Collision

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Collision • Em português Colisão. É o que é, o ato de colidir é confrontar; mas também é o ato de se chocar, se sentir baqueado. Ouvir o que não quer pode ser dificultoso, mas pior do que ouvir é presenciar o que não quer. Camila e Lauren... vocês são mestres nisso.
Qual jovem nunca se deixou guiar pelos sentimentos, não é mesmo Lauren? Em situações de frustração, cometer atos impulsivos se torna a via de escape. O problema é quando a situação foge do controle se tornando uma encrenca. É Clara... você não esperava por essa, esperava?

Leitores, vocês aprontavam muito?

Boa leitura,
Alguém.

🌊

Newport Beach Police Department - 00:45 a.m

Lauren Jauregui Point Of View

Eu estava fodidamente encrencada. As luzes brancas da NBPD incomodavam os meus olhos, enquanto estava sentada em uma sala isolada para menores de idade ao lado de Becky e Vero.

A agente parada na porta nos encarava séria, mas no fundo eu sabia que o leve curvar nos cantos de seus lábios era sinônimo de graça. Ela estava se segurando para não rir, e eu dividia minha atenção entre ela e o tic-tac do relógio que ficava bem acima de sua cabeça, pendurado na parede cinza sem graça.

- Eu falei que era uma péssima ideia, Jauregui! - Veronica sussurrou em um tom birrento no meu ouvido. - Sabe qual meu erro? Ser amiga demais.

Estava prestes a responder Vero quando a risada suave de Becky entrou pelos meus ouvidos.

- Vocês se preocupam atoa... relaxem. Qual adolescente nunca deu uma voltinha na polícia? - Becky falou encostando a cabeça no meu ombro.

- EU?! Eu nunca dei voltinha em polícia. - Vero soltou exasperada e apontou para Becky e mais uma vez a risada inundou a sala e dessa vez senti seus olhos quentes me fitarem.

- Hey, você está bem? - seu tom saiu extremamente baixo, cuidadoso e preocupado. - Você está calada faz um tempo e, olha, não se preocupa. Isso aqui não vai dar em nada.

- Eu estou bem, mas quando Clara Jauregui chegar aqui eu tenho que rezar muito. - falei e minha voz saiu quase como um miado de tão baixa.

Eu estava me sentindo culpada. Nunca tinha sido irresponsável a esse ponto e por um momento de frustração eu tive certeza de que fiz merda. E constatar que essa merda poderia abalar a confiança dos meus pais comigo, me afetou conforme fui entendendo o que estava acontecendo.

- Branquela, se a tia Clara chegar aqui falando espanhol eu juro que vou 'pra casa com a Becky. E ela não tem escolha. - minha amiga soltou em um tom derrotado se esparramando na cadeira que estava sentada. - Será que eles têm um lanchinho? 'Ta me dando fome.

Antes de Vero levantar-se, a porta da sala abriu e um homem de meia idade cujo sobrenome bordado no uniforme identificava-o como Gomez entrou e seu olhar era reprovador. Os olhos castanhos e os traços latinos me fizeram abrir a boca alguns centímetros. O olhar amigável passava um ar paternal e conhecido demais para mim. Se eu pudesse abriria um buraco no chão e fugiria por ele. Era a porra do pai da Becky.

- Boa noite, meninas. Eu já liguei e conversei com os responsáveis, então aguardem aqui até que eles apareçam para assinar a liberação de vocês. - olhou cada uma de nós e voltou sua atenção pra mim. - E Rebecca, menos de duas semanas que estou de volta, você já conseguiu aprontar nesse nível? Me espere aqui, que assim que as meninas forem liberadas, nós vamos para casa. - seu olhar estava visivelmente decepcionado e eu continuava muda encarando Frank Gomez que estava no canto da sala, conversando com a agente de plantão.

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