Shivers

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Quatro semanas mais tarde, Kath podia sentir um sorriso secreto curvando-lhe os lábios, enquanto abria a porta da frente e levava Namo para o berço.

O bebê grunhiu, gesticulou com os punhos e abriu um sorriso quando ela lhe fez cócegas no queixo.

A criança estava feliz, mas Kath pensou que a filha sorria para o mundo em geral, enquanto ela, por sua vez, tinha uma razão muito pessoal.

A ginecologista a liberara do resguardo e desde então ela não parara mais de sorrir. Aquelas últimas quatro semanas foram quase impossíveis de suportar, e ela se afligia vendo os dias passarem, impaciente, esperando pelo momento em que poderia de fato se tornar a esposa de Lin.

A Sasinpimon era uma mulher esbelta e saudável. Dava mostras disso todos os dias, porque não tinha o mínimo recato diante dela. Não podia dizer que havia se acostumado a vê-la nua.

Seu coração ainda disparava e o pulso ainda acelerava, ainda ficava muito quente e distraída com toda aquela feminilidade exótica.

Na verdade, sentia-se... fascinada.

As relações conjugais com Jerry nunca foram motivo de satisfação. Sempre se sentira usada e até mesmo repelida por seus toques breves e insensíveis.

Ele não a considerava uma pessoa, mas uma conveniência.

Por instinto, ela sabia que fazer amor com Lin seria diferente e queria experimentar. Queria lhe dar prazer físico, um presente profundamente pessoal a pessoa que mudara por completo sua vida. Lin era a mulher mais forte, mais amorosa e generosa que ela podia imaginar.

Mas por ser tão forte às vezes parecia que não precisava de nada dela, e ser capaz de lhe dar algo em troca havia se tornado uma obsessão.

Por fim, poderia entregar seu corpo e lhe dar satisfação sexual.

Lin sabia sobre a consulta médica.

Ela a havia lembrado naquela manhã. Quando chegasse em casa, ia querer saber o que a médica disse.

Então, seus olhos cor de jabuticaba assumiriam aquele fogo intenso que ela vira neles algumas vezes, e, quando fossem para a cama, a outra tomaria nos braços, onde ela se sentia tão segura e protegida, e a faria verdadeiramente sua esposa, e não apenas no nome... Namo bateu as mãozinhas no braço de Kath, arrancando-a de sua excitante fantasia.

— Se eu lhe der um banho e alimentá-la agora, você será uma boa menina e dormirá bastante tempo durante a noite?

Murmurou, sorrindo para sua linda filha. Como a menininha estava crescendo! Já pesava quase quatro quilos e estava desenvolvendo covinhas e dobrinhas por todo o corpo.

Desde que começara a sorrir Missy e Jed estavam em um constante estado de guerra, disputando quem suscitava nela o sorriso mais adorável, mas para quem ela ria com mais frequência mesmo era Lin. Kath conferiu o relógio de pulso. Lin havia ligado para a loja, enquanto ela estava no consultório médico e deixara um recado com Sarah, dizendo que se atrasaria algumas horas, logo teria tempo para cuidar de Namo, deixando-a tranquila o resto da
noite, ou assim esperava, e preparar o jantar antes que chegasse.

Desejou saber se velas seriam muito óbvias ou uma forma discreta de contar-lhe o que a médica disse?

Jamais tinha preparado um jantar romântico antes e se perguntou se não estaria fazendo um papel ridículo. Afinal, Lin era médica.

Não havia mistérios físicos para Lin, e como poderia haver romantismo sem um pouco de mistério? Suas mãos tremiam enquanto preparava o banho da criança.

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