Nove

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Léo Pereira
📍rio de janeiro, barra da tijuca
📆 01 de Setembro de 2023

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— O que diabos você tá fazendo aqui, Léo? — Gica perguntou, saindo de trás do balcão e vindo até mim.

— Estou bem sim amor, e você? — Ironizo e ela revira os olhos.

Na verdade, nem eu sei o que eu tô fazendo aqui. Só fiquei com vontade de ver ela, e hoje avisei que faltaria treino pra ir ver os meus filhos, mas Taina pediu pra ir à tarde e como eu estava com a manhã livre, tinha o endereço do trabalho de Gica, uni o útil ao agradável.

Só de ela estar a minha frente, o meu sangue ferve. Ela fica uma gostosa, com a calça colada, o cabelo amarrado e óculos de grau. Tem outro maquiagem no rosto, o que só a deixa mais linda, e a boca, a qual ela mordia o lábio inferior, com receio ou talvez raiva.

— Sério Léo, você não pode vir aqui. — Diz, olhando por cima do meu ombro e para os lados, talvez torcendo que a alguém não me reconhecesse. — Podem ver você, e fora que aqui é para alunos da faculdade.

— Quem disse que eu não sou aluno? — Ergo as sobrancelhas, colocando o boné e os óculos outra vê.

— Ah é?! — Ela desdenha, cruzando os braços e apoiando o corpo em uma perna só. — E que curso você faz?

Me aproximo em um passo, querendo foder pra atrás daquele balcão, e torcendo para sermos assistidos, assim todos poderiam ver como é ter essa mulher nos braços. Estou tendo que ter um auto controle absurdo, se não...

— Fisica e Química. — Respondo, tocando sua cintura. — Um de tarde e o outro durante a noite. — Existe um duplo sentido eminente em minha voz, e a vejo arrepiar com isso.

— Leonardo...

— Oi Gica, voltei! — Ela é interrompida por uma moça que se aproximou, sentando na cadeira disponível ao lado da que estava próximo dela. Nos dois a olhamos. — Pode ir pro seu intervalo. — Ela sorriu para nós dois.

— Ah claro. — Resmungou a morena. — Não vou poder tirar intervalo hoje, tenho que devolver tudo isso as prateleiras. — Informou, indo até um carrinho ali próximo, lotado de livros.

— Deixa aí, eu devolvo tudo. — Falou. — Pode ir.

— É, vamos sair um pouco e comer alguma coisa. — Sugeri e Gica me olhou brava, como se fosse me matar a qualquer segundo.

— Não, eu prefiro adiantar meu trabalho e não ter que sair tão tarde hoje. — Respondeu. — Vou devolver isso as prateleiras. — Disse e saiu empurrando o carrinho.

Apenas dei um sorriso a outra moça, que não tive tempo de reparar ou decorar seu rosto, e segui atrás da Gica. Ela apressou o passo quando percebeu que eu estava logo atrás, mas eu sou jogador, se ela quisesse correr, teria que ser o Cristiano Ronaldo para me passar. Logo, eu estava ao lado dela, sorrindo como nada tivesse acontecendo.

Alguns alunos me encararam, sem muito se importar, mas tive que virar o rosto quando vi um cara com a blusa do Flamengo. Sou invisível. Gica entrou em um corredor com prateleiras de cor amarelas, e bufou cruzando os braços parando de frente pra mim. Tirei o boné e o óculos, colocando um no bolso de trás da calça e o outro pendurado na blusa.

𝐈𝐆𝐔𝐀𝐑𝐈𝐀 ━━ Leo PereiraOnde histórias criam vida. Descubra agora