Oito

2.6K 257 91
                                    

••
Giovanna Meneses
📍rio de janeiro, barra da tijuca
📆 01 de setembro de 2023

••

Yazi e Henri dormiram lá em casa, nos últimos dias e confesso que me senti bem mais tranquila com eles lá. Sempre fui muito sozinha, e ter a companhia deles é reconfortante. Voltei ao meu habitat natural, vulgo, atrás do balcão da biblioteca da faculdade. Estou usando uma calça jeans, uma camiseta básica e um casaco fininho de trigo branco, que minha vó fez pra minha mãe, e hoje em dia eu uso.

Meu cabelo tá preso em um rabo de cavalo, e estou usando óculos hoje também. Acordei com dor de cabeça então, decidi que iria usar ou então pioraria muito, e estou afim de visitar minha vó hoje, não quero chegar lá com dor de cabeça, e ser obrigada a tomar um chá de planta. Oh nojeira.

Por ser sexta-feira, a universidade tá bem menos movimentada, só oito alunos vieram devolver ou pegar livros emprestados. A maioria, alunos do andar da medicina, ou direito. Aprendi a filtrar a diferença de cada um, até mesmo pelos títulos dos livros, alguns pelo caráter. Se bem que tem aluno de medicina, que são tão educados, que tenho até medo. Esses dá até pra brincar de pedir para não receitar só dipirona.

Outros eu nem me dirijo a palavra, e alguma minoria quando me vê no balcão, da meia volta e espera entrar minha coleira branca, pra poder vir tirar dúvidas. E olha que eu nem sou tão tingida, minha pele é de um tom bronze, como se eu tivesse pegado muito sol na praia e ficado assim.

— Nossa, eu vou trancar essa faculdade. — Ouvi alguém dizer, me tirando do meu raciocínio. — Sério, tanto curso bacana, escolhi logo biólogia? — Indagou a amiga do seu lado, colocando um livro sobre plantas em cima do balcão.

— Oi, posso ajudar? — Falo gentilmente.

— Oi Gica, pode sim! — Ela responde, não sei o jo da maioria, mas a maioria sabe o meu, por conta do crachá. — Quero devolver esse e pegar o volume dois, com o mesmo título. — Falou com um ar de desgosto.

— Dia difícil? — Pergunto, enquanto pego o livro e coloco no carrinho para devolver as prateleiras depois.

— Péssimo. — A outra quem responde. — Temos uma prova na segunda, e nem o professor sabe o que ele tá dando na matéria. — Choramingou, deitando a cabeça no ante-braço.

Dou um risinho, e digito o nome do livro no computador e coloco como entregue, em seguida busco o livro que ela quer.

— Ele tá no corredor dezesseis, da ala amarela. — Digo e ela sorri pra mim. — Quer que eu busque ou te mostre? — Indago.

— Não Gica, não precisa. — Diase gentil. — E obrigada, você é demais. — Em seguida, saiu andando junto da amiga.

Sorrio e nego com a cabeça, logo ela vai voltar aqui e preciso anotar o que ela vai pegar emprestado. Me senti na cadeira de rodinhas, vendo se tem algum prazo de livro vencendo, e tem pelo menos dezessete pessoas com o prazo vencendo. Reviro os olhos, pra quê eu fui pesquisar, agora vou ter que mandar um e-mail de um por um, avisando. Como se alguém, atualmente lesse e-mails.

— Oi Gica bom dia. — Ergo o olhar a voz conhecida, já abrindo um sorriso.

— Oi neném, tá fazendo o que aqui? — Pergunto a Henri, que da de ombros.

𝐈𝐆𝐔𝐀𝐑𝐈𝐀 ━━ Leo PereiraOnde histórias criam vida. Descubra agora