Click

8.9K 907 1.3K
                                    

Click • Termo advindo do inglês, que no Brasil é considerado uma onomatopeia usada com a intenção de imitar certos ruídos, como o gerado quando alguém pressiona um botão ou gatilho.

Nem sempre estamos atentos a tudo que nos cerca como deveríamos. Como humanos temos a tendência de colocar coisas e pessoas em um lugar em nossas vidas e esquecermos de revisar periodicamente, porém as vezes um segundo ou uma simples pergunta com tons de ingenuidade são o suficiente para causar um despertar. E a partir dai reparar em coisas as quais resistia se torna inevitável. Não é mesmo, Camila?

Caros leitores, vocês já tiveram um "click" na vida?

Vejo vocês pelos comentários,
Alguém.

🌊

Narrador Point Of View

No dia seguinte Lauren acordou com uma dor de cabeça como se tivesse se embriagado, mas aquilo era reflexo do tanto que havia pensado em tudo o que aconteceu no dia anterior.

Foi uma enxurrada de acontecimentos e por mais que jurasse para si mesma, não estava preparada para muitas coisas que viveu. Foi inconsequente sim e aquilo a perseguiria por muitos dias.

Naquela manhã, tudo era feito de forma automática por Lauren. O banho matinal, a higiene e as roupas para o colégio... tudo fora feito como se ela não se importasse com muita coisa. Sabia que ao abrir a porta de seu quarto, possivelmente seu pai estaria a esperando em algum canto da casa, já que ouviu quando ele chegou de viagem pouco tempo antes do seu despertador tocar.

Se olhou no espelho uma última vez, jogando o cabelo para o lado e percebendo o resquício de olheiras em seu rosto. Deu de ombros, também sem se importar e lembrou-se de garantir os óculos escuros. Esconderia a cara de sono e os possíveis falatórios em Fairmont, pois tinha certeza de que as pessoas já saberiam.

Por um momento, procurou pelas chaves de seu carro e grunhiu frustrada por lembrar-se que não o veria nem tão cedo, depois do que havia aprontado.

Resolveu encarar o seu dia de uma vez e saiu do quarto mais cedo que o normal, porque ainda teria a conversa com seu pai e não tinha como fugir daquilo. A casa estava silenciosa, mas ela sentia que não estava sozinha quando desceu as escadas, indo para a cozinha.

Como o previsto, Michael Jauregui segurava uma xícara de café entre seus dedos e com a outra segurava o jornal, mantendo toda a sua concentração. A garota limpou a garganta, conforme se aproximava e sentiu falta com os outros lugares vazios na mesa. Pensou que ninguém tivesse acordado ainda.

- Bom dia, papa. - cumprimentou assim que chegou ao lado do homem, que desviou sua atenção para olhar a filha parada ao seu lado.

- Bom dia, mi hija. - apesar de sério, não deixaria de lado o carinho e cuidado que tinha ao falar com a sua garotinha.

- Onde está todo mundo? - perguntou ao puxar a cadeira para se sentar ao lado de Mike.

- Sua mãe saiu mais cedo para deixar Taylor e Chris no colégio. Cheguei faz pouco tempo e já estou sabendo do que aconteceu ontem... - o homem soltou um suspiro e deixou o jornal na mesa para poder dar atenção a conversa que teria com a filha. - Queria entender o porquê fez aquilo. Um racha clandestino, filha?

- Eu só queria me divertir um pouco e achei uma grande ideia na hora, papa, sei que fui irresponsável em pensar assim. - suspirou derrotada.

- Agora você tem uma infração com a polícia e um carro apreendido. Valeu a pena a sua diversão? - o Jauregui mais velho observava atentamente sua filha.

Newport BeachOnde histórias criam vida. Descubra agora