Estado de Iowa, 27 de abril de 2016
Tris
13:46 P.M.
Acordo num pulo. Tobias ainda está dormindo ao meu lado, com sua mão em... ai meu Deus!
- SEU TARADO! - berro, me levantando. Tobias acorda assustado, e os outros se aproximam de nós.
- Tris, o que foi? - pergunta Tobias, também se levantando.
- O que foi? O QUE FOI? VOCÊ ESTAVA PEGANDO NOS MEUS PEITOS SEU TARADO!
- O quê? Eu não! Por que eu iria querer pegar nos seus peitos?
- Eu sabia que você queria alguma coisa comigo. Com toda aquela coisa de fazermos pegadinha para a Nita juntos, de você dormindo ao meu lado. Mas adivinha: eu não vou cair nessa.
- Você é louca? - ele se afasta um pouco de mim. - Me desculpa se eu peguei nos seus peitos. Eu devo ter me mexido enquanto dormia, e minha mão deve ter parado ali.
- Tobias pegando nos peitos da Tris? - diz Nita, surgindo do nada- Essa é boa!
- O puteiro fica pro outro lado - digo.
- A noite estava boa ontem, não é? - diz Chris. - Aproveitou bastante os brinquedinhos que a Tris te deu de presente?
- Como você pode ter a coragem de vir até aqui depois de ontem? - Peter dá uma risadinha. - Eu se fosse você nem viajava mais conosco.
- Eu não me deixo abalar com essas coisas - Nita dá de ombros e se senta em um dos bancos, tentando ser sexy, mas sem sucesso. Reviro os olhos.
- Você deve estar tão acostumada com o fato de que todos nós aqui já vimos seu corpinho de vareta que nem liga - diz Lynn.
- Corpo de vareta? Olha quem fala!
- Prefiro ter um corpo de vareta e ser respeitada do que ter um corpo de vareta e transar com o primeiro que vê pela frente!
Nita parte pra cima de Lynn. Ela pula sobre Lynn e começa a lhe dar tapas no rosto, mas Lynn consegue sair de cima dela, e distribui socos na cara dela. Até iríamos apartar a briga, mas agora é Lynn que está batendo, então vamos apenas assistir. Lynn agora chuta o corpo de Nita em todas as partes de seu corpo. Na barriga, no peito, no rosto. Sangue escorre pelos lábios e pelo nariz de Nita. Logo vemos Eric e Will se aproximando para apartar a briga.
- Nita! Nita! - Eric pega Nita no colo, e ela começa a cuspir sangue. - O que vocês fizeram com ela?
- Você é cego ou o quê? - digo. - Lynn bateu nela.
- Mas por quê? - pergunta Will.
- Simples. Odeio ela - responde Lynn, limpando o sangue de suas mãos.
- Isso não é motivo para bater em alguém -diz Cara.
- Claro que é - diz Marlene. - Se for a Nita...
- Vocês vão me ajudar a cuidar dela ou não? - pergunta Eric.
- Não.
- Vo... você... vocês me... me pagam... - diz Nita, ou melhor, tenta dizer.
De repente, o ônibus dá uma guinada para a frente, e todos nós caímos. E então o ônibus finalmente para. Shauna surge da cabine do motorista, parecendo preocupada.
- Gente - diz ela - o ônibus quebrou.
- Como assim? - pergunta Caleb.
- O ônibus quebrou, ué. E parece que os pneus furaram também.
- E agora? - diz Zeke. - Deixamos nossos carros para trás. Como vamos continuar?
- Sinto muito por dizer isso - digo -, mas vamos ter que continuar a pé. Pelo menos até acharmos outra coisa.
- E Nita? Ela não vai poder andar - diz Susan.
- Deixe que o príncipe encantado carregue ela - pego minhas malas, e minha arma. - Peguem suas malas, mas peguem apenas o necessário, vamos evitar carregar muita coisa. E peguem uma arma, e fique com ela em mãos. Nunca se sabe.
Todos nós começamos a arrumar nossas coisas. Coloco o livro que estou lendo, algumas roupas, garrafas d' água, comida e um cobertor pequeno. Claro que eu vou ser a carregar mais coisas, pois ainda tenho a mala com as munições. Descemos do ônibus e seguimos a pé pela estrada cheia de corpos apodrecendo. Vou na frente, liderando.
- Caleb, você tem um GPS? - pergunto.
- Tenho, por quê?
- Você pode ver em qual estado estamos? Estou me sentindo meio perdida.
- Vou tentar - ele pega seu GPS e começa a digitar várias coordenadas nele.
- Pelo tanto que andamos, acho que já estamos perto de Las Vegas - diz Uriah.
- Se estivéssemos perto de Las Vegas, seria deserto, e não floresta - diz Marlene. - Acho que estamos no Colorado.
- O Colorado é quente - diz Peter. - Aqui está um pouco frio.
- Não estamos nem em Las Vegas e nem no Colorado - diz Caleb. - Aqui diz que ainda estamos em Iowa.
- Iowa? Fala sério! - exclama Lynn. - Ainda falta muito para Los Angeles.
- Vamos achar alguma coisa Lynn - diz Peter, colocando sua mão no ombro dela. - Nem que seja uma carroça.
Lynn ri. Acho que está rolando alguma coisa entre eles, mas ainda não sei se é apenas amizade ou algo a mais. Já Marlene e Uriah são completamente apaixonados um pelo o outro, apenas não declararam. Ouvi Uriah dizer que iria pedir Marlene em namoro, mas com toda essa coisa de apocalipse deve ter esquecido. Christina está tentando se aproximar de Will, o que deve ser um pouco difícil, já que ele é amiguinho de Eric. Zeke e Shauna, nem preciso dizer nada. Esses dois são a vida um do outro.
Vendo esses casais, uns começando a se formar, outros já consolidados, percebo que estou carente. Preciso de alguém do meu lado, que sempre me apoie, que sempre me console, que sempre esteja lá pro que der e vier.
- Quer ajuda com as malas? - diz uma voz atrás de mim, me tirando de meus devaneios. Tobias.
- Não, obrigada - digo, curta e grossa.
- Ah, qual é Tris, vamos dar uma trégua nessa briguinha boba, por favor! Temos que nos unir para encontrar nossos pais, certo?
Olho para ele, desconfiada. Eu não sei se posso acreditar nele, mas ele tocou em um assunto delicado: os meus pais.
- Pelo os meus pais. E toma, isso estava me matando - digo, lhe dando a mala com as munições.
- Você vai ver, vamos ser grandes amigos.
- Não vai se animando.
De repente, ouço um grito estridente, vindo de trás do grupo.
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Real Love
Science FictionChicago, 26 de abril de 2016 Era para ser mais um dia normal, mas não foi. Tudo começou na Rússia, por causa de um vírus idiota, que transformou quase todas as pessoas em seres grotescos, ou seja, zumbis. E agora, aqui estou eu, Beatrice Prior, ou...