Chapter One

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Chicago, 26 de abril de 2016

Tris

- Tris, acorda! Vamos nos atrasar! - grita Caleb pela 1863725827 vez.
Olho para o relógio. 7:00 h em ponto.
Meu Deus! Caleb me acorda as sete horas em ponto, sendo que a aula só começa as oito, e ainda diz que vamos nos atrasar? Qual é, só mais alguns minutos, por favor!
- BEATRICE PRIOR! NÃO ME OBRIGUE A JOGAR UM BALDE DE ÁGUA NA SUA CABEÇA!
- JÁ TÔ INDO CARAMBA! - grito de volta.
Esfrego minha mão em meu rosto, para tentar espantar o sono, e me levanto.
Meia-hora depois, estou na cozinha tomando meu café da manhã. Meu irmão tem o costume de assistir o telejornal nessa hora, então resolvo me juntar a ele na sala. Pego minha tigela de cereal e me sento ao seu lado no sofá.
- Nossa, o que deu nessa cabecinha de vento pra vir assistir o jornal comigo? - diz Caleb, roubando uma colherada do meu cereal.
- Estava me sentindo sozinha na cozinha, então resolvi vir assistir jornal com o meu maninho querido - digo, e Caleb apenas revira os olhos, sorrindo.
Nossos pais, não sei porque raios de motivo, resolveram visitar uns parentes lá em Los Angeles ( e nem me levaram, poxa! ) e nos deixaram sozinhos, com Caleb no comando. É claro. Caleb é o filho perfeito. Tem notas altas, não se mete em encrencas, apenas estuda, e eu sou completamente ao contrário. Não que eu seja uma loira burra, estilo líderes de torcida, mas também não sou uma aluna nota 10. Minhas notas são medianas, as vezes algumas notas baixas, mas sendo me meto em encrencas. Quase toda a semana, meus pais fazem uma visitinha ao diretor. Uma vez eles fizeram um jantar aqui em casa, apenas para falar sobre mim. Pois é, um jantar!
- Tris, olha - Caleb me cutuca, indicando a televisão com a cabeça.
Volto a minha atenção para a televisão, e vejo a moça bonita do jornal falar:
- Todos os países do mundo devem ficar em estado de alerta! A Rússia desenvolveu um vírus chamado XP-29, e o testaram em um rato. Mas o efeito acabou não sendo o desejado, transformando o rato em uma criatura que chamam popularmente de "zumbi". Os cientistas acabaram perdendo esse rato, e agora o caos está espalhado por toda a Rússia e parte da Europa, e rapidamente se espalhará por todos os continentes em poucas horas. Não, esperem! O vírus já chegou aos Estados Unidos! Repetindo: o vírus chegou ao Estados Unidos, Nova York, mais precisamente! O governo aconselha a todos que fiquem dentro de suas casas, não saiam por nada. Logo voltaremos com mais notícias.
Assim que a moça para de falar, o telefone toca, e eu atendo.
- Alô?
- Filha? Ai, graças a Deus! Você está bem? E o seu irmão? - Era a minha mãe.
- Estamos mãe, o vírus ainda está em Nova York, não chegou em Chicago. Mãe, o que vamos fazer?
- Escute, querida, não saiam daí. Eu e o seu pai vamos sair aqui assim que possível.
- Mãe, eu não vou deixar que a senhora e o papai se arrisquem, deixem que eu e Caleb vamos até vocês. De qualquer jeito, a comida não vai durar muito tempo, e temos que procurar nossos amigos.
- Beatrice, não saiam daí, escute o que estou falando...
- Mãe, nós vamos até vocês, sem discussão! Temos as armas aqui no porão, e vamos no carro de Peter. Está decidido!
Ouço minha mãe cochichar alguma coisa com meu pai, e então retorna a linha.
- Tudo bem, vamos esperar vocês aqui na casa de Jeanine. Vocês se lembram onde fica?
- Claro - digo, mesmo sem me lembrar, mas com certeza Caleb lembra.
- Ótimo. Tomem cuidado filha, amamos vocês.
- Nós também.
Quando a ligação termina, Caleb está paralisado no sofá.
- O que a mamãe disse?
- Vamos para Los Angeles - digo.
- Como?
- Vou ligar para Peter. Os pais dele também estão em Los Angeles, lembra? Arruma sua mala, vamos partir antes que essas coisas apareçam.
- O que eu coloco? - Caleb pode ser o maior nerd do mundo, mas sob pressão seu cérebro super desenvolvido não funciona direito.
- O essencial. Roupas, comida, produtos de higiene... Deixe que eu pego as armas.
Pego meu celular, e ligo para Peter. Após três toques, ele atende.
- Tris? Ai que bom, e agora? Como vamos encontrar nossos pais? - diz Peter, parecendo bastante preocupado. Somos melhores amigos desde pequenos, sempre aprontando juntos. Somos o " Trio Parada Dura". Eu, Peter e Christina, nossa outra amiga de infância.
- Minha mãe acabou de me ligar, ela está na casa da minha tia Jeanine, e eu e Caleb vamos até lá. Onde estão seus pais?
- Estão perto da casa da sua tia, provavelmente. Pelo menos, foi o que eles disseram.
- Maravilhoso. Vamos nós três até Los Angeles.
- Mas e Christina? E os outros?
- Eu não sei. Vou tentar falar com eles enquanto estamos indo, talvez eles convençam seus pais a ir conosco.
- Certo, vou arrumar minha mochila, e te encontro daqui 15 minutos na frente da sua casa.
- Ok.
Desço até o porão. O meu pai possui várias armas em casa, pois ele é policial. Ele nos ensinou a atirar, embora eu atire muito melhor do que Caleb. Ele sempre diz que só devemos usá-las em caso de emergência. Bom, a hora chegou.
Pego seis armas, três para nós usarmos e três reservas. Coloco várias munições em uma bolsa, e vou para a sala. Vejo Caleb parado, com quatro malas em mãos.
- Caleb, não sei se te disseram, mas estamos fugindo de zumbis, e não estamos indo a Paris de férias.
- Engraçadinha - diz ele, me dando duas malas. - Duas malas são para comida, uma é minha e a outra é sua. De nada.
Reviro os olhos.
Saímos de casa, e sentamos na porta, esperando por Peter. A rua está vazia, todos estão em suas casas, somos loucos por fazer isso, mas precisamos achar nossos pais.
Logo o silêncio é interrompido por gritos de terror, e logo nos levantamos.
Eles chegaram aqui em Chicago.

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