Pov:Karol
Três dias após a revelação pública das fissuras em nosso relacionamento, a Disney convocou uma reunião com todo o elenco de "Soy Luna". A atmosfera carregada de expectativa e apreensão pairava no ar enquanto nos sentávamos para discutir o futuro da série que havia se tornado mais do que apenas um projeto para nós.
O executivo da Disney, com uma expressão séria, começou a falar sobre a possibilidade de um filme de "Soy Luna". Os olhares entre os membros do elenco se cruzaram, refletindo uma mistura de surpresa e entusiasmo. Um filme significaria uma extensão da jornada que começamos na série, uma nova oportunidade de explorar os laços que construímos ao longo dos anos.
Para mim, no entanto, o impacto da notícia era mais profundo. O roteiro potencialmente envolveria uma história romântica entre meu personagem e o de Ruggero, uma narrativa que ecoaria com a nossa própria realidade. Aceitar essa oportunidade significaria confrontar não apenas os desafios na tela, mas também os que havíamos enfrentado fora dela.
Durante a pausa para reflexão, percebi que a decisão que tomaríamos redefiniria não apenas a narrativa da série, mas também a trajetória do nosso relacionamento. Aproximar-me de Ruggero em frente às câmeras não seria apenas uma representação ficcional; seria um passo real em direção à cura.
Na reunião subsequente, após intensas considerações, o elenco decidiu aceitar a proposta de realizar o filme de "Soy Luna". O entusiasmo que brilhava nos olhos de todos era evidente, e eu compartilhava dessa emoção, ainda que cercada pelos escombros da nossa história recente.
O filme se desenrolaria nas ruas de Buenos Aires, um cenário que, de certa forma, testemunhara nossa história como elenco e como indivíduos. Enquanto os preparativos para as filmagens começavam, enfrentei a realidade de que teria que me aproximar de Ruggero não apenas como colega de elenco, mas como parceiro romântico nas telas.
Os dias que antecederam o início das filmagens foram marcados por ensaios intensivos e uma tensão palpável entre Ruggero e eu. Cada cena compartilhada se tornava um terreno delicado, onde as linhas entre a ficção e a realidade se misturavam.
Pov: Ruggero
Os dias que antecederam as filmagens do filme de "Soy Luna" foram um turbilhão de emoções para todos nós. No cenário de Buenos Aires, onde cada esquina parecia carregar uma memória compartilhada, o desafio de interpretar meu personagem, Matteo, enquanto tentava reconquistar Karol era mais do que uma simples atuação; era uma oportunidade de reconstruir o que estava quebrado entre nós na vida real.
Nos ensaios, eu me esforçava para incorporar o charme e a determinação de Matteo, procurando maneiras de fazer com que as linhas do roteiro ressoassem além das câmeras. A tensão entre Karol e eu ainda era palpável, mas eu estava determinado a transformar essa energia em algo positivo, algo que pudesse nos unir novamente.
- Acredite, Karol, eu sei que errei. Mas Matteo está disposto a lutar pelo que ama. - Eu dizia, olhando nos olhos dela durante as cenas, tentando comunicar com mais do que palavras.
Os ensaios eram uma dança delicada entre o roteiro e a realidade, uma oportunidade de encena não apenas as cenas da série, mas também os momentos especiais que compartilhamos. A cidade de Buenos Aires, com sua atmosfera romântica, parecia conspirar a favor desse renascimento.
À medida que as filmagens começavam, a química entre Karol e eu se tornava mais evidente. Cada cena compartilhada era uma chance de expressar o que palavras não conseguiam transmitir. Os sorrisos, os olhares, eram tentativas silenciosas de reconstruir a confiança que fora abalada.
No entanto, fora do set, a realidade persistia. Nossas interações eram polidas, nossas palavras escolhidas cuidadosamente. As feridas da traição ainda estavam frescas, e o caminho para a reconciliação era íngreme.
Chegou o dia da coletiva de imprensa para anunciar oficialmente o filme de "Soy Luna". A excitação no ar era palpável, mas o nervosismo persistia em nossos corações. A sala estava repleta de jornalistas ansiosos por respostas, e a pergunta inevitável sobre o relacionamento entre Karol e eu estava prestes a ser feita.
- Karol, Ruggero, como estão as coisas entre vocês? Os fãs estão curiosos para saber se a relação entre Luna e Matteo se reflete na vida real. - Um jornalista questionou, direcionando a pergunta a ambos.
Karol tomou a dianteira, sua expressão cuidadosamente controlada.
- Bem, como qualquer casal, nós enfrentamos nossos desafios. Mas estamos trabalhando nisso e seguindo em frente. O filme é uma oportunidade para todos nós crescermos, como profissionais e como pessoas. - Ela respondeu, mantendo a resposta neutra.
Eu assenti, acrescentando: - A jornada de Luna e Matteo é uma história de superação, e acreditamos que essa narrativa se estende também às nossas vidas pessoais. Estamos comprometidos em fazer o melhor filme possível e esperamos que os fãs continuem a apoiar não apenas a história, mas também o esforço que colocamos nela.
A coletiva continuou com perguntas sobre o enredo do filme, as locações em Buenos Aires e os desafios de reprisar os papéis após algum tempo. No entanto, a sombra de nossa história pessoal continuava a pairar, mesmo quando tentávamos focar na narrativa fictícia diante de nós.
Nos dias que se seguiram, o entusiasmo pela produção do filme só crescia. O set de filmagem tornou-se um campo de trabalho e cura, onde cada cena gravada era uma tentativa de reconciliação. À medida que o projeto avançava, eu continuava a seguir o exemplo de Matteo, persistindo na busca pelo amor e redenção.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tudo Um Dia Volta
Hayran KurguHavia se passado alguns anos desde que Karol Sevilla e Ruggero Pasquarelli, ambos conhecidos por suas participações em "Soy Luna", tinham se visto pela última vez. O tempo havia afastado os dois, e a história que compartilharam durante as gravações...