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Cinco minutos mais tarde, Kath estava sentada no jipe, enquanto Lin driblava com maestria o tráfego de Dallas.

— Gostei de seus amigos.

Comentou ela por fim, apenas para quebrar o silêncio.

Não acreditava no que acabara de fazer. Ela de fato se casara!

— O que eles fazem?
— Rome é presidente da Spencer-Nyle Corporation. Sarah é dona da Tools and Dyes, uma loja de artesanato. Duas lojas agora, já que ela inaugurou mais uma. Heng era vice-presidente da Spencer-Nyle com Rome, mas cinco anos atrás resolveu trabalhar por conta própria na área de consultoria. Nam é dona de uma livraria.

Os amigos de Lin na certa eram bem-sucedidos e Kath imaginou mais uma vez por que quis se casar com ela. Afinal, era tudo, menos bem-sucedida. Como se ajustaria àquele ambiente?

— E sua mãe?
— Mamãe ajuda Whit a gerir o rancho, na fronteira com o Oklahoma. Passei o Natal com eles e estava voltando para Dallas quando a encontrei.

Como não pensou em mais nada que pudesse lhe perguntar, Kath ficou em silêncio mais uma vez até chegarem ao apartamento.

— Vamos pensar em algo mais grandioso em algumas semanas, após seu médico a liberar.

Disse, quando estavam no elevador.

— Eu arrumei as coisas e deixei espaço no closet, mas sinta-se à vontade para colocar tudo ao seu gosto.
— Por que eu deveria mudar alguma coisa?
— Para se acomodar e a Namo também. Afinal, não sou mais solteira. Sou esposa e appa. Somos uma família. Esta casa é tão sua quanto minha agora.

Lin proferiu as palavras com naturalidade, como se adivinhasse as dúvidas que a assaltavam.

Kath permaneceu a seu lado, enquanto ela abria a porta, mas, antes que fizesse menção de entrar no apartamento, se virou e a tomou nos braços.

A seguir, carregou-a para dentro.

O gesto a pegou de surpresa, mas então se lembrou de tudo o que fizera naquele dia e que também a surpreendera. Na verdade, tudo o que aquela mulher fez desde o momento em que o conheceu foi surpreendê-la.

— Gostaria de tirar um cochilo?

Perguntou no hall, enquanto ainda a segurava nos braços, como se aguardasse instruções.

— Não, apenas me sentar um pouco.

Ela conseguiu conjurar um sorriso tímido.

— Eu só tive um bebê, não fiz nenhuma cirurgia e você mesmo disse que sou forte. Por que deveria agir como se fosse de cristal?

Lin clareou a garanta enquanto a ajudava a se erguer.

— Na verdade, eu disse que você tem um bom tônus muscular. Não creio que estivesse admirando sua força.

O pulso de Kath acelerou.

Ela conseguia esse feito com mais frequência a cada dia, ao dizer algo que tornava claro que a achava atraente ou quando lhe roubava aqueles breves beijos. Cinco dias atrás, ela julgaria esses pequenos avanços repulsivos, mas desde então uma emoção secreta a aquecia por dentro sempre que dizia ou fazia qualquer coisa.

Ela estava mudando muito depressa com todos aqueles mimos e, para sua surpresa, gostava daquela mudança.

— O que está pensando?

Perguntou, tocando-lhe o nariz com a ponta do dedo.

— Está me olhando como se não me visse.
— Estou pensando no quanto você está me mimando.

Hero For ChristmasOnde histórias criam vida. Descubra agora