Capítulo 24: Respostas e Fins?

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O sol estava mergulhando para baixo da terra, os flocos de neve caíam friamente sobre minha pele, me dando a sensação mais gostosa do que de um abraço. As ruas estavam ficando aos poucos cobertas de neve. Isso iria divertir as crianças mais tarde, com esse pensamento sorri enquanto destrancava a porta da frente da minha casa.

6 de Dezembro de 2000.

_Oliver Versão_

Meu coração sentiu alívio quando entrei. Minha alma já estava levemente aliviada por ter compartilhado minha situação com alguém, mesmo que eu não esperasse que fosse a inimiga do meu marido.

Fiz um café preto com adoçante, aproveitei para ser infantil e adicionei chantilly por cima, por sorte tinha cerejas em conserva na geladeira. Coloquei uma no topo e ri com a graça que ficou. Peguei meu material de desenho que estava guardado há alguns anos.

Algumas coisas ficaram fora da validade, então joguei fora e fiquei com o restante que era utilizável. Agradeci que os gizes estivessem intactos, pois era o meio mais divertido de pintar que eu achava. Coloquei tudo no balcão da cozinha e comecei a dar espaço a minha imaginação enferrujada. Tomei pequenos goles do café durante todo o processo, ficando um bigode de chantilly em cima de meus lábios logo abaixo do nariz.

Eu tinha que tornar minha tarde um conforto, não poderia ficar remoendo as coisas, isso só pioraria. Uma parte minha queria pensar no que fazer, já que sentia que certas coisas foram desbloqueadas, me dando a percepção que algo está errado. Isso era errado, sofrer por alguém que deveria te amar, é errado.

Quando percebi, havia desenhado o mesmo bonequinho de palito que papai fez, porém o sorriso mais aberto, rodeado de árvores coloridas. Se eu queria ser diferente do destino do meu pai, eu tinha que começar, tinha que enxergar a verdade. Dessa vez eu quero sair disso.

Na garagem, peguei um martelo que Jake usava para algumas obras em casa, coisa de homem, como ele diz. Reuni toda força, mesmo que não estivesse acostumada com exercícios físicos regulares, pois meu marido disse que mulheres como eu eram fracas demais. Mas não sou fraca para decidir o que eu quero. Com o martelo e bati duas vezes no cadeado da caixinha que encontrei atrás do quadro, fazendo-o despedaçar em pedaços.

Larguei o martelo de lado e abri com um certo desespero. A pulsação do meu coração era audível em meus tímpanos, trazendo mais nervosismo aos meus movimentos enquanto abria a caixinha.

Dentro encontrei várias cartas de cartomante, algumas pedras supostamente de feitiçaria, algumas imagens esquisitas desenhadas. Então, mais uma carta. Aquelas cartas eram da vovó?!

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Diário

&/09/90

Meu bem precioso, Oliver... Está uma linda garotinha. Aqueles cabelos loiros iguais aos do pai, meu querido filho.

Desejo tudo de bem a ela, mas infelizmente... Terei que tomar decisões de seu destino, com certeza ela irá me odiar quando descobrir essa loucura.

Isso é para a segurança dos dois mundos, caso isso não seja feito, uma grande tragédia recorrerá.

Pagaremos pelos nossos erros futuros.

O universo, OS UNIVERSOS são um grande mistério, até para mim.. uma humilde cartomante.

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Toxic Home/ BR {Dark Dome} +15Onde histórias criam vida. Descubra agora