Aquele homem encharcado estava em pé no píer circular.
— Por que fez isso?! — gritou correndo até ele e socando seu peito — Você sumiu por horas! Pensei que tinha morrido sem ar lá embaixo!
— Eu precisava por minha cabeça no lugar. — respondeu calmo ignorando os socos e a abraçando.
Sem forças para começar uma discussão, retribuiu o abraço.
"Ao menos voltou para mim. Podemos ir embora para a superfície."
Retornaram em silêncio, de mãos dadas, para o palácio. Marina se ofereceu para fazer o jantar enquanto o atlante tomava um banho e trocava de roupa.
A mesa estava posta e dois pratos de sopa coloridos esperavam na mesa.
— Eu não estou com fome. — disse sentando-se ao lado dela e segurando sua mão — mas vou acompanhá-la até que termine.
O olhar apaixonado dele tinha um ar triste e quando terminaram de lavar a louça, fez questão de acompanhá-la até o quarto.
— Marina, eu te amo... — "Mas não vou para a superfície com você. Te direi isso amanhã, agora só atrapalhará seu sono".
— Eu também estou te amando, Thiago. — disse tímida fazendo os atlante prender o ar. — Entre, será melhor ficarmos juntos essa noite. O dia foi muito difícil para você, já ficou sozinho por tempo demais.
— Eu não posso... — afastou-se e ela não insistiu.
— Caso precise de mim venha aqui. Não precisa suportar nada sozinho. — acrescentou fazendo-o sorrir agradecido e acariciando a cabeça da humana agradeceu e foi embora.
Ouviu-a fechar a porta de leve, logo vagou até o crematório. Despedindo-se sozinho das cinzas da mãe que colocou em uma prateleira reservada a família real.
Ali abriu um cofre, retirando documentos de sucessão, coroa e outros pertences da realeza.
~ ~ ~
Dia 26
Na manhã seguinte não houve o despertar com o som do processador. A cozinha estava vazia. Nem sinal do atlante. Em seu quarto, ou na biblioteca. Mas o som de algo caindo em uma das salas chamou a atenção.
Thiago organizava uma pilha de papel na mesa do escritório quando viu a humana entrando.
— O que está fazendo com essa roupa? — notou que já havia visto aquele manto e coroa no quadro sendo usados por seu pai.
— Eu assinei os papéis de sucessão, com a partida de minha mãe e o provável falecimento de meu pai... — as palavras saíram baixas e tristes — Era minha obrigação assumir o trono pelo bem de Atlântida.
A moça o encarou confusa, mas Thiago agiu rápido segurando-a pela mão.
— Eu te amo Marina Gomes. Tomei a liberdade de preparar um traje real para você. — a outra mão dele tocou-a na bochecha e umedeceu os lábios antes de continuar — Pense com cuidado antes de responder. Eu quero que fique aqui comigo e assuma o trono, como rainha de Atlântida. A primeira rainha humana.
Os olhos dele estavam ansiosos por qualquer expressão positiva.
— Thiago eu...
— Espere, me deixe terminar. — com carinho a conduziu até a mesa e lhe mostrou o anel, que ela já conhecia bem. Depois lhe entregou uma caneta segurando a mão dela com suas duas mãos — Você me salvou da solidão por esses vinte seis dias ao meu lado. Retribuiu meu carinho, me apresentou novas formas de pensar, me protegeu dos meus medos e me ensinou a agir em momentos de crise. Cozinhou, o que se tornou meu prato favorito. Relutantemente tive que aprender golpes de boxe. Tornou-se o meu sol, que me encantou com sua pele de cobre e olhos verdes. Eu nunca havia visto uma mulher tão bonita. — ergueu as mãos segurando o rosto dela delicadamente — Essa linda mulher roubou meu primeiro beijo e todos os outros, porque meus lábios agora querem tocar os seus, nesse momento e para todo o sempre. Juro o meu amor eterno, porque os atlantes são incapazes de amar outra pessoa, após encontrar sua escolhida. Eu quero lhe ensinar tudo sobre mim e descobrir os segredos que guarda. Aceite meu anel, assine os documentos de nosso casamento. Permita que Thiago Ugahrit, 145º rei de Atlântida, seja seu esposo. Minha adorada humana.
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Trinta Dias Em Atlântida
Romance🥈 Colocado no Concurso Diferent Blue 4º Edição / Categoria Especial: Melhor Sinopse. 🏆 Destaque no WattpadRomanceLP / Edição Abril 2024 Marina é a engenheira responsável pela sala de máquinas no submarino "Princesa Isabel". A perda de antena e pan...