Capítulo 13: Amor de Mãe

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Pode conter;
S3xu4lizaçao, dependência, palavrões.

2 de Dezembro de 2000

8:29 PM.

O jantar de reunião estava sendo maravilhoso. Quem mais puxava assunto era Kelly, contando suas diversas conquistas no mundo jornalístico. Ben puxava o saco dela, babando seu ovo e querendo apenas comer ela depois. Eu podia ver isso nos olhos do tal.

Ryan Flynn, sim..., esse é o nome do  delegado investigador que está dando uma de durão para qualquer emissora de TV. Escaneio-o com um olhar de rabo de olho. Reparando bem suas características.

Seu cabelo é castanho escuro, era perceptível alguns fios grisalhos. Eram finos e parecia sedoso. Suas roupas eram esporte fino. Tênis, blusa social branca e uma calça de alfaiataria.

— Fico agradecida que o senhor tenha aceitado a nos ajudar. — A voz dela corta meus pensamentos ao se direcionar ao Flynn.

— Mhm, Ben me disse que vocês não estavam buscando coisas egoístas e queriam apenas ajudar os moradores. — Ele falando com tom profundo e sério. — Ainda não decidi ajudar. — Os dois braços robustos se cruzam em frente seu peito.

Ergo minhas sobrancelhas surpreso e tenso. Percebi que Kelly parece quase fazer a mesma expressão que eu, mas seus lábios ficam ligeiramente abertos.

— M-Mas você falou que iria ajuda-los! — Ben diz confuso e hesitando. Ele ajeita a armação dos óculos, os empurrando para trás para firmar no osso do nariz.

Franzo a testa, começando a ficar aborrecido.

— O que quer de nós? Dinheiro...? — Elevei minha voz, demonstrando a irritação e indignação.

— Jake... — Kelly me olha com demanda mas apenas ignoro essa vaca.

— Não quero que meu tempo seja desperdiçado. — Apoio minhas mãos espaçadas na mesa e faço impulso para me levantar em um drama manipulativo. — Sinceramente, tenho uma esposa me esperando em casa... — Resmungo pegando minha bolsa.

— Ei... — Novamente aquela profundidade de tom ecoa pelo espaço. — Se precipitando? Me fale mais sobre os planos de vocês. — Um sorriso provocativo e brincalhão se espalhou nós lábios quase enrugados de Ryan.

Ele... Sorriu?

{10 Anos atrás}

— Cara! A Giovannye me deu um chá ontem. Sabe o que quero dizer né? — O idiota de sobrancelhas grossas cutuca minhas costelas com seu cotovelo.

— Nojento! — O mais baixo responde enquanto joga em seu gameboy. —  A Giovannye transou com McKlareen nos trocadores. Você sabe, Klareen tem fama de ter HIV.

Todos ali riem, debocham de quanto Willian é idiota por ficar com uma marmita rodada.

Mas em todo aquele alvoroço, meus olhos caiem em uma garota em que, estava sentada na carteira juntamente cercada por três amigas. Sua pele é morena e dourada, cabelos pretos e ondulados como o mar. A sensação de olhar naqueles olhos e compara-los a chocolate amargo era bom e gratificante.

— Aquela é Maria certo? Vocês não eram amigos desde do primário? — Jony, meu melhor amigo. Ou... Apenas uma peça de companhia.

— Sim, mas faz um tempo que não falo tanto com ela. — Suspirei cruzando os braços. — As coisas mudam, Jon.

Não conseguia parar de olhar cada canto de seu corpo e imaginar minha lingua se arrastando com prazer por ela. Sentir cada sensação dos seus poros tocando meu músculo molhado e úmido.

Lá estava ela, sentada atrás da escola fumando. Gravei na mente que Maria fazia isso para tirar a ansiedade. Aprendeu com o pai abusivo.

Me aproximei, me encostando a parede ao lado dela.

— Pode me passar? — Estendi a mão a fazendo olhar para cima. Seus olhos brilharam e seu sorriso era mais branco que leite.

Peguei o cigarro e coloquei entre meus lábios, me fazendo tragar profundamente e assoprar a fumaça cinza contra o ar.

— Pensei que nunca mais falaria comigo. — Maria fala com aquela voz tão madura para a idade dela que fazia qualquer membro ficar ereto.

— Ah... Faz tempo. — Cocei meu braço e desviei o olhar para o lado.

— Eu gostava quando a gente brincava no parque de polícia e ladrão. — Maria falou em um tom nostálgico e divertido.

Por muitas coisas pessoais na minha vida e da dela, paramos de nos falar, assim como todo o resto do grupo de amigos da época.

Seus lábios tocando nos meus, são coisas que nunca irei esquecer. Minha parte favorita era quando eu inalava o cheiro de coco do seu shampoo nos seus cabelos.

— Tem certeza que sua mãe não está em casa? — Ela falou ofegante enquanto eu dava chupões em seu pescoço.

— Relaxa, ela saiu para as compras. — Falei contra sua pele. — Por que a preocupação? — Afastei meu rosto de seu pescoço para encara-la. Estávamos deitados na cama, eu por cima, é claro.

Percebo que Maria hesita e contorce o nariz de forma desconfortável.

— Você sabe... Sua mãe nunca gostou de mim.  Na verdade de nenhuma garota que socializa com você. — Meus olhos grudam em seus lábios que ela passa a língua para umedece-los. — Por que isso?

Essa pergunta me faz congelar, prender a respiração. Com um certo aborrecimento e um muro que separava qualquer pessoa desse tópico, eu me levantei da cama e passei a mão pelos cabelos.

— Não fique fazendo perguntas idiotas.

— Só foi uma pergunta casual. Não sei que é o problema. — A morena se levanta estressada e posso ver sua confusão também.

Me virei para encara-la. Franzi o cenho e mordi meu lábio inferior. Ela não precisava saber, ninguém precisava.

No meu aniversário de 8 anos, eu lembro do meu presente especial.
Depois da festa, papai estava levando o lixo para fora de casa, enquanto eu estava encarando minha mãe com curiosidade.

— Todos me deram presentes, menos a senhora! — Bufei cruzando os braços e um certo beicinho estampado.

— Meu amor, você receberá. — Vanile se agachou e beliscou gentilmente minha bochecha esquerda. — Você já é um homenzinho, merece seu presente especial da mamãe.

Sorri contente, com os olhos brilhando a esperança. Talvez seria um caminhão de brinquedo? Max Steel? Hotwheels? Não, não foi nada disso.

De repente senti seus lábios franzidos no canto do meu lábio, quase os acertando em cheio. Arregalei meus olhos de surpresa e me arrepiei quando sua boca se direcionou aos meus ouvidos e sussurrava as seguintes palavras; "Mamãe será a única mulher que merece seu amor."

Talvez mamãe seja a única mulher que mereça um valor. Ela é a mais pura de todas, a mais bela, a mais gentil, a que sempre se preocupou e que vai se preocupar.

Ela é a única que merece meu amor.

2 de Dezembro de 2000.

— E se eu te falar que não é humano que está fazendo os desaparecimentos? — Aquelas palavras fizeram-me erguer os olhos até o homem másculo e sério.

Toxic Home/ BR {Dark Dome} +15Onde histórias criam vida. Descubra agora