o teto. Oliver havia se machucado com a xícara? Ela quebrou aquele presente por raiva...? Não iria buscar ajuda de autoridades, ela não poderia estar tendo haver com os desaparecimentos.

Ela era especial, sim, de um jeito patético, mas nada atraente para ser sequestrada. O que eu tenho que fazer é ter paciência e esperar pelo retorno da criatura.

A noite foi silenciosa até um tempo, quando então começou uma tempestade de neve, fazendo galhos de árvores baterem no telhado e janelas, criando um clima nada amigável. Perdi o meu sono, tendo o tédio como companhia.

Ouvi um som da porta. Olhei e estava aberta, uma silhueta se aproximando de mim de fininho e se jogando na cama ao meu lado.

— Que diabos é isso?! — Pulei de susto e liguei o abajur ao meu lado na mesinha de cabeceira. A luz fraca iluminou o suficiente para eu perceber que era Kyle.