Armistice

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Armistice • No português "Trégua" que advém do gótico triggwa. Ato de interromper momentaneamente condições ou ato desagradável. No caso, a suspensão de um clima tenso, que se formou por pura falta de diálogo. Na juventude as vezes nos falta clareza sobre o momento correto de verbalizar coisas que precisam ser ditas. A falta de maturidade nos leva por caminhos mais tortuosos e nos fazem ser... estúpidos.

Você já foi estúpido por alguém, leitor? Eu já.

Boa leitura,

Alguém.

🌊

Lauren Jauregui Point Of View

Imóvel, era assim que me encontrava após abrir a porta e me deparar com Camila ali, também estática me olhando com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança. Queria não me afetar, mas ela estava linda.

- Oi, Laur.

- Oi, Camz! - me forcei a dizer seu apelido para não soar descortês, mas a minha vontade era de fechar a porta e voltar pro quarto. Não lido bem com as coisas quando estou chateada.

- Posso entrar? Queria conversar com você um pouco...

Foi impossível conter meus olhos de escorregar pelo corpo de Camila e ver como ela estava linda naquele fim de tarde. Provavelmente ela já estava arrumada para sair com nossos amigos e me acendeu o alerta de que eu deveria fazer o mesmo, mas para sair com Becky.

Outra coisa que eu havia notado, era a embalagem do Los Cubanitos em suas mãos, e ao julgar pelo tamanho, parecia ser uma sobremesa. Ela sabe como me dobrar.

- Claro que pode, entra! - empurrei a porta para que ela pudesse passar por mim e suspirei quando senti o cheiro floral do perfume que ela usava. Ah, como eu estava fodida.

- Você prefere conversar onde? - perguntou após virar seu corpo para mim, ainda no hall. - Acharia melhor que fosse no seu quar-

- NÃO! - me exaltei e meu grito agudo ecoou pela casa. Apertei os olhos me sentindo culpada. - Não, é que meu quarto está bagunçado, sabe como é... - disse a primeira coisa idiota que me veio em mente e cocei minha cabeça.

- Qual é, Lauren? Eu já vi seu quarto tantas vezes e todas elas estavam parecendo uma zona de guerra. - a latina revirou os olhos e eu não tinha como refutar a verdade.

Como explicar para ela que meu quarto estava bagunçado com todos os desenhos que eu havia feito dela ao longo desses anos e naquele momento estavam espalhados porque jogaria tudo fora? Eu estava tentando ser rebelde, Camila.

- Mas tudo bem, se você não se sente confortável, podemos pelo menos ficar na piscina? - sua voz carregava decepção. Eram raras as vezes que eu negava algo para Camila, e aquele era um motivo idiota.

- Vamos lá! O que você trouxe aí? - apontei para a sacola curiosa.

- Para de ser curiosa e vamos logo... - falou com um sorriso teimoso querendo brotar em seu rosto.

E assim ela me deu as costas, caminhando decidida para a parte de trás da casa, onde ficava a piscina e a vista que eu tinha para o mar. Ali era um dos lugares favoritos dela e na maioria das vezes em que estávamos juntas, era onde escolhia ficar para apreciar uma boa visão das águas de Corona del Mar.

Bufei, mas acompanhei os passos apressados da latina bunduda a minha frente. Por mais que eu estivesse me sentindo triste em relação a todas as nossas mudanças nos últimos meses, eu não conseguia tratá-la mal.

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