TRINITYEu nunca tinha visto o almirante da estação Emerus Paulson sorrir. Pelo que eu sabia, os músculos faciais do homem não eram capazes de tal coisa. O rosto largo de meu oficial superior exibia uma expressão de tal desagrado perpétuo que uma ruga permanente havia se formado entre suas sobrancelhas. Entrei em seu escritório, preparada para um discurso — a saudação usual quando passei por suas portas de vidro deslizantes.
Eu cruzei minhas mãos atrás das costas e olhei para a parede atrás dele. — Senhor.
Paulson ergueu os olhos de sua mesa, que também servia de console. A linha entre suas sobrancelhas ainda estava lá, mas sua boca não estava em sua curva fechada usual.
— À vontade, capitã Bentzer. Obrigado por vir tão prontamente.
Obrigado? Minhas sobrancelhas subiram. Algo estava definitivamente errado. — Senhor?
Ele se levantou e deu a volta em sua mesa. — Nem sempre estivemos de acordo, certo?
— Não, senhor, — respondi com fervor. — Nem sempre estivemos.
Meu coração batia forte enquanto eu mentalmente repassava os eventos dos últimos dias. Nada se destacava como questão disciplinar. Tenho arranjado minhas acomodações pós-aposentadoria e empacotado minhas coisas.
— Eu sei que você é uma boa lutadora, no entanto. É por isso que tenho sido duro com você. Para empurrá-la para ser o seu melhor.
Consegui não suspirar. Paulson tinha sido duro comigo porque era duro com todos. Além disso, nós dois sabíamos que, embora estratégia não fosse sua melhor característica, eu era muito boa nisso. Eu o desafiava de vez em quando, o que sempre me colocava em apuros. Eu não me importava com isso na época e não me importava agora. O que estava enviando meus nervos à zona de alerta era o que Paulson estava tentando fazer com a boca. As bordas estavam puxando para cima no que parecia uma tentativa de sorriso. Talvez ele estivesse doente.
— Claro senhor.
— Olha, Trinity, tenho algumas novidades para você ...
Trinity? Porra. Ele estava me chamando pelo meu primeiro nome. Achei que ele nem sabia meu primeiro nome. Os piores cenários passaram pela minha mente enquanto meu estômago se contraiu.
— Minha mãe morreu, senhor?
Ele soltou uma risada rouca.
— Não. Ninguém morreu, pelo que eu sei. Seu número foi sorteado, Trinity.
Meu cérebro registrou um vazio absoluto. — Sorteado para quê?
— Não o quê, quem.
Eu balancei minha cabeça.
— Me desculpe, senhor. Eu não estou entendendo.
Ele pigarreou e passou a mão pela grande extensão de seu uniforme engomado.
— Como você sabe, é dever de todas as mulheres solteiras e disponíveis se inscreverem na loteria Stryxiana. Todas as mulheres militares incluídas. Seu número foi sorteado.
A compreensão surgiu em mim como uma célula de combustível explodindo na cara.
— Você tem que estar brincando comigo!
A formalidade foi feita. Eu nem era mais um oficial, tecnicamente. Ele poderia se ofender se quisesse, mas meu ex-oficial superior apenas olhou para mim com uma combinação de pena e desconforto.
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Bonded by the Stryxian (LIVRO 1)
FantasySTRIXIAN ALIEN WARRIOR LIVRO 01 Os humanos fizeram um acordo com os machos Stryxianos: ajudem-nos a defender a Terra e, quando a guerra acabar, enviaremos mulheres para ajudar a reconstruir sua espécie em extinção. Agora, a guerra parece ter acabad...