Capítulo Cinco

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O DIA 6 de julho caiu num sábado. Se pudesse escolher, Jenna preferia um dia de semana, pois estaria ocupada na McCue durante todo o dia e, portanto, manteria o nervosismo de estar com Spencer sob controle. Mas os ovários não entendiam nada sobre apreensão. Operavam sempre igual. A temperatura seguia o modelo estabelecido, permanecendo bem abaixo do normal até o dia 8.

Spencer ligou na sexta de manhã antes de ela sair para o trabalho.

- Só queria confirmar nosso encontro - disse.

- Não é um encontro - repreendeu-o. - É uma reunião. - Estava determinada a manter tudo bem claro quanto à natureza da ligação. Spencer não a escolhera como amante. Não podia fingir isso para si mesma e não podia deixá-lo pensar que ela estava acreditando nisso. Isso seria humilhante. As coisas já eram embaraçosas o suficiente sem esse detalhe.

- Reunião, então - concordou numa voz profunda, mas agradável. - Então estamos combinados?

- Estamos.

- Ótimo. - Bem à vontade, completou: - Marquei um encontro para que façam uns reparos no avião. O melhor mecânico fica no aeroporto de Norwood, a cerca de uma hora de sua casa. Está a fim de dar um passeio e me pegar amanhã à tarde?

- Hum, claro.

- Assim podemos conversar um pouco antes de... bem, podemos conversar.

Por um milésimo de segundo, Jenna imaginou que ele também estava se sentindo constrangido. Depois, afastou a possibilidade. Spencer não se sentiria constrangido quando o assunto era sexo. Era experiente demais.

- Parece ótimo - disse, conseguindo soar totalmente de acordo. - A que horas encontro você?

- Não vou conseguir sair até a tarde. Tenho que considerar o tráfego aéreo e um tempo para me assegurar de que o cara sabe o que eu quero... 18h30 é tarde demais?

Jenna sentiu um alívio imediato. - Assim está ótimo. - Isso significava que ela podia se manter ocupada o dia inteiro e só precisaria se preocupar em entreter Spencer no domingo. Na segunda de manhã, estaria de volta ao trabalho.
Até lá. - Dirija direto para o Hangar C - instruiu-a - e buzine para eu saber que chegou.

- Está bem. Tchau

Ele estava deslumbrante. Vestia uma camisa azul-marinho com as mangas enroladas, shorts caqui que deixavam suas longas pernas desnudas e mocassins. Tinha uma mochila velha jogada no ombro e uma maleta debaixo do braço e podia ser confundido com um yuppie de final de semana se não fosse pelas linhas marcadas do rosto. Elas eram arrojadas e lhe davam uma aparência rebelde em que sobressaía a cicatriz, o bronzeado e o cabelo escuro despenteado. E acima de tudo os olhos, sempre os olhos.

Com um suspiro de desconsolo e o coração em tumulto, Jenna acenou e esperou-o atravessar a pista de decolagem até onde o Jaguar estava estacionado.

Chegou a esperar que ele assumisse o volante. Em vez disso, ele abriu a porta do carona, jogou a bagagem no banco traseiro e entrou.

- Desculpe - murmurou e olhou para a frente.

- O maldito mecânico esqueceu meu telefonema e foi embora. O sócio estava aqui, mas ele não sabe a diferença entre o traseiro e o cotovelo. Ele não vai tocar em meu avião.

- Então o que você vai fazer?

- Mac vai estar de volta na segunda e providenciar o conserto. - Ele a olhou. - Esperou muito tempo?

- Cinco minutos. Não é nada. - Ela não conseguia tirar os olhos dos dele. Estavam mais intensos do que nunca, e ainda assim distraídos. - Você parece cansado. Teve um vôo difícil?

A Aventura - Barbara DelinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora