Together In Ilusion (X-men)

Capítulo 11-

(Westchester County, NY, 1954)

Já eram umas nove da noite. Só faltavam dois dias para o Natal! Todas nós estávamos em pulgas.

Naquele momento, eu, Raven e Mel, estávamos nos arrumando no meu quarto. Charles quando soube da pequena reunião, riu divertido, dizendo que era só um feira, por isso só tínhamos que colocar roupas quentes.

Mas claro que o comentário não fez diferença e nós fomos na mesma para o meu quarto nos arrumar.

-Anne!-me chamou Mel- Qual camisa eu coloco- perguntou com um beicinho mostrando a sua indecisão.

Eu ri e apontei para a da esquerda, fazendo ela ir correndo para o banheiro se trocar. Enquanto isso, eu e Raven estávamos sentadas na cama, maquiando uma a outra. Aquela era a vez de ela me maquiar.

Quando Mel fechou a porta, Raven parou de passar o rímel em mim.

-Anne...- ela começou- O que você queria me perguntar ontem de manhã?

Eu parei por um tempo e pensei. Aquilo era algo que precisavamos falar, mas por outro lado ia dar problema e não queria estragar a feira. Aquele era um passeio que Charles tinha planeado para nos fazer sair um pouco de casa. Sair para relaxar, não para brigar.

Não que Raven fosse levar a mal, mas eu mesma ainda não me sentia muito confortável para contar aquilo. Ainda era demasiado pessoal.

-Não é nada.-respondi com um sorriso calmo- Já resolvi a situação. Não era nada de mais.

Raven não ficou convencida.

-Mas você estava com um particular bom humor e trocando olhares estranhos com...

Raven nem teve chance de terminar a frase, quando Mel abriu a porta do banheiro exclamando dramaticamente:

-Não combinou!

Aquela era a minha deixa. Me virei para Mel e ri da sua figura.

-Ai, ai...- suspirei divertida- A nossa Mel está ficando adolescente...- ri e fui com ela para o meu armário para ver se tinha alguma roupa para lhe emprestar.

...

Eram dez da noite quando saimos do quarto e descemos as escadas para a porta de entrada, onde Charles e os amigos nos esperavam.

Eu estava com um sobretudo azul escuro, que definia bem a minha cintura e abotoava com botões dourados na zona do peito. Usava também um cachecol, combinando, da mesma cor, em volta do pescoço, onde descansava meu cabelo aloirado.
Não queria ser convencida, mas estava me sentindo linda naquele momento.

Raven desceu primeiro, enquanto eu e Mel ajeitavamos a roupa dela que tinha umas marcas. Foi depois a nossa vez e juntas descemos para o andar de baixo. Ao fundo estava Charles e os seus dois amigos William e Henry.
Analisei cada um deles, até meu olhar parar no de Charles. Ele estava com o olhar fixo em mim enquanto descia as escadas e ia em direção a eles. Sempre que olhava para ele parecia que uma força nos prendia um no outro.

-É tão bom te ver Wil- cumprimentei William, abraçando-o forte.

William era um amigo de infância de Charles e que desde de que o conheci somos muito amigos também. Ele era como um irmão para mim.

-Também tive saudades suas, Anne. Você está linda.- respondeu com o seu típico sorriso fraternal.

Agradeci e cumprimentei Oliver. Ele era um amigo recente de Charles. Mesmo que eu não fosse muito próxima dele, ele parecia boa pessoa.

Depois dos cumprimentos fui para perto de Charles.

-Qual carro vamos levar?- perguntei para ele

-É melhor levarmos dois, né?- perguntou ele olhando para o grupo.- Se não vamos ficar todos apertados. É melhor usarmos os dois Roll-Royce.-disse por fim e os dois amigos concordaram.

Senti ele se aproximar e por a mão nas minhas costas. Ninguém parecia repara, mas mesmo assim não conseguia deixar de ficar nervosa. Ainda não tínhamos nada em concreto. Não queria alarido em relação aquilo.

-Ah Hannah! Que bom que você está aqui...- disse Charles ao vê-la entrar na sala.- Poderia chamar o dois motorista e dizer para eles prepararem os dois Rolls-Royce, por favor?- perguntou Charles delicadamente e ela abanou a cabeça saindo da sala.

Mesmo que Hannah fosse uma empregada, ela era tratada como da família. E acima de tudo era fofo como Charles, mesmo sendo chefe, sempre era atencioso e delicado com empregados da casa.

Senti então a mão dele deslizar pelas minhas costas, para recolher, mas eu fui mais rápida. Antes que ele tirasse a mão eu peguei nela e ficamos com os dedos levemente intrelaçados. Não era bem dar as mãos mas eu gostava daquele toque leve. Ninguém reparou porque todos estavam distraídos falando entre eles, então conginuamos até sairmos da casa.

Vestimos os casacos e saimos pela porta da frente, descendo até aos carros que já nos esperavam. Charles, Raven e Oliver ficaram em um e eu, Will e Mel ficamos em outro.

Raramente saímos à noite, então, não tirei os olhos da janela durante toda a viagem. Demorou mais do que eu esperava, tinha de admitir, mas valia a pena.

Todos diziam que as feiras de Natal no Central Park eram lindas e eu estava morta para ver como era.

...

À medida que nos aproximavamos, mais nítida conseguíamos ver as luzes e o ruído de brinquedos, fogos e pessoas era cada vez mais intenso.
Os nossos motoristas deixaram a gente bem frente, na rua que dava para a entrada principal do parque. Saímos do carro e depois de Charles dar instruções para os dois, estes saíram com os carros para estacionar em algum lugar perto até a gente voltar.

Andamos até a entrada. Eu não podia acreditar no que via. Aquilo era magnífico!

Luzes de natal piscavam por todo o lado. Pessoas andavam de um lado para outro, rindo e felizes. Ao longo do caminho estavam paradas várias lamchonetes móveis, com vendedores sorridentes, vendendo os doces mais variados. Artistas de todos os tipos, faziam apresentações vestidos de duendes e músicos tocavam habilmente enquanto esperavam moedinhas. Havia de tudo!

Aquilo era e ninguém podia negar, lindo! Tanta vida, tanta energia!
Parecia que nunca mais ia dormir na vida.

Senti então um calor familiar de novo e uma mão roçar a minha. Aquela noite podia ser melhor?

Ouvi então um sussurro de leve no meu ouvido, enquanto pegava na minha mão de leve:

-Feliz Natal...

Não consegui evitar um sorriso, mas não conseguia responder. Me limitei a a segurar de volta a mão dele e puxá-lo levemente para mim.

Ele sabia exatamente qual era a minha resposta.