Acordei, era cedo, os raios pálidos de sol adrentavam pela minha janela como ainda estivessem acordando e, ainda que a janela estivesse fechada, conseguia ouvir o canto de passarinhos lá fora.
Devagar saí da minha cama quentinha e olhei pela janela embaçada pelo frio do lado de fora. O sol tinha acabado de nascer, e as sombras ainda eram alongadas. Tão cedo...
Lembrei que estavamos próximos do Natal. Ai aquilo podia melhorar? Devagar as lembranças da noite anterior foram voltando cada vez mais vívidas na minha cabeça e não consegui evitar um sorriso leve moldar meus lábios.
Ele tinha me beijado...Ele era tão cuidadoso... a forma como ele tratou do meu machucado, a forma como ele me puxou para ele, como ele acariciou a minha bochecha... aquele beijo na minha testa. Lembrei da noite que nos conhecemos, foi tão especial...
Sempre que a gente acompanhava, Charles nas festas ele parecia meio que outra pessoa. O facto de ele ser cerca de quatro a cinco anos mais velho do que eu e Raven, sempre fez com que os comportamentos dele fossem muito diferentes dos nossos.
Ele já bebe faz um tempo, fica até mais tarde com os amigos, vai a festas estranhas e essas coisas... Eu já tenho 19 anos, mas ainda não tenho muito essa vontade de descobrir esse mundo noturno.
Mas a verdade é que ele era um autêntico mulherengo. Era um mestre para flertar com as mulheres em todo o lugar que ele ia e o que mais me dava ciúme é que todas cediam. E todas elas são lindas.
Só que quando ele estava com a gente era diferente... com elas ele é sedutor, mas quando ele estava com a gente, principalmente comigo, nesse caso, ele era diferente. Ele era sedutor por natureza, mas ele era mais gentil. Os seus toques são gentis, o olhar é mais carinhoso.Aquilo me aqueceu o coração, mas depois veio um pensamento menos agradável... Será que ele só queria me conquistar, para ficar só uma noite?
Não, esse não era o Charles que eu conhecia. Não o que me deu aquela flor na porta do teatro.
Precisava falar com Raven. Mas como? Ela gostava de Charles também.Decidi descer. Precisava de pensar e de ar. Fiz todas as minhas atividades matinais e desci de mansinho.
Ai como essa noite foi boa..., lembrei.
A mansão estava completamente dsserta. Fui para a entrada e vesti o meu casaco mais quente, saindo pela porta da frente. Andei pelos jardins calmamente, olhando para o canteiro que Charles havia mandado fazer para mim. Ele era tão fofo às vezes.
Lembrei que já tinha passado uma semana desde aquele treino que a gente fez. Não tinhamos nem voltado a tocar no assunto. Será que eu ia conseguir fazer aquilo sozinha?
Fui em direção ao canteiro e sentei no banco de pedra super frio. Senti gelar ao entrar em contacto com a superfície fria e um arrepio passou pela minha espinha.
Fechei os olhos e fiz as sensações da última vez ficarem vívidas na minha mente, focando em uma das flores que tinha visto. Senti o formigamento pelas minhas mãos e um calor subir pelo meu corpo. Quando abri os olhos, a papoila anteriormente machucada pelo frio da noite, agora abria vivaz para o mundo.Eu sempre subestimava um pouco os meus poderes. Criar ilusões e curar, era algo que até aquele momento não tinha dado me ajudado muito e por causa da sua complexidade é difícil de controlar.
Charles me avisou muitas vezes que algumas mutações, como a minha e até como a dele, são extremamente complexas e poderosas quando bem usadas e que, por vezes, pode ser difícil de controlar.Fechei os olhos de novo, para curar outra mas algo me desconcentrou por completo...
-Anne!- me chamou Raven na porta de entrada- Vem! O café está sendo servido!
Me levantei e fui em um andar rápido para dentro da mansão, sentindo o sue calor familiar me aquecer e o cheiro de comida no ar me abrir o apetite.
-Á quanto tempo você está acordada, em criatura?- me perguntou Raven encucada e eu ri da a sua cara, enquanto andavamos pelo corredor até à sala de refeições.
-Há um tempo. Foi uma noite atribulada.- respondi e por um momento criei coragem- Preciso te contar uma coisa...
-Anne! O que você estava fazendo lá fora! Quer ter uma gripe, é?- me interrompeu Hannah que tinha aparecido do nada.-A sua saúde já é frágil e a menina ainda se expõe dessa forma!
-Mas a minha saúde não é...-tentei contradizer a governanta e ouvi Raven rir baixinho atrás de mim.
Eu adorava Hannah. Ela era como uma mãe para mim, mas ás vezes ela ecagera na preocupação.
-Charles me comtou o que aconteceu ontem á noite.- ela mudou de repente de assunto e senti por um momento minha respiração falhar...
Será que ele tinha contado do beijo? Para quê? Ninguém precisava saber. Senti meu coração retumbar em meu peito e meu corpo queimar até à raiz dos cabelos.
-Charles... te contou o quê, Hannah?- perguntei baixinho de forma exitante como se me faltasse o ar para falar. Sentia o olhar de Raven arder nas minhas costas.
-Do seu corte é claro!- respondeu Hannah indignada, pegando com força na minha mão- Ai Anne, ás vezes você é tão desastrada!
Foi aí que a real caiu em mim e senti meu peito relaxar, expirando todo o ar que nem tinha percebido que tinha prendido. Ele não tinha contado...
Hannah então me levou para a cozinha, onde, tratou do meu machucado, explicando que Charles havia pedido para dad uma olhada, já que a hente tinha feito um curativo improvisado. Pouco tempo ela me liberou e fui para sala de refeições, onde todos comiam o seu café da manhã, enquanto conversavam sobre algo, bem entretidos.
-Bom dia, gente!- cumprimentei com um sorriso e não consegui evitar parar o olhar nele...
Seu olhar também estava fixo em mim e um pequeno sorriso muldou seus lábios. Corei levemente e fui para o meu lugar como se não tivesse acontecido nada.
Quando eu sentei na cadeira, Mel do outro lado da mesa me conta animada.
-Você ouviu Anne? Temos ótimas novidades!
-Uh? É sério? O que é?- perguntei confusa, olhando para os outros com um ar imterrogativo.
Foi então que Charles se virou para mim dizendo com um sorriso pela animação das outras meninas.
-Amanhã vamos á feira de Natal de Nova Iorque.
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Together In Ilusion (X-men)
RandomAnne Edwards ficou orfã aos cinco anos. Nunca soube como seus pais morreram e a únuca recordação que tinha deles era um medalhão com uma foto dos três quando ela era ainda bebê. Desde pequena que Anne sempre sentiu ser diferente. Não especial, apen...