Chapter Four

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Chicago, 26 de abril de 2016

Tobias

7:50 A.M.

- Cara, que azar pra você - diz Zeke. - Topar justo com a Tris, a garota que você mais odeia.
- Nem me fale! Até os outros tudo bem, mas ela - digo, bufando.
- Ah Tobias, confessa que você gostou daquele beijo que vocês deram no oitavo ano - diz Shauna, dando um sorriso malicioso.
No oitavo ano, antes de virarmos inimigos, tive a ideia estúpida de beijar Tris embaixo da arquibancada da escola. Na época eu gostava dela pra valer, mas fui me afastando, pois eu via que ela não sentia o mesmo por mim, e eu não queria ficar na friendzone. O sentimento foi ficando para trás, até eu resolver fazer uma pegadinha com ela, apenar pra zoar, mas ela levou a sério, e estamos nisso até hoje. Claro que a história do beijo chegou nos ouvidos de todo mundo na escola, mas quem foi que contou, ainda não sei.
- Claro que não, Shauna - digo. - Beatrice Prior é minha inimiga, e além do mais eu tinha merda na cabeça naquela época.
- Ah, sim, claro - diz ela. Dava pra sentir de longe a sua ironia. - Sabe, Tobias, eu tenho uma teoria. Você apenas finge odiá-la, e ela apenas finge odiar você. Admitam, vocês dois são caidinhos um pelo outro.
- Conta outra! Eu nunca vou me apaixonar por Beatrice Prior. Nunca! Guardem minhas palavras.
- Vamos ver - diz Shauna, cutucando suas cutículas.
Meu celular toca, e peço para Zeke ver o que é. Ele pega meu celular e olha para o visor.
- É Lynn - diz ele. - Ela está dizendo que Peter está quase sem gasolina, e que ele vai parar em um posto para abastecer. Fica a alguns metros daqui.
- Ótimo - digo. - Também estou ficando sem gasolina.
Logo vejo o posto, a mais ou menos 50 metros. Tem alguns zumbis lá, mas logo vejo Tris e Lynn saírem do carro para matar eles. Confesso que a barraqueira atira bem. Elas entram para ver se não há nenhum zumbi lá dentro, depois saem e acenam para nós.
Eu e Peter deixamos nossos carros abastecendo, com Shauna e Zeke tomando conta, e entramos na lojinha de conveniência com os outros. Hector se lambuza com um sorvete de chocolate.
- Eba, tem Doritos! - diz Uriah, pegando um pacote.
- Se é uma loja de conveniência, é claro que vai ter Doritos - diz Marlene pegando várias garrafas de Coca-Cola e colocando em uma sacola.
- Onde vamos passar a noite? - pergunta Caleb.
- Nem anoiteceu ainda - diz Tris. - Depois a gente pensa nisso.
- Preguiçosa - digo, tentando parecer casual.
- Me dá um tempo, Tobias - retruca ela. - Todos aqui tem uma arma, certo?
Assentimos.
- Ótimo. Peguem um pouco de munição na minha bolsa, caso a de vocês acabem. Qualquer coisa tenho mais três armas reserva, nunca se sabe.
- Tris Prior, a senhorita é um gênio - diz Uriah, colocando a mão em seu ombro.
- Eu sei - diz ela. Convencida como sempre.
- E quem te colocou no comando? - pergunto.
- Alguém tem que ficar - responde ela. - Ou você quer ficar no comando?
- Acho que todos aqui sabem que eusou mais esperto que você!
- Ah, é - a cada palavra que ela pronuncia, ela dá um passo. - Quem garante isso? Você?
- Sim, eu.
- Ah, vai se fo...
- Ei, ei, ei, ei - diz Lynn entrando na nossa frente. - Tem criança aqui, não viram?
- Esse otário que começou.
- Repete que o otário aqui não escutou.
- Além de otário, ainda é surdo!
- Olha aqui sua...
Nesse momento, ouvimos um grito agudo, um grito de garota. Todos nós corremos para fora. Uma garota está correndo em nossa direção, com uma arma nas mãos, mas ela não está atirando. Devem ter acabo suas balas. Atrás dela, vários outros zumbis. Ela é...
- CHRISTINA! - grita Tris.
Todos nós sacamos nossas armas e corremos em direção aos zumbis, menos Hector, que foi instruído por Marlene para voltar pro carro e ficar lá dentro. Todos atiramos nos zumbis, mas evitando atirar em Christina. Pouco a pouco, os zumbis vão diminuindo, e Christina nos alcança. Ela chega suada e ofegante, quase desmaiando de cansaço. Ela se joga nos braços de Tris, e ela a segura.
- Chris - diz Tris a abraçando. - Você está viva!
- Parece... que estou... não é? - diz ela, fazendo uma pausa em cada palavra pronunciada.
Quando Zeke mata o último zumbi, levamos Chris até o carro de Peter. Ela descansa da corrida, bebe bastante água e recupera o fôlego.
Então começa a contar sua história.

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