Dia 6
No dia seguinte Marina não quis se levantar da cama.
Estava com raiva de si mesma, lembrando de tê-lo acusado de deixa-la se afogar e da reposta do rapaz. Principalmente na parte dela ser grosseira.
"Ele me faz sentir culpa..." lembrou de Thiago sério falando que foi um erro esperar a compreensão de uma humana.
— Aaarrggg! — gritou com o travesseiro no rosto para abafar o som.
Mas no silêncio absoluto que fazia no palácio fez o grito dela ecoar. Thiago que estava tomando o café da manhã sentando à mesa sozinho conseguiu ouvir ficando assustado.
"Ela parece um poço de raiva ambulante. Até sozinha consegue explodir brava. Será que todos os humanos são assim?" balançou a cabeça negativamente.
Quando Marina finalmente foi até a cozinha-sala o atlante não estava mais lá.
Olhando em volta viu tudo limpo e arrumado como de costume e o prato dela com o café da manhã estava sobre o balcão.
Era uma refeição coloria. Ovos cozidos, salda de alface e tomate. Patê de berinjela com azeite, fatias de pão, chucrute de repolho roxo e cenoura.
Marina comeu ali mesmo, já lavando e guardado o prato. Contemplou o ambiente arrumado que lembrava o atlante e depois saiu emburrada andando pelo palácio.
Olhou salas, quadros, apreciou a arquitetura. Encontrou uma biblioteca, não entendeu nada escrito nos livros, pois estava tudo naquele idioma atlante. Por fim caminhou no jardim.
Viu que a macieira, a única arvore no centro do jardim, estava com flores e pequenos frutos verdes.
Surpresa encontrou uma caixa de apicultura e teve que e afastar fugindo das abelhas.
Voltando para a sala-cozinha deitou no sofá imaginando onde ele estava. Não demorou muito após pensar ouviu os passos no corredor.
Marina se ajeitou sentando no sofá. Thiago entrou carregando dois sacos de verduras e legumes.
— Bom dia. — o rapaz disse com olhar sério de forma seca.
— Bom dia... — respondeu querendo começar uma conversa.
O atlante não lhe deu atenção. Colocou as sacolas no balcão e começou a guardar os legumes e ovos. Demonstrou não está nenhum pouco interessado em conversar.
Logo seguiu para fazer o almoço. Salada com várias folhas, tomates, ovos cozidos, cenoura ralada, pepino em rodelas, milho e enormes camarões refogados com alho.
No meio da preparação Marina se levantou, sem dizer uma palavra e arrumou a mesa ao gosto dele. Pegando todos os utensílios como havia ouvido no primeiro dia juntos ali. Por fim senta à mesa esperando por ele.
Thiago chegou servindo-a. A humana se lembrou de como o rapaz sempre sorria e acariciava a cabeça dela. Começou a se preparar para não reagir com raiva.
Mas dessa vez o atlante serviu a mesa, sentou e foi comer quieto. Eles trocaram olhares brevemente e voltaram a seus pratos.
Na primeira garfada e mocinha ficou frustrada.
"Está delicioso! Esse idiota tem o dom para cozinhar! Mas não vou ser eu a quebrar o silêncio. Sei jogar o jogo do gelo muito bem! Fui criada com um irmão mil vezes mais chato que você! Vamos ver quem aguenta mais, seu carentão! Hummmm, que delícia!" tentou disfarçar o sorriso.
Por todo o tempo nenhuma palavra foi trocada e Thiago seguiu colocando os pratos na maquina que haviam consertado juntos.
— O que vai fazer agora? — perguntou e logo percebeu que tinha perdido no jogo do gelo.
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Trinta Dias Em Atlântida
Romance🥈 Colocado no Concurso Diferent Blue 4º Edição / Categoria Especial: Melhor Sinopse. 🏆 Destaque no WattpadRomanceLP / Edição Abril 2024 Marina é a engenheira responsável pela sala de máquinas no submarino "Princesa Isabel". A perda de antena e pan...