Capítulo 11: O Delegado

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2 de Dezembro de 2000.

— Como está sendo a semana, senhor Jake? — A voz profunda de James me percorre.

Novamente estou em mais uma sessão com ele, meu terapeuta. James Kevin, 43 anos, tem dois filhos e uma esposa maravilhosa; Nina Kevin com seus 39 anos.

Ele parece o homem formado de vida boa e resolvida, porém ninguém sabe e muito menos a esposa perfeita, que ele a trai todas as sextas com uma garota de 16 anos no café do Owen, sempre as 14h quando a garota sai da escola.

— Minha semana foi muito difícil.. — Pigarreei e ajeitei a manga abotoada no meu pulso.

— Problemas relacionado ao seu casamento? — Novamente, parece que ele já sabe. Sou um tipo de disco arranhado?

Suspirei farto de toda tensão frustante e esmagadora. Encarei um pote de metal na mesa de centro na qual separava a poltrona dele e o divã em que eu me encontrava deitado.

— Eu trai minha esposa com a mãe dela. — Falei com certo pesar falso e forçado. Não poderia dizer que eu gosto de pegar aquela coroa esbelta e cuidada.

— Hm? — O terapeuta arregala ligeiramente os olhos, tentando processar a bomba que joguei naquela sala. — V-... —Em choque ele se recompôs. — Você o fez? Você... Jake, preciso que olhe para mim. — Exige com seriedade.

O olhei nos olhos.

— Quanto tempo você está nessa? — Aquela pergunta não foi profissional, foi curiosa e quase animada com a minha realidade.

— Desde dos meus 16 anos. — Admiti, mas dessa vez com vergonha.

— Me deixa ver se eu entendi. — O homem de grisalho pigarreia e ajeita a postura para a coluna ereta. — A mãe da sua esposa fazia sexo com você desde da sua juventude? — Ele fala com descrença e até nojo.

{...}

Estou separando os documentos imprimidos por Maria, tudo sobre o que ela conseguiu reunir de relatos e fatos sobre os desaparecimentos incomuns e esquisitos.

Oliver estava fora e sem notícias. Quando acordei ela não estava em casa ou muito menos fez meu café da manhã, também não atendia meu telefone. Achei que eu poderia cuidar disso depois.

— Não sei o porquê ainda insisto em ir as minhas sessões. — Comento com a secretária enquanto esfrego minha mão no queixo.

— Você não faz o tipo que tem que ir a terapias. — Maria provoca e cruza as pernas, apertando propositalmente o interior de suas coxas.

Uma batida inesperada percorre a porta do escritório, me fazendo elevar meu olhar até a morena e a esperar atender.

A mesma o faz, abrindo a porta e revelando a morena de cabelos curtos e pele de porcelana, Kelly Swest.

Meus lábios logo abriram um sorriso contente e egoísta. Ergui minha mão, abanando o ar e mandando Maria sair de lá.

— Sente-se, por favor. — Apontei para a poltrona e ela se sentou. Me sentei em uma poltrona de frente para ela. — Boas novas? — Falei provocando.

— Sim... Bem, eu consegui falar com um amigo intimido do delegado que está investigando pessoal os desaparecimentos. — Aquela notícia fez meu coração parar por alguns segundos.

Como ela conseguiu?

Franzi a testa, esperando mais explicações e complicações.

— E então? — Ergui uma sobrancelha e mordi meu lábio inferior em nervosismo.

Toxic Home/ BR {Dark Dome} +15Onde histórias criam vida. Descubra agora