03 ALMOÇO

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Marina estava sonhando com a angustia que passou no submarino destruído. Mas é interrompida e acorda assustada.

O rapaz estava colocando as mãos por baixo dela para erguê-la no colo.

— O que está fazendo?! — a jovem pergunta alarmada se afastando. 

— Desculpe não queria acorda-la só leva-la ate é o quarto. — o rapaz responde com carinho, mantendo a proximidade.

— Eu posso andar, não precisa. — diz se afastando um pouco mais e girado o corpo para se sentar no sofá.

"Porque ele se aproxima tanto?! Não respeita o espaço pessoal dos outros!" pensa fazendo careta.

— Certo... — afirma tristonho, mas continua ao lado dela o mais próximo que pode.

Os olhos grandes e castanhos dele pareciam invadir sua alma. Marina se sentia muito desconfortável sozinha com aquele rapaz.

Com um olhar muito expressivos ele continua analisando-a com um sorriso emocionado que, por algum motivo, começou a incomodá-la.

Sentindo-se invadida em seu íntimos a moça virou o rosto para não encará-lo e relembra que está naquela casa desconhecida, ainda confusa se inclina pra levantar.

A mão dele surge na sua frente, oferecendo ajuda para levanta-la.

Marina aceita  e erguendo o corpo seu porte físico fica visível nas curvas do traje de mergulho. Em seu peito uma tarjeta: CAP GOMES.

— Posso chama-la de Gomes?

O rapaz sorri para Marina encostando o próprio corpo ao dela em um abraço lateral no intuito de ajuda-la a caminhar.

— Gomes?... — reflete ainda confusa — Meu nome é Marina... Pode me chamar assim... Quem é você?

— Thiago! Eu me chamo Thiago. Estou muito feliz que estaja bem. — os lábios dele tremeram de emoção e seus olhos ficaram rasos de lágrimas.

Marina percebeu aqueles sentimentos do rapaz e ficou abalada. Mas não queria compartilhar lágrimas com o estranho.

— Onde estou? Cadê as pessoas?

— Eu preparei um quarto para você. Venham vou lhe mostrar. — tentou conduzi-la.

Marina não entendeu porque suas perguntas forma ignoradas.  Olhando em volta, agora de pé, vê a mesa posta com dois pratos de macarrão cobertos por molho de tomate e ervas-finas. Imediatamente percebe o cheiro gostoso que está no ambiente.

Thiago sorri e comenta que o almoço está pronto, mas pode guarda se ela prefere descansar.

— Parece delicioso... — sussurra transparecendo sua fome.

Atenciosamente, o estranho, a leva até a cadeira acomodando-a como um verdadeiro cavalheiro. Ela só consegue pensar em como é difícil isso acontecer consigo.

"Nem acredito que estou sendo tratada assim, isso ainda existe?" reflete em silêncio.

"Que prato lindo, parece até uma foto de menu!" pensa com os olhos brilhando de alegria.

Sentada sente o cheiro gostoso do prato fazendo uma expressão de satisfação.

Vendo isso Thiago acaricia a cabeça dela novamente, avisando que o gosto está tão bom quanto cheiro.

Marina olha para o lado com aquela expressão de quem não está acreditando.

"Ele me trata como criança. Olha a cara dele parece até mais novo que eu." Ela pensou.

— Onde estou? — questiona novamente.

Sentando-se ao lado dela, o homem come feliz, elogiando o próprio prato, ignorando a pergunta abertamente.

Decidida ela insiste.

— Aqui é Atlântida... — responde encarando ela com insegurança e tristeza.

"Aí... Esses olhos! Como esse homem pode parece tanto como um cachorrinho abandonado?"

Obviamente, Marina não acredita e achando que está sendo tratada como criança se irrita.

— Pare com essa brincadeira.

Ele não insiste, tenta ser gentil com ela mudando de assunto.

— Tenho certeza que gosta de massas. No jantar vou fazer lasanha.

Marina fica triste com a evasão dele e começa a relembrar o ocorrido, tentando se situar.

Embora ela seja uma mulher forte que atuava na sala de máquinas do submarino sua expressão muda transparecendo muita angustia e dor. 

— Houve um acidente no submarino, nos afundamos... Eu fui à única sobrevivente? 

— Hmm... Sim... Só havia você quando cheguei. Passaram-se dois dias foi um milagre... Você realmente lutou para viver... — respondeu hesitante encarando com aqueles olhos expressivos cheios de pena.

Marina começou a lembrar de seus colegas de tripulação, da aflição que aconteceu antes da explosão e como a força da água selou a porta antes que os outros pudessem entrar.

— Fiquei trancada sozinha... — começou a chorar baixinho.

Thiago se compadece segurando dentro de si um turbilhão de emoções próprias.

Aproximando as cadeiras, ele a abraça de lado puxando-a contra seu peito, acariciando o ombro dela na tentativa de consola-la.

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Trinta Dias Em AtlântidaOnde histórias criam vida. Descubra agora