Dia 16
Após a refeição os dois permaneceram ali sentados a mesa lado a lado. Por que Thiago não parava de fazer um carinho diferente no cabelo de Marina.
Em vez do afagar com a mão toda como habitual. O rapaz usava os dedos fazendo ondinhas no cabelo da humana enquanto apoiava o outro cotovelo na mesa, com queixo na mão e fica observando aquele cabelo com um sorriso bobo nos lábios.
"Ai meu coração! O que ele quer afinal? Vamos fale de uma vez se quer flertar." pensava enquanto tentava não manter contato visual embora estivesse gostando daquele toque.
— Seu cabelo está crescendo rápido.
— Você acha mesmo? — pergunta um pouco envergonhada.
— Eu tenho certeza. — responde com um sorriso — Você deve ficar bonita de cabelo grande, eu gostaria de ver.
"Mas do que estou falando? Agora faltam poucos dias para leva-la de volta..." reflete sobre seu próprio comentário, ficando com o rosto triste e vai retirar os pratos da mesa em silêncio.
"Ele mesmo percebeu a bobagem que estava falando. Eu logo vou embora afinal. Não há tempo de ver meu cabelo crescer..."
— O que vamos fazer hoje? — tenta mudar de assunto para melhorar os ânimos.
— Será dia de estudo, hoje e amanhã. — logo dá um sorriso sapeca — 𐤁𐤇𐤉𐤌𐤇𐤓𐤀𐤉𐤐𐤍 (Como vai você, no idioma atlante).
— Err... Eu não lembro como se responde.
— 𐤀𐤉𐤐𐤌𐤁𐤍𐤇 (Eu estou bem).
— 𐤀𐤉𐤐𐤌𐤁𐤍𐤇 — repete sem graça.
Subitamente é abraçada por Thiago sorrindo e todo feliz dizendo que Marina fala muito bem
— Quero ouviu mais. — e desfaz rapidamente o abraço seguindo para a bancada indo montar os sanduiches.
"Me costumei a sentir meu coração disparar por você garotão... Mas eu não devia me apaixonar por um estrangeiro, carente e esquisito como você. Ah! Quem manda no coração? Ainda mais quando se está presa com o cãozinho abandonado por trinta dias..."
~ ~ ~
Na biblioteca Marina segura o livro para aprender o idioma, porém desanimada, procurou outros livros na prateleira.
— Thiago, pode me falar mais sobre a cultura de Atlântida?
— Claro! — abre um sorriso largo e até esquece de seus próprios estudos — O que quer saber?
— Sobre esses carinhos todos que vocês tem...
— É simples: Carinho na cabeça e cabelo indica sinal de amizade. Carinho nas costas e ombros são sinais de consolo. Abraços são naturais e inocentes. Encostar as bochechas é um sinal de afeição familiar entre pais, irmãos, tios, primos, avós, netos e no caso seu caso... — o rapaz fica um pouco tímido, mas logo continua — indica que passei a trata-la como membro da família. Durante um abraço encostar a bochecha no ombro da pessoa é sinal de necessidade intensa de consolo. Agora encostar a bochecha na testa do outro é sinal de proteção, para tranquilizar, mostrar dominação de hierarquia e amor profundo. Comumente é o carinho que o rei expressa para seus súditos. Nem todo atlante tem o prazer de ser abraçado assim pelo próprio rei.
— Então sou privilegiada por ter recebido isso de um príncipe de Atlântida...
— Na verdade eu sou privilegiado por ter tido tanto contato com uma humana, mesmo que a realeza seja a única autorizada a se comunicar com a superfície, isso não é comum. Acredito que você é a única humana que pisou em uma cidade atlante.
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Trinta Dias Em Atlântida
Romance🥈 Colocado no Concurso Diferent Blue 4º Edição / Categoria Especial: Melhor Sinopse. 🏆 Destaque no WattpadRomanceLP / Edição Abril 2024 Marina é a engenheira responsável pela sala de máquinas no submarino "Princesa Isabel". A perda de antena e pan...