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Capítulo 8: O Sótão

_Jake Versão_

31 de Setembro de 2000.

- Então, Jake... - Aquela voz irritante ecoa pelos meus ouvidos, o que manda sinais ao meu corpo todo em tensão. - Eu sei que me odeia, mas preciso que me ouça. - Continua ela. - Precisamos reunir forças.

Rio em sarcasmo. - Unir forças? Você e eu? - Coço meu queixo em desconforto. Desvio meu olhar para o teto, onde começo a pensar o que essa vadia quer de mim.

Kelly Swest faz parte de outro canal de TV, para ser exato; do canal inimigo. As duas redes sempre competiam para saber qual emissora iria expor mais relatos bem detalhados. Kelly faz parte da outra, a que faz ser minha maior rival, ainda mais porque ela cuida dos mesmo tipos de casos que eu.

Não sei porque, mas eu odeio ela... Ela é forte e independente, diferente de Oliver e isso me irrita.

- Isso é algum tipo de piada? - Olho para Swest novamente. - Sabe que podemos perder nossos empregos assim! - Exalo.

- Shh! Fale baixo. - Seu corpo curvilíneo se inclina para frente, então de sua boca sai sussurros. - Ouvi dizer que todos os superiores de TODAS as emissoras, estão a planejar uma promoção para repórteres como você e eu. - Ao ouvir, arregalo os olhos ligeiramente e me inclino para frente, dando toda a minha atenção a mulher.

- Que tipo de promoção? - Sussurro de volta.

- O tipo que faz qualquer um trabalhar 10 vezes o dobro. - Afirma ela.

Minha mão rasteja meu meu torso até minha gravata, que logo afrouxo e começo a desabotoar dois botões da minha camisa social cinza. Engulo seco e pisco os olhos histericamente, tentando processar aquelas palavras.

A sorte sorriu para mim.

- Você está falando sério? C-Como... - Gaguejei, ainda querendo digerir. Após me recompor, a encarando decidi perguntar. - Como você descobriu essa informação? - Ergui uma sobrancelha, suspeitando da mulher a minha frente.

A mesma se endireitou na cadeira almofadada, com o olhar preso ao meu.

- Escutei ao passar em frente a sala de reunião e então... Ouvi tudo. - Confessou.

{...}

Todos os cômodos da casa estavam com luzes apagadas. Bocejei e apertei o interruptor que logo fez a lâmpada do hall de entrada e da sala de estar se ligar e iluminar todo o ambiente.

Foi esquisito, a Oliver não havia chegado. Franzi a testa e subi as escadas até o nosso quarto. Deixei minha bolsa na cama e retirei minha camisa. Em seguida retirando meus sapatos e meias.

Tomei um banho quente e prazeroso, obviamente me estimulei pensando em Maria.

Ao sair, coloquei uma roupa confortável, uma calça moletom cinza e uma regata preta justa que se colava ao meu abdômen tonificado.

Me joguei na cama, encarando o teto naquela escuridão. Única iluminação era a luz da lua que apenas era uma penumbra fraca e rápida.

Olhei para o relógio no celular, minha língua se estalou no céu da minha boca ao perceber que já eram 2:20 da madrugada.

1 de Dezembro de 2000.

- Porra, Oliver... Cadê você... - Murmurei para mim mesmo, como se Oliver pudesse me ouvir xingar.

Esfreguei as têmporas e fechei os olhos, respirando fundo usando um método para dormir rápido, mas não consegui. Algo me incomodava e era a falta de Oliver.

Com um gemido de frustração, me levantei ligando o abajur amarelado que ficava em cima da mesa de cabeceira. Caminhei pelo quarto, segurando o celular na mão e discando o número da Oliver nas teclas.