Abraço virou beijo

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"Não tá dando pra esconder, eu não tô bem
Acho que a gente descuidou e foi além
Aquele abraço virou beijo e me cegou
Não controlei os meus instintos e rolou"
(Jb e Vinicius)

*1 SEMANA DEPOIS*

Diego~

"Você viu???" Perguntei, me jogando em Amaury, super empolgado, o maior gemeu com o meu peso sobre seu corpo, enquanto eu enfiava um panfleto no rosto dele, o rapaz tomou o papel da minha mão e sorriu.
"Vi sim..." Ele disse. "Vai tentar?" Perguntou se referindo ao concurso, a faculdade havia disponibilizado duas bolsas de estudos para um curso de um ano na Juilliard, uma seria disputada entre os dois primeiros períodos e outra entre os três últimos.
"Você? Você? Não tem essa de você Amaury, nós vamos tentar... Nós dois, juntos como sempre." Ele suspirou, eu sabia que Amaury tinha essa mania de auto sabotagem, de achar que não merecia suas próprias conquistas e sempre peguei em seu pé, para que isso não se tornasse um impedimento em sua vida.
"Certo." Ele concordou, sabia que era uma guerra perdida. "Nós dois... Mas... Se um de nós passar, ficaríamos um ano longe um do outro." Eu murchei um pouco... Ele tinha razão, eu nunca havia ficado tanto tempo longe dele, fala sério, desde que nos conhecemos eu havia passado apenas sete dias longe do maior, porque peguei catapora da minha priminha e mamãe achou melhor nos manter afastados.
"Okay, isso me desanimou." Conclui, o maior deu um sorriso carinhoso e mecheu em meu cabelo.
"Temos três meses até o teste... Para os ensaios e escolher alguma cena para interpretar, caso você passe, eu serei a primeira pessoa a te apoiar e incentivar..." Eu voltei a sorrir.
"Eu te amo... Sabia?" Perguntei, me ajeitando em seu peito, seus braços fortes me segurando contra seu corpo.
"Sei, mas é bom ouvir." Soltei uma risadinha pela forma dengosa como ele falou. "Eu te amo, não importa se estarei a alguns metros ou milhas de distância." Eu concordei, deixando para pensar nisso depois, afinal, talvez nem passassemos no teste, havia muitos alunos, todos extremamente talentosos.
"Agora vamos ficar grudadinhos e assistir filmes, faz tempo que não fico assim com você." Falei, realmente, eu estava conseguindo equilibrar bem meus sentimentos por Amaury, Rafael estava sendo uma ótima distração e eu podia até mesmo dizer que gosto dele, como algo a mais que um amigo, não o amava, não como amava Amaury, disso eu sabia e já havia aceitado a um tempo, mas gostar dele já era um começo.
"Porque será né?" Fechei sua boca com a minha mão, recebendo uma lambida na palma da mesma, tirando rapidamente e fazendo cara de nojo, enquanto o maior ria e eu limpava em seu shorts.

*3 MESES DEPOIS.*

"Eu estou super nervoso..." Comentei, Amaury faria um monólogo, dele, eu vi os ensaios e estava lindo, ele fez o roteiro e tudo mais, eu apresentaria uma música, somewhere over in the rainbow, sendo a escolhida...
"Vai dar certo... Mesmo que nenhum de nós consiga Di, nunca duvide do quão incrível você é." Eu assenti.
"Você também Amaury, eu vi seu ensaio, é lindo e tocante, tem alma e você é perfeito." Não era mentira, ele era um artista impecável, mesmo tão novo...
Recebemos uma ligação, nossas mãe e pais juntos, todos emocionados e ansiosos, era bonito ver, que para nós, não importa quem iria conseguir, seria nosso, nossa alegria era compartilhada cem por cento um pelo outro, não havia carreira, oportunidade, trabalho, que ficasse acima de nós.
Nossos pais desejaram toda a sorte do mundo, falando coisas bonitas e nos deixando emocionados.
Amaury foi o primeiro... Ele foi perfeito, dominou o palco e prendeu os jurados como se fizesse isso a anos, parecia que aquela era sua casa e realmente era, era lá que a alma e o amor do maior se concentravam.
Quando minha vez chegou, eu dei meu melhor, cantando tão afinado como nunca, após muitos ensaios, tentando o máximo possível transmitir a emoção e interpretação que queria para aquela letra e sem cometer nenhum erro, mesmo com as mãos tremendo e suando.
A música acabou, aplausos foram ouvidos, alguns jurados até mesmo se levantaram, eu sorri, agradeci e corri para fora, corri para os braços do grande amor da minha vida, que já me esperava, tão nervoso quanto eu, seus braços abertos rodeando minha cintura, me erguendo no ar.
"Você estava lindo! Foi perfeito. Isso é seu meu amor! Seu!" Eu sorria, mostrando todos os meus dentes.
"Presta atenção... É o começo Maury, nosso primeiro teste, de todos os outros que virão. A primeira oportunidade que nosso sonho nos deu, estamos conseguindo... Você estava perfeito! Eu te amo." Sussurrava, emocionado, segurando seu rosto. Podia não parecer muita coisa, mas nós sonhamos oportunidades como essa, durante anos.
Os testes acabaram, as turmas do terceiro, quarto e quinto ano sendo chamadas para anunciarem o ganhador da bolsa, Rafael estava entre eles, porém não foi escolhido, quem iria era um rapaz muito bonito do quarto ano, chamado Cauã.
Então foi nossa vez, caminhamos até o palco, meu melhor amigo e eu de mãos dadas.
"Bom, é surpreendente como a arte as vezes nasce junto com as pessoas, existem diversas pessoas que se tornam artistas por aí e tem aqueles que são arte, nosso escolhido para a bolsa é arte pura, crua e nua... Parabéns a todos vocês, não foi uma escolha fácil e todos devem se orgulhar de estar aqui... Mas, o escolhido de hoje é... Amaury Lorenzo!" Eu arregalei os olhos, soltando um grito eufórico e pulando em meu amigo, que já me abraçava também, distribui beijos por seu rosto.
"Eu sabia! Sabia! Olha você... Você conquistando o mundo grandão! Você conseguiuuuu...." Ele gargalhava, Thati pulou na gente, assim como Tata e Rafa... Quando nos soltamos a mulher apenas chamou o Maury para marcar uma reuniao, provavelmente para passar todas as informações, de lá mesmo ligamos para nossos pais e contamos as novidades, que ele havia conseguido a bolsa.

Chegamos em casa as nove da noite, já que decidimos jantar fora para comemorar o fato de que Amaury havia conseguido uma chance incrivel, tirei meus tênis, um pouco bêbado, havíamos comprado cervejas para tomar na praia, me joguei no sofá.
"Eu sabia que ia conseguir." Falei sorrindo. "Você é a pessoa mais talentosa que eu conheço... Está realizando seu sonho." Completei, Amaury suspirou, se sentando ao meu lado, tão alto quanto eu.
"Em um mês, estarei a trezentos e sessenta e cinco dias de você..." Ele respondeu, eu me encolhi, tentando não focar nisso.
"Não importa... Meu coração sempre estará onde você estiver." Seus olhos voaram pra mim, um sorriso pequeno em seus lábios bonitos.
"Não sei se consigo ficar sem você..." Eu assenti, entendia a sensação, eu tambem não sabia ficar sem ele.
"Eu estarei aqui..."
"Eu posso passar a bolsa..." Eu apenas respirei fundo, sabia que em algum momento essa hipótese viria, pois se fosse eu no lugar dele, pensaria o mesmo.
"Não amor... Você não pode." Me sentei de frente pra ele, pegando suas mãos, segurando-as firme. "É seu sonho... Você respira por isso Maury e agora que a porta está aberta, você precisa atravessar, mesmo com medo, inseguro, você pode tudo... Não esquece isso." Meu coração doía, parte de mim querendo implorar pra que ele ficasse, pra que esquecesse isso, ele teria outras oportunidades, não precisava ser agora.
"Não faz sentido sem você..." Ele comentou, eu senti seu aperto em minhas mãos. "Nada faz sentido se não tiver você." Eu senti a primeira lágrima escorrer, sabia que elas iriam ser muitas, considerando o tempo que eu teria para sobreviver com essa saudades.
"Eu não quero que vá... Assim como não queria que fosse, quando éramos mais jovens e sua mãe mandava você voltar pra casa... Mas eu vou te esperar, eu sempre vou estar aqui." Meus olhos ardiam por conta do choro, meus lábios tremendo um pouco pela força que fazia para evitar os soluços.
"Eu preciso fazer uma coisa..." Eu o olhei, confuso pela mudança de assunto, ele se virou de frente pra mim. "Eu sinto muito..."
Eu ia perguntar o porquê, mas seus lábios estavam sobre os meus, eu abri os olhos para confirmar que a bebida não estava me deixando louco, sua boca quente tinha gosto de cerveja e chiclete de hortelã, assim como a minha, seus lábios se encaixavam perfeitamente nos meus de uma forma que fazia parecer que nos beijavamos desde sempre, era certo.
Suas mãos grandes e ágeis passearam pela minha cintura, antes de me puxar para ele, minhas pernas indo uma para cada lado do seu colo, sentando sobre o mesmo de uma forma que eu nunca pensei em fazer, sua lingua massageando a minha a cada respiração que tentávamos dar... Suspirei ao sentir suas mãos passeando por minhas costas, as minhas entrelaçando em sua nuca, puxando entre meus dedos os fios curtos de seus cabelos, fazendo sua cabeça deitar para trás, fui para frente com meu corpo ouvindo o maior gemer, seu pau já duro contra minha bunda, não muito diferente do meu, que estava completamente dolorido em minhas calças.
"A...Amaury..." Gemi me esfregando contra ele, sua mão apertando minha bunda e movendo meu quadril para que eu rebolasse cada vez mais forte.
"Porra..." Foi ele quem gemeu dessa vez, rouco e baixo, de um jeito que me deixava cada vez mais apertado e zonzo.
"Faz alguma coisa..." Pedi sem vergonha alguma, Amaury e sua boca gostosa em meu pescoço, deixando rastros de saliva pela pele, eu nunca havia transado, ele sabe disso, então isso que estávamos fazendo era a maior pegação que eu já tinha dado na minha vida... Amaury estudou meu rosto, suas pupilas estavam dilatadas, a boca brilhando inchada por conta dos beijos.
"Eu sei... Vou cuidar de você..." Eu concordei rapidamente, Amaury me tirando de cima dele, se levantando e tirando a camiseta, fiz o mesmo com a minha enquanto observava seus olhos escuros me estudando. "Tira sua calça amor." Fiz o que foi mandado, ficando apenas em uma cueca preta e sentindo minha boca salivar ao ver o meu melhor amigo em sua cueca branca, o pau marcando o tecido e uma mancha molhada de pré gozo deixava tudo mais quente e mais real. "Di... Você... Você nunca?" Ele perguntou, se colocando sobre mim no sofá, sua pele quente contra minha, nossas ereções pressionadas juntas.
"Não... Nada. Nunca." Amaury soltou uma risada nasalada, sua cabeça caindo sobre meu pescoço, seus dentes raspando o local, me fazendo arfar e me remexer contra ele, exitado de mais para me importar com sua mão apertando a pele da minha cintura a ponto de deixar um hematoma nela.
"Isso complica tudo pra mim..." Eu fiquei confuso com a confissão, seus olhos se voltaram para os meus. "Eu queria tanto te foder agora... Saber que fui seu primeiro... E cuidar tão bem de você, admirar seu corpo do jeito que você merece..." Suas palavras sussurradas se perderam entre o pouco espaço entre nós, o meu coração batendo tão rápido que eu tinha medo que ele pudesse ouvir. "Isso não pode acontecer com nós dois bêbados em um sofá... Mas eu tenho uma ideia..." Eu mordi o lábio, nervoso para o que viria a seguir. "Posso?" Era um pedido, ele parecia mais doce e cauteloso do que a minutos atrás, me fazendo ter certeza de que eu daria tudo o que ele pedisse.
"Por favor..." Minha voz saiu arrastada, manhosa de um jeito que eu nunca tinha visto, completamente carregada de tesão.
Amaury então me beijou e levantou seu corpo, retirando minha cueca e parando pra me observar, nu e exposto a ele.
"Tão lindo... Deveria ser um pecado." Eu sorri e esperei que ele também ficasse nu, engolindo seco com seu tamanho, Amaury era lindo de todos os jeitos, mas ele nu e exitado, era quente como o inferno, coloquei minha mão em meu pau, necessitado, o maior retirou com rapidez, sorrindo e se deitando sobre mim...
Os beijos voltaram, nossas peles se conectando de forma única enquanto nossas intimidades se esfregavam, Amaury simulando estocadas contra meu pau, eu rebolando, perdido entre gemidos e ofegos.
Sua mão grande, envolveu praticamente os dois membros juntos, bombeandos enquanto nós, hora nos beijavamos, hora exploravamos qualquer pedaço de pele ao alcance das nossas bocas, nossos paus melados por todo o desejo que sentíamos, tudo muito quente enquanto os movimentos aumentavam, o barulho obsceno das peles batendo nuntas sendo completados com nossos gemidos,perdemos um pouco o ritmo, enfiados de mais em nossa própria bolha de prazer para nós preocuparmos com algo fora ir mais rápido e mais forte.
"Amaury... Eu... Aaaah..." Tentei falar entre meus gemidos, a visão embaçada enquanto sentia o orgasmo se aproximar.
"Goza comigo amor..." Ele não precisou mover a mão e o quadril mais que duas vezes, para que estivéssemos gemendo contra a boca um do outro enquanto gozavamos juntos em nossos estômagos...
Não falamos nada quando nos arrumamos e fomos deitar, ele não precisou falar nada ao arrumar sua cama para nós dois e eu não precisei me sentir envergonhado ou sem graça perto dele... Os beijos roubados em meio às cobertas também não precisaram de explicação ou combinado, havia tanta intimidade ali que nem mesmo o sexo era capaz de afetar isso entre nós.
Aquela noite dormi abraçado com Amaury, a certeza de que o esperaria por um, dois, dez, vinte anos, reinando em meu coração.

"Ooo Amaury vai embora?" "Como assim?"
NÃO SURTEM! NÃO IREI FAZER CAPITULOS SEM O AMAURY, APENAS SALTOS DE TEMPO. OKAY?
Sim, é necessário pro desenrolar da história!
Sim isso aconteceu na vida real, foi um ano de merda pra mim, se querem saber...
(Aproveitem meu espírito natalino)

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