Dois

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Giovanna Meneses
📍rio de janeiro, barra da tijuca
📆 30 de agosto de 2023

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Fiquei bem mais do que deveria, porque até bater parabéns na virada da noite eu fiquei. Entretanto, isso gerou inúmeras fofocas deliciosas, inclusive de uma ex-bbb loira chata, que bebeu além da conta e queria porque queria, ser beijada em público pelo Lil trap. Óbvio, ele sugeriu que ela fosse pra casa e ela foi.

A tal da Júlia Rodrigues, ficou cercando ele a noite toda, e quando ambos sumiram no meio da festa, eu só precisei olhar para a direção certa, e seguir até lá. Os gemidos eram aterrorizantes, mas me aqueceu as bochechas, e quando voltei ao meu posto, tive a visão de camarote do jogador, saindo do local, arrumando a roupa de personagem do Roblox.

Já era quase uma e meia da manhã, e eu já tinha vendido tanta fofoca, que posso até largar meu emprego amanhã mesmo se quiser. Mas, preciso viver de aparência e fazer todo mundo acreditar que eu trabalho naquele muquifo por necessidade, que dali tiro todo meu sustento. Como meus pais já morreram, não tenho que me justificar com eles, e meus dois melhores amigos já sabem o que faço pra ter uma renda extra.

Falando assim parece que sou prostituta, e por mais que eu admire a profissão, não me vejo ingressando.

— Tá tendo a maior confusão lá na frente. — Algum disse, e minha antenas se atentaram àquilo. — Parece que algumas pessoas estão tentando entrar.

Essa era a minha deixa, cruzei o salão e fui até o banheiro. Verifiquei algumas vezes a roupa, para só então entrar em uma das cabines, limpando a privada e aí sentando para fazer minhas necessidades. Antes de sair da cabine, mandei mensagens a Fifi, avisando que meu tempo já havia acabado e que eu iria embora. Contei o motivo, e ela mesma pediu que eu fosse.

Verifiquei mais uma vez o vestido, retocando o batom e por fim saindo do cubículo. Os caos havia se instalado nos minutos em que fiquei a parte da festa, alguns seguranças estavam perto da área do camarote vip familiar do Lil Festinha. Algumas pessoas já havia ido embora, não os achei com os olhos.

Três mulher, com a blusa do flamengo estavam sendo levadas até o dono da festa, e duas delas xingavam horrores. Discretamente, retirei o telefone da bolsa e fiz várias fotos e vídeos. Principalmente do jogador camisa 10, se responsabilizando por uma das moças. Ela era alta, do tamanho dele na verdade, parecia ser a única que não estava ali pra afrontar. Morena, pele bronzeada e de cabelos ondulados.

Gabriel a colocou por trás de si, e li seus lábios quando ele disse:

— Dessa eu cuido, pode retirar as outras. — Ordenou e os seguranças acataram. Me fazendo rir de forma oportunista.

— Fifi vai amar saber disso. — Sussurro, tirando mais uma foto.

Guardo o telefone, com um sorriso convencido e vitorioso. Mais uma festa de penetra e sem ser descoberta. Giro meus calcanhares, em direção a uma das saída oposta a principal, e sinto meu corpo se chocar com o de alguém. Meu corpo trava na hora, então elevo o olhar e dou de cara com o zagueiro do Flamengo, loiro e de olhos claros, dono daquela imensa tatuagem nas costas que fez ano passado. Ele mesmo, Léo Pereira, que me encarava, como se tivesse descoberto meu maior segredo.

— Achei que fosse proibido tirar fotos na festa, e também fazer o uso do telefone. — Disse.

Ele estava com as mãos nos bolso da frente da calça social que usava. Me olhava com ar de superioridade, e por segundos, me senti uma corça indefesa, prestes a ser devorada pelo lobo mal, mas, estufei o peito e sorri ladino.

𝐈𝐆𝐔𝐀𝐑𝐈𝐀 ━━ Leo PereiraOnde histórias criam vida. Descubra agora