Kath percebeu que ela não tinha intenção de envergonhá-la, mas tampouco a deixaria fazer algo que não considerasse prudente. Havia uma implacabilidade serena em seu rosto, que lhe dizia que não hesitaria em vir em seu auxílio se ela ficasse fraca demais para cuidar de si mesma.
Era difícil lembrar que Lin era médica, acostumada com todos os tipos, tamanhos e formas de corpo.
Lin não parecia com nenhuma outra médica que ela conhecera antes. Para seu alívio, estava recuperando as forças e não precisaria de ajuda. Quando saiu do banheiro, caminhou pelo corredor sozinha, embora Lin mantivesse a mão firme sob seu braço como medida de segurança. O bebê continuava dormindo pacífico no colchão, e Kath olhou para a filha com uma onda tão poderosa de adoração que a abalou.
— Ela é tão linda... Será que está bem?
— Está bem, mas necessita de uma incubadora até ganhar peso. Do jeito que está mamando, pode levar umas duas semanas.
— Duas semanas!Repetiu Kath, horrorizada.
— Ela vai precisar ficar em um hospital por duas semanas?
Lin a fitou com um olhar firme.
— Sim.
Kath se afastou, apertando os punhos. Não havia nenhuma maneira de bancar os custos de duas semanas em um hospital. Mas pelo visto, não tinha escolha. Namo ainda corria perigo de morte, e ela faria qualquer coisa, o que fosse necessário, para mantê-la viva.
— A clínica para a qual estava se dirigindo dispõe de instalações adequadas?
Outro problema. Ela engoliu em seco.
— Não. Eu... eu não tenho plano de saúde. Ia ter o bebê lá e depois voltar para casa.
— Não se preocupe com isso. Vou pensar em uma solução. Agora, querida, deite-se e deixe-me examiná-la. Quero ter certeza de que está tudo bem com você.Fora ruim o suficiente no dia anterior, quando se encontrava em trabalho de parto, mas naquele momento era muito pior. Na ocasião fora uma emergência médica, o que não era mais o caso. Mas, novamente, ela teve a sensação de que Lin faria exatamente o que pretendia, independentemente de seus protestos, então virou o rosto e olhou para o fogo, enquanto lhe examinava o ventre.
— Você tem um bom tônus muscular.
Disse com um tom de aprovação.
— Teria sofrido bem mais se não fosse tão forte quanto é.
Se ela era forte, era graças aos anos de trabalho árduo em um pequeno rancho imundo e às longas horas servindo mesas em um bar. Spas e academias nunca fizeram parte de sua rotina.
— O que faremos agora? Esperamos?
— Não. Você já está bem o suficiente para viajar, e não podemos nos dar ao luxo de sentar e esperar o serviço de telefonia ser restabelecido. Vou ligar o jipe para aquecer o motor, depois levarei você e o bebê a um hospital.Kath sentiu o pânico dominá-la.
— Quer levar o bebê lá para fora?
— Temos de levar. Vamos mantê-la aquecida.
— Não podemos mantê-la aquecida aqui?
— Ela precisa de um hospital. Por enquanto está bem, mas as coisas podem mudar em um piscar de olhos com um prematuro. Não quero arriscar a vida dela.Kath não podia controlar o medo natural de uma mãe em expor seu filho tão frágil aos elementos da natureza. Não sabiam se as estradas estavam fechadas ou quanto tempo levariam para chegar a um hospital.
E se derrapassem na pista outra vez e tivessem um acidente? Vendo o pânico nos olhos dela, Lin estendeu o braço e segurou-lhe a mão com firmeza.
— Não deixarei que nada de ruim aconteça.
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Hero For Christmas
FanfictionGrávida e sozinha durante uma nevasca, Kath Armstrong se vê em apuros ao entrar em trabalho de parto prematuramente no dia de Natal. Ao se ariscar pela perigosa rodovia a fim de chegar ao pronto-socorro, fica presa e logo perde as esperanças de salv...