02 O ESTRANHO

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Dia 1

Com um som de processador de alimentos Marina acorda.

Atordoada ela abre os olhos e está deita em um sofá, coberta com um lençol. No ar um cheiro de comida. Olhando em volta a mergulhadora percebe o homem em pé junto a uma bancada.

Tudo que Marina nota é a calça de mergulho preta com um circulo branco na lateral de fora das coxas e uma bata branca, longa, abaixo dos quadris. Com um cinto de tecido da cor da bata por cima, na cinturar, como uma roupa medieval.

Ele enche uma xícara de uma espécie de caldo grosso que passou no processador. E virando, percebe os olhos dela.

— Desculpe, o barulho te acordou? — diz o estranho se aproximando com um olhar gentil — Que bom que acordou. — sorri e acaricia a cabeça dela.

Marina admira aquele rosto com olhar doce se aproximando.

Seus cabelos são escuros como o mar profundo, volumosos e fofinhos balançando no topo da cabeça. Contrastando com sua pele clara, sobrancelhas grossas, mas bem desenhadas. Os olhos eram grandes e arredondados, brilhantes como uma piscina de cor castanha. O nariz grego, reto e fino saltava do rosto. Seguido pelos lábios curvados em um sorriso gentil.

O rapaz se aproximou afagando a cabeça da mergulhadora e depois leva a mão sobre o ombro dela, alisando com carinho e perguntando se ela consegue levantar.

Marina acena que sim com a cabeça e tenta erguer o corpo usando os braços. O lençol escorrega revelando sua roupa de mergulho úmida e ainda calçada com os pés de pato. O sofá onde ela estava deitada ficou todo molhado.

Os cabelos da moça eram marrons cobreados e curtos, no penteado joãozinho. A pele bronzeada como as morenas brasileiras. Os olhos de formato amendoados finos e pequenos. A cor verde de sua íris se destacava. O nariz pequeno um pouco largo. Seus lábios eram simétricos, volumosos e levemente decaídos.

A roupa de mergulho justa ao corpo desenha seus músculos e ombros largos como uma nadadora olímpica. A cintura da moça era fina e as pernas alongadas.

Ainda confusa Marina olha ao redor. Uma cozinha-sala elegante. Uma ilha com a pia e bancada de pedra branca. Armários num tom azul claro e eletros em inox. Os estofados em linho claro, lembrando cor de pérola. 

Sem se importar com a área molhada o estranho senta ao seu lado. O braço dele passa por suas costas segurando-a pelo ombro do outro lado, em um abraço lateral.

"Estou muito feliz que esteja bem." sorri com os olhos.

Marina se sente desconfortável com aquela proximidade do estranho. Mas o rapaz nem percebe e com um sorriso oferece a xícara com caldo.

— Segure com cuidado está quente. — avisa.

A mergulhadora não pode sentir o calor do corpo dele, nem mesmo o da xícara por conta da proteção térmica que a roupa oferece. Ao aproximar os lábios finalmente percebe um calorzinho delicioso com aroma de peixe cozido e sabor de legumes.

Marina termina o gole com um sorriso e satisfeita mantém o caldo próximo ao rosto ainda apreciando o cheiro.

"Ela gostou! Que bom!" suspira aliviado.

O jovem percebe a expressão e sorri aproximando ainda mais o rosto dele sem notar o incomodo da mergulhadora. Ele acaricia a nuca de Marina mais uma vez e fala que ela pode ficar á vontade.

A moça torna a beber seu caldo desejando que o estranho se afaste. Por sorte o rapaz levanta avisando que vai limpar a louça. 

Aliviada ela fecha os olhos por alguns instantes, após isso observa a sua volta novamente. Atrás do sofá vê portas de vidro enormes no estilo francesa que dão para um jardim gramado, muito bem cuidado com uma árvore no centro. Uma macieira em flor.

O estranho se aproxima novamente enchendo a xícara da moça com mais um pouco do caldo.

— Obrigada. — fala baixinho e ele reage exageradamente com um sorriso e mais carinho em sua cabeça.

Fazendo-a reclamar mentalmente que não é uma criança, nem um cachorrinho. Para afastar esses pensamentos ela pergunta onde está.

— Não se preocupe com isso, agora você precisa se recuperar primeiro.

Marina não gosta dessa resposta, mas não insiste.

O rapaz continua sua rotina, terminando a louça e começando a limpar o balcão. Volta para pegar a xícara da mergulhadora que já está vazia.

— Você precisa descansar mais, pode deitar no sofá.

Sem se incomodar com a umidade, afinal a roupa de mergulho a protege, ela aceita o conselho dele com um aceno de cabeça. Apenas tira os pés de pato antes de deitar novamente.

Próximo como está, o rapaz ajuda a colocar as pernas de volta no sofá. Por fim, arruma o lençol acariciando o ombro dela novamente. 

"Que exagerado para que todo esse cuidado eu consigo me deitar sozinha." ela reclamou em sua mente.

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Trinta Dias Em AtlântidaOnde histórias criam vida. Descubra agora