18. Seungmin é generoso

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Subitamente, uma língua de sogra se desenrolou diante do rosto de Seungmin, assustando-o com um sobressalto na cadeira

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Subitamente, uma língua de sogra se desenrolou diante do rosto de Seungmin, assustando-o com um sobressalto na cadeira.

— Feliz Páscoa! — disse Seulki, sua colega de trabalho, entregando-lhe um bombom, escondido dos outros funcionários.

Bombom de licor de uva. Tudo bem que era o bombom mais popular do país, vendia em qualquer loja e praticamente todos gostavam. Seungmin gostava também, mas conhecia alguém que amava aquele bombom mais do que qualquer outra pessoa. Alguém que deixava uma pilha de embalagens no canto do quarto que sempre tirava sua paciência.

Passaram-se quase dois meses desde que Seungmin foi parar no apartamento de Yang Haein às quatro da manhã.

Nas primeiras semanas eles conversavam regularmente, um pouquinho por dia, sempre com a esperança de que, de pouquinho em pouquinho, eles teriam um tudo. Então a rotina de Seungmin se apertou e ele dava um passo para a frente e três para trás. O problema não era o progresso lento, mas o fato de não saber para qual direção que estava indo.

Jeongin sempre o convidava para sair, tomar um café, ir ao cinema. Havia dias em que ele digitava textos enormes para se justificar, dizendo que só queria vê-lo, sem outras intenções. Os céus sabem o quanto Jeongin tentou se aproximar. Mas é que Seungmin tinha compromissos.

O primeiro mês no emprego novo foi quase sem folgas, repleto de reuniões que exigiam que ele mostrasse toda sua competência para manter a vaga em potencial. O coração nem estava na agenda, muito menos na rotina. Depois da vaga garantida, afrouxou a gravata e pôs a cabeça no lugar.

A primeira manhã de Março. Ele se lembrava dela em todo o resquício de sua carne vil: fez um café e queimou a ponta da língua enquanto sentava na varanda. A paz que sentiu com o solzinho da manhã, a brisa bagunçando seu cabelo, era sem moderação. Pegou o celular, querendo mandar mensagens para todos, sua irmã, sua mãe, Jisung, até para o cachorro da avó de Jisung se fosse possível.

Então, se deparou com uma mensagem de Jeongin. Curta, breve, certeira. Resumida em poucas linhas para contar que ele estava indo para Jeju definitivamente.

Em um estado anestesiado de negação, Seungmin quase espatifou a caneca no chão. Levantou em um pulo, correndo para o quarto com o celular na mão, enquanto lia e relia a mensagem. Notou que ela havia sido enviada há quatro dias. O que quer que tenha pensado em fazer, ir até as barcas correndo, ir ao aeroporto, implorar... Era tarde. Acabou.

Naquele dia, se deixou vencer pelo cansaço de continuar lutando. No dia seguinte, estava bem. Ou pelo menos fingindo estar. Ou pelo menos empurrando, de novo, seus sentimentos para o fundo da mente e preenchendo todo o resto com trabalho até que estivesse completamente alienado e morrendo de exaustão. Já não era mais tempo para arrependimentos.

Voltando para a realidade, Seungmin sacudiu o rosto.

— Achei que você tivesse ido para a casa — Seungmin sorriu feliz, a felicidade de ganhar um chocolatinho no fim do expediente aquecendo suas bochechas. — Tá tarde.

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